Os caciques do MDB no Senado, que tradicionalmente não são próximos de Simone Tebet (MDB-MS), tentam reverter o cenário desfavorável para senadora na disputa pelo comando da Casa.
Um importante senador do MDB ouvido pelo Congresso em Foco reconhece que a disputa com Rodrigo Pacheco (DEM-MG), senador apoiado por nove partidos e pelo Planalto, é difícil, mas que Simone tem chances de vencer a eleição.
“Essa batalha vai continuar dura até o final, mas nós todos acreditamos na hipótese da vitória”, disse o parlamentar.
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Na terça-feira (19), Simone se reuniu com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e com o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) para traçar estratégias.
Além do diálogo com os colegas senadores, a emedebista também busca atrair apoio de grupos da sociedade civil organizada. Nesta semana, ela se reuniu com diversos economistas como Elena Landau (ex-diretora do BNDES), Persio Arida (ex-presidente do Banco Central), Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central), Mansueto Almeida (ex- secretário do Tesouro) e Mário Mesquita (ex-economista-chefe do Itaú).
PublicidadeAo mercado financeiro, a senadora tem defendido a prorrogação do auxílio emergencial, mas de forma que o teto de gastos seja respeitado.
“O MDB está engajado até porque não há alternativa fora da candidatura da Simone. O jogo é contra a proporcionalidade, visa dificultar a ocupação de espaços pelo MDB, que é o maior partido do Senado”, disse a fonte do partido ouvida pelo site.
“A campanha está em curso, o MDB fez uma opção pela candidatura da Simone exatamente porque ela é mais competitiva, alarga o horizonte partidário, é mulher, tem compromissos com o equilíbrio constitucional, a disputa é uma disputa dura, mas ela tem chances palpáveis de vitória.”
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A postura de Simone em relação ao governo tem incomodado aliados da senadora no partido. Em nota, ela afirmou que Jair Bolsonaro tem “arroubos autoritários e machistas” e reclamou da gestão da Saúde do governo federal, que tem atrasado a campanha de vacinação contra a covid-19.
“Eu me elegi apoiando Bolsonaro, Bolsonaro gravou vídeo para mim, eu apoiei o Bolsonaro desde a pré-campanha dele. Quando fui eleito, antes de tomar posse, cheguei em Brasília e avisei para Eduardo Braga, Renan, para todo mundo que eu era governo, tudo que eu fiz, o MDB sabia”, disse Bittar.
“Só estou reafirmando, não estou tirando apoio, já apoiei Simone contra Renan e por quê? Uma das razões, conheço a Simone há muito tempo, conheço o pai dela (Ramez Tebet, ex-presidente do Senado), votei no pai dela, estava no Mato Grosso do Sul naquela época, mas uma das razões fortes por apoiar a Simone contra o Renan é porque o Renan naquele momento significava uma candidatura contra o governo, um governo que eu tinha apoiado, que votei”.
O senador do Acre também disse que comunicou a Jair Bolsonaro que não votaria no candidato apoiado pelo governo, Rodrigo Pacheco.
“Quando eu resolvi apoiar a Simone contra o Pacheco, que eu sabia que era o candidato apoiado pelo Bolsonaro, disse para ele, liguei para ele: ‘olha, houve uma coisa na bancada que ninguém contava, que foi o recuo de certas lideranças para apoiar a Simone. Nem ela contava com isso, muito menos eu, e vou acompanhar a Simone’. Não vejo diferença ideológica entre Simone e Alcolumbre que mereça um racha no Congresso Nacional e ele me respeitou”.
Outro senador do partido ouvido pelo site minimizou as divergências da legenda sobre a o governo federal. “O MDB é uma bancada plural. Tem dois líderes do governo, mas também pessoas que pensam diferente”.
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