Jean Wyllys *
- “Como você está lidando com essa nova onda de calúnias, fake news e insultos contra você?”, perguntou-me uma amiga, referindo-se às mentiras e teorias conspiratórias contra mim disparadas em massa nas mídias sociais por uma organização criminosa em apoio ao governo fascista de Bolsonaro e especializada no assassinato de reputações de autoridades da república, como os ministros do Supremo Tribunal Federal e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado; de jornalistas; e de outras figuras públicas que se opõem – ou tentam impor limites democráticos – à gestão fraudulenta, violenta e incompetente que este governo está fazendo da pandemia de covid-19, que já matou mais de 5 mil pessoas no país.
Eu respondi à minha amiga que o que mais me incomodava em ser alvo dessa organização criminosa era o ódio que ela despertava em mim. E acrescentei que, antes de tomar as providências legais cabíveis em âmbito nacional e internacional, eu preciso sempre me livrar primeiro desse ódio. Minha amiga me disse que também lhe doía muito sentir o ódio que esses criminosos lhe despertavam.
Leia também
> Sr. presidente, suas condolências são falsas; não as aceito
> Acesse de graça, por 30 dias, o nosso conteúdo premium
- Um amigo artista plástico há dois dias perdeu seu pai querido para a covid-19. Este saíra de casa uma única vez nos últimos 30 dias para ir ao supermercado; lamentavelmente, infectou-se e adoeceu. Agonizou sozinho até a morte. E foi enterrado sem rituais fúnebres, sem ninguém que lhe amava por perto, por razões sanitárias. Meu amigo está sofrendo e me disse que, quando vê, na televisão, Bolsonaro, seus ministros e os parlamentares que lhe apoiam convocando a população e os trabalhadores mais pobres a saírem do confinamento sem apresentar qualquer plano minimamente sensato de políticas para conter a pandemia e garantir as vidas humanas, que quando ele vê esse crime de lesa-humanidade ser perpetrado diante das câmeras de televisão, ele sente um ódio profundo de Bolsonaro e sua gente, mas que ele não gosta desse sentimento.
- Um outro amigo, médico, entubou ontem, na UTI do hospital em que trabalha, a esposa de um colega seu que chegou com 70% dos pulmões comprometidos pela covid-19. Seu colega, bolsonarista fanático, assim como a esposa agora doente, participaram das últimas manifestações verde-e-amarelas que negavam a gravidade da doença e exigiam a abertura do comércio. Meu amigo me disse que, ao ver o estado de saúde da esposa do colega, sentiu ódio em relação aos negacionistas da pandemia, principalmente daqueles que têm acesso à informação. E que não gostaria de ter esse sentimento.
Nesses três relatos verídicos (ocultei os nomes das pessoas para preservá-las), o ódio aparece como um sentimento infeccioso; como o sintoma de um contágio que produz sofrimento, como algo que adoece as pessoas tanto quanto o novo coronavírus.
A ensaísta e crítica literária Susan Sontag, em seu monumental Doença como metáfora, adverte-nos para os perigos que há em se abordar determinadas enfermidades como outra coisa que não sejam o que elas são de fato: doenças. Sontag está certa, pois metáforas em torno de doenças como a tuberculose, o câncer e a Aids foram responsáveis pela estigmatização e marginalização dos doentes e até mesmo de violências físicas contra estes. Porém, a própria Sontag admite, citando o filósofo Aristóteles, que é impossível pensar sem metáforas. Sendo assim, recorro à infecção por vírus como metáfora do danos que o governo Bolsonaro e a extrema-direita estão causando nas subjetividades e na saúde emocional dos brasileiros. Esta metáfora pode ser estendida aos estragos provocados por idiotas de extrema-direita em outras partes do mundo, vide a recomendação que Donald Trump fez na televisão de que as vítimas da covid-19 tomassem detergente para combater o vírus, o que provocou vários casos envenenamento aqui nos EUA. É a metáfora mais pertinente em tempo de pandemia de um novo coronavírus.
Publicidade- Não há nome mais apropriado para a organização criminosa que ataca a oposição democrática ao governo fascista de Bolsonaro do que “Gabinete do Ódio”. Independentemente de se este tem ou não uma sala física para si no Palácio do Planalto ou em algum dos escritórios dos parlamentares integrantes ou cúmplices da quadrilha, independentemente disso, o gabinete existe como foco de transmissão de agentes infecciosos das subjetividades: calúnias e teorias conspiratórias na forma principalmente de fake news(notícias mentirosas), esses vírus de consciência capazes de levar pessoas a matar e morrer por ódio, e, antes, despertar ódio em pessoas que não gostam de odiar, que rejeitam esse sentimento maligno.
