O governo do Pará decidiu trocar o delegado responsável pelo inquérito que acabou com a prisão de quatro ambientalistas. Os brigadistas foram acusados de ter ter tocado fogo na área florestal de Alter do Chão, no Pará, para gravar o combate ao fogo e, por isso, foram presos. A medida, porém, foi questionada por ambientalistas e deputados de oposição ao governo Bolsonaro. Por isso, o governador Helder Barbalho (MDB) determinou que a investigação sobre os incêndios que têm sido registrados na região agora será conduzida pelo diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, Waldir Freire.
> Ambientalistas são presos acusados de causas incêndios no Pará
“Ninguém está acima da lei, mas também ninguém pode ser condenado antes de esclarecer os fatos. Continuarei acompanhando o caso!”, disse Barbalho nesta quinta-feira (28).
Leia também
Em vídeo publicado no Twitter, Barbalho disse estar preocupado com “o episódio ocorrido em Santarém que resultou na prisão de quatro pessoas, prisão esta por investigação da polícia e decisão determinada pela Justiça”.
“O caso requer atenção e toda transparência necessária. Ninguém está acima da lei, mas ao mesmo tempo ninguém pode ser vítima de um pré-julgamento ou ter o seu direito à defesa cerceado. A minha preocupação é com a Amazônia, o direito das pessoas e acima de tudo que o Estado possa cumprir de maneira efetiva e transparente os interesses e a defesa da nossa sociedade”, acrescentou o governador. Veja a declaração dele:
Sobre o caso ocorrido em Santarém, determinei a substituição da presidência do inquérito para que tudo seja esclarecido da forma mais rápida e transparente possível. O diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, Waldir Freire, estará à frente das investigações. pic.twitter.com/Vg3tLyF5j0
— Helder Barbalho (@helderbarbalho) November 28, 2019
Entenda o caso
Quatro ambientalistas ligados à ONG Saúde e Alegria foram presos nessa terça-feira (26) no Pará durante a operação Fogo do Sairé, que investiga a origem dos incêndios que atingiram a região de Alter do Chão em setembro deste ano. Na ocasião, a Polícia Civil acusou os ambientalistas de terem provocado as queimadas para filmar o combate ao fogo e, assim, conseguir patrocínio de organizações internacionais para o trabalho das ONGs na Amazônia.
> Após prisão de ambientalistas, governo do Pará defende trabalho de ONGs
O delegado José Humberto de Melo chegou a dizer que ONGs como a WWF compraram essas imagens para conseguir doações internacionais. E, por isso, determinou a prisão desses quatro ambientalistas. A ONG Saúde e Alegria ainda foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Segundo o governo, quem presidia o inquérito e foi afastado do caso, porém, é o delegado Fábio Amaral Barbosa.
Deputados da oposição e organizações ambientalistas logo reagiram à decisão da Polícia Civil. Eles chegaram a classificar o caso como uma medida de “repressão bolsonarista” contra as ONGs que atuam na defesa do meio ambiente e no combate aos incêndios na Amazônia e prometeram investigar o caso.
Mesmo assim, na quinta-feira (27), a Justiça negou a soltura dos ambientalistas. Os quatro ambientalistas seguem, então, em um presídio do Pará.
> Ambientalistas presos: Deputados falam em repressão bolsonarista
> Tenha a melhor cobertura do Congresso de graça no seu Whatsapp
Estão tentando abafar o caso. Ao invés de afastar o delegado, porquê não ttabalhar em conjunto?
A regra é clara: Se é esquerdista, merece se f…
https://uploads.disquscdn.com/images/b622f9116e6ce96903ec87871af4f8e9502b6fde06c03576ad6288df719d8827.jpg