A Polícia Federal já tem as provas do envolvimento direto de Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, na organização criminosa batizada de “Gabinete do Ódio”. A PF também já sabe quem são os outros integrantes da quadrilha. Este fato mais as investigações que a Polícia Federal está empreendendo em torno das milícias do Rio de Janeiro e do assassinato de Marielle Franco em 2018 e que revelam laços estreitos entre os assassinos e Flávio Bolsonaro – levaram o presidente Jair Bolsonaro a tentar intervir na Polícia Federal, o que serviu de gancho para o agora ex-ministro da Justiça Sergio Moro deixar o governo, acusando-o de corrupção e outros crimes na graves.
A saída ruidosa de Sergio Moro acontece logo depois da ruptura de Mandetta, ex-ministro da Saúde que vinha tratando a pandemia de covid-19 com alguma seriedade nesse governo de incompetentes, responsável direto pelas cenas tenebrosas de enterros em valas comuns de centenas de mortos pela covid-19 a que os brasileiros assistem todos os dias pela televisão.
> Ao receber prêmio, Jean Wyllys celebra a diversidade e repudia o fascismo
Veja o vídeo:
- A fim de criar uma cortina de fumaça para a incompetência e corrupção de Bolsonaro, e, ao mesmo tempo, mover as hostes de imbecis odiosos nas mídias sociais, o “Gabinete do Ódio”passou os dois últimos dias disseminando uma fake news absurda contra mim (a de que eu teria algum envolvimento no episódio da facada que Bolsonaro teria sofrido durante a campanha eleitoral em 2018); uma calúnia já desmentida exaustivamente tanto por investigação conclusiva da Polícia Federal quanto pela imprensa. O objetivo último da recuperação dessa calúnia por parte do “Gabinete do Ódio” é jogar suspeição sobre as graves denúncias contra Bolsonaro feitas por Sergio Moroquando de sua ruptura com o governo do qual era parte essencial. A ideia é sugerir por meio desta calúnia em forma de fake news que Sergio Moro, “para me proteger”, não teria feito investigações corretas em relação ao suspeitíssimo atentado que Bolsonaro sofreu na campanha eleitoral de 2018. Sim, trata-se de uma ideia absurda que só convence a estúpidos fanáticos e… homofóbicos!
O “Gabinete do Ódio” decidiu me envolver nesse ataque a Sergio Moro porque sabe que a homofobia (o ódio e a aversão social mais ou menos consciente aos homossexuais e seus modos de vida) é um elemento de coesão e de mobilização das hostes fascistas. Trata-se de promover o ódio a Sergio Moro por contágio: fica mais fácil odiá-lo e acusá-lo de que “conspirou contra Bolsonaro” se ele for associado à “proteção” de um homem gay já odiado por outras tantas calúnias e mentiras disseminadas por essa mesma organização criminosa que agora se volta contra Moro depois de o ter favorecido no passado.
Não é mera coincidência que, na quarta-feira (29), Bolsonaro tenha dito, por meio de seu perfil no Facebook, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) “incentiva a masturbação e a homossexualidade em crianças”. Trata-se de uma mentira descarada e grave; trata-se de uma calúnia perpetrada contra o organismo que está liderando, em todo o mundo, o enfrentamento à Covid-19 e a assistência humanitária às suas vítimas.
Assim como “a mamadeira de piroca” e o “kit gay”, essa fake news de Bolsonaro contra a OMS busca interpelar a homofobia que amalgama os bolsonaristas, que os identifica entre si. E não se trata de uma representação negativa qualquer da homossexualidade, mas daquela representação mentirosa que a trata como ameaça à infância inocente.
Essa tática não é nova. A história nos mostras diferentes episódios em que estupradores e negociantes de mulheres escravas, exploradores sexuais de prostitutas e das próprias esposas, assediadores asquerosos de meninas e mandantes quando não perpetradores do assassinato de crianças pretas e pobres usaram fake news, mentiras, caricaturas grotescas e casos isolados para difamar a comunidade de gays e lésbicas, acusando-a de “ameaça à infância”; e, dessa forma, manipulando a homofobia social da maioria, conseguiram dirigir o ódio desta contra os gays e lésbicas e esconder seus próprios crimes.
Ao final das eleições de 2018, a filósofa Márcia Tiburi, o jurista Renan Quinalha, o psicanalista lacaniano Antonio Quinet e eu escrevemos um dossiê sobre a centralidade da homofobia na vitória da extrema-direita no Brasil. Parte expressiva das esquerdas segue menosprezando esse dado e, por isso, ineficaz ante o bolsonarismo.
- O que me espanta no comportamento dessa organização criminosa chamada “Gabinete do Ódio”– da qual fazem parte parlamentares do PSL, como são os casos do senador Marcos do Val e da deputada Beatriz Kicis, escroques da pior espécie disfarçados de “cidadãos de bem” – é a certeza que ela tem de sua impunidade. Mesmo sabendo das investigações da Polícia Federal sobre o “Gabinete do Ódio”, todo os pontos dessa rede criminosa se moveram nos últimos dias na divulgação das mentiras e fake news que visam atingir Sergio Moro, com direito a lives e tudo mais.
Já disse e repito: ratos acuados são perigosos porque atacam. Os ratos acuados do governo Bolsonaro estão atacando com calúnias e teorias conspiratórias na forma de fake news desde Sergio Moro até a OMS e o Papa Francisco, passando pelos ministros do STF, os jornalistas da Globo e da Folha de S.Paulo e a minha pessoa. Mas ainda que ataquem, esses ratos acuados são ratos acuados, e nós sabemos qual o destino os ratos acuados.
Eles são focos de transmissão de agentes infecciosos. Estão adoecendo o país, literal e metaforicamente. São responsáveis pelas mortes em decorrência da covid-19 e pela epidemia de fake news que leva ao ódio; são culpados também por despertar o ódio em que não quer esse sentimento para si.
Aí reside o nosso verdadeiro desafio após a pandemia. Quando sairmos do confinamento, a verdadeira doença ainda precisa ser combatida. Trata-se do mal que nos flagelou antes do ataque do novo coronavírus: o fascismo, suas mentiras e seu ódio.
* Jean Wyllys é escritor, jornalista e, atualmente, professor visitante na Universidade de Harvard. Eleito três vezes consecutivas deputado federal pelo Psol, renunciou ao seu último mandato em função de graves ameaças de morte, exilando-se na Europa. Recebeu três Prêmios Congresso em Foco de Melhor Deputado do Ano.
> Ao receber o Prêmio Congresso em Foco, Jean Wyllys repudia o fascismo
> Cadastre-se e acesse de graça por 30 dias o melhor conteúdo político premium do país
Jean Wyllys é um dos administradores do perfil brasileiro do Sleeping Giants!
Você Jean Wyllys para mim, não passa de um verme ambulante. Eu nunca fui com a tua empáfia desde o tempo do BBB. Porem depois então, você se revelou um ser pedante sem igual. Você é de um cinismo irrepreensível. No Brasil no quesito cinismo, você só perde para o Santo Lula. Mas com esta gana que você possui em se superar em tudo que é malfazejo para usar contra a sociedade conservadora e ordeira, e levando-se em conta que o Santo Lula já está com o prazo de validade vencido, e só uma questão de tempo para que você se torne, sem muito esforço: “O mais ODIENTO ( Que carrega o ódio consigo; que está repleto de rancor; rancoroso), Um Parvo, com alguma inteligência, mas que somente a usa na prática do mal contra os adversários políticos, e contra os que pensam diferente de você. Um perfeito Energúmeno, pessoa exaltada, desequilibrada por paixão, obsessão etc.; desatinado. Um Lunático; diz-se de ou indivíduo de humor inconstante, ou que é dado a divagações, que vive no mundo da Lua. Um Complexado pois é Gay, mas defende exterminadores de Gays( até já foi fotografado vestido como Che Guevara. Um praticante dos ensinamentos de Lênin, quando você pratica o:: “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é” E é exatamente o que você faz. No seu texto você usou a palavra ódio, “N” vezes, sempre acusando os outros, esquecendo-se que a extrapolação do ódio se da quando num ímpeto irrefreável o ódio se transforma numa cusparada no rosto do odiado. E foi exatamente o que você fez com o hoje Presidente da República: Jair Messias Bolsonaro.
PENSE. QUALQUER DUVIDA “NÃO” ME LIGUE. COMBINADO?
NOTA FINAL= Fica a dica: Hoje por motivos de idade avançada (75 anos) e por saúde abalada, (coloquei um Marca Passo faz 15 dias), não faria o que vou lhe dizer: Mas quando você deu aquela cusparada no rosto do Bolsonaro, se fosse em meu rosto, você teria perdido ao menos os quatro dentes da frente, na parte superior. Se não fosse na porrada, seria numa cabeçada, ou com a ajuda de uma ferramenta qualquer. O que você fez não se faz com nenhum ser humano, é muita humilhação. Portanto não arrisque fazer novamente, pois você pode cuspir na pessoa errada, e o tiro sair pela culatra. Portanto seja educado, e preserve os seus dentes.
…
Esse viadista juramentado deveria parar de cuspir besteiras. Não passa de uma naja cuspideira rebolativa e nojenta, uma espalhadeira de mentiras e Corona virus.
Até nos desenhos os imigrantes trabalham https://media1.giphy.com/media/uNp22kQO4QCxa/giphy.gif .
Ameaças de mortes é se procura a policia e registra B.O quem é honesto faz e não teme entrar na delegacia .
Obama legalizo que o canhoto sonha em ter aqui aborto , Maconha
Liberalzinho tem igualdade que merece .
Pois é! Por ultimo, o Jean Wyllys soltou essa “cortina de fumaca”, essa “retorica esquerdista hipocrita de homofobia”, que eu e muitos amigos gays que tenho “nao engolimos”! Mas o que ele nao deixou bem claro é, “porque ele correu do Brasil” daquele jeito?! Nao venham com essa “conversa mole” de que a vida dele estava correndo perigo! So mesmo se ele cometeu algo “muito sério” no Brasil, para a vida dele estar em perigo! E como bom “apoiador do comunismo” que ele é, e que muitos de voces do Congresso em Foco sao! Me digam porque entao o Jean Wyllys nao foi “para Cuba” e foi pedir arrego ao “imperialista do capitalismo” Tio Sam?! Como voces podem notar, a “hipocrisia é muita”!
Albânia tinha o comunismo Ortodoxo e deixaram e Cuba também
Países com um regime desse fator perde em isolamento e investimentos
Olhar os vizinhos Europeus tem alta demanda e Caribe também .
Até 2008 eu concordaria contigo sobre U.S que os Democratas tornaram liberalzinho de aborto e maconha é podridão foi .
“A fim de criar uma cortina de fumaça” é o que o hipocrita do Jean Wyllys esta tentando com esse texto mentiroso!
Podem deixar, jornalistas esquerdistas sordidos do Congresso em Foco! Eu vou postar esse “lixo” do Jean Wyllys no Facebook, para quem “tiver estomago” para hipocrisias ver o que esse ser execrável anda escrevendo e voces estao publicando!
Entao esse “lixo humano” do Jean Wyllys esta nos EUA?! Porque esse hipocrita nao foi “pra Cuba”?! Ja que ele apoia o PT e as esquerdas do Brasil? E para sua informacao Jean Wyllys, nao e “extrema-direita”! E “direita”! Extrema-esquerda corrupta e hipocrita, e voce e quem o segue!
Se o Jean Wyllys disse que o tal senhor que estava em confinamento, e saiu de casa “so uma vez”, contraiu o virus e faleceu. Porque entao ele esta a favor do “confinamento”, ele mesmo diz que o senhor morreu “sozinho”, solitario, sem ninguem! Ele usa isso para criticar o Bolsonaro?! Contraditorio!
“Um amigo artista plástico há dois dias perdeu seu pai querido para a covid-19. Este saíra de casa uma única vez nos últimos 30 dias para ir ao supermercado; lamentavelmente, infectou-se e adoeceu. Agonizou sozinho até a morte.” Jean Wyllys.
Para todo mundo ver! Depois o “Gabinete do Odio” é o Bolsonaro e quem o apoia? E esses somos nos, que somos chamados por voces “esquerdopatas,” de “bolsominions?! Pois vejam o “odio verdadeiro” de quem vem!
Jean Wyllys – “Eu respondi à minha amiga que o que mais me incomodava em ser alvo dessa organização criminosa era o ódio que ela despertava em mim. E acrescentei que, antes de tomar as providências legais cabíveis em âmbito nacional e internacional, eu preciso sempre me livrar primeiro desse ódio. Minha amiga me disse que também lhe doía muito sentir o ódio que esses criminosos lhe despertavam.”
Esse VERME fugiu do Brasil porque sabia que uma hora seu envolvimento com o Adélio ia aparecer….
Em nome dos laboriosos Vermes, exijo respeito!