*Rogério Carvalho Santos
A tendência a perda de apoio do Bolsonaro foi brecada com a concessão do auxílio de emergência de R$ 600. A concessão foi feita contra a vontade do ministro da economia, Paulo Guedes, que tolerou o benefício por alguns meses.
A reafirmação do teto de gastos, pedida sistematicamente pelo grande empresariado e pela mídia, obrigou Bolsonaro a uma moderação. Chegou a afirmar que estenderia os R$ 600 até o fim do ano, mas cedeu às pressões e não aceitou a redução para R$ 250, proposta pelo Paulo Guedes. Depois de discurso demagógico, de que não tiraria dinheiro dos pobres para dar para os paupérrimos, fixou em R$ 300 a continuidade do auxílio e jogou o Renda Brasil pra mais adiante.
Bolsonaro descobriu que a aplicação rígida da política ultra neoliberal de Paulo Guedes é uma via de derrota segura nas eleições. Quando passou a especular com a extensão dos R$ 600 como auxilio emergencial, sofreu os duros ataques da mídia de que se trataria de medida populista.
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A direita usa o termo “populista” para se referir a governos que privilegiam os direitos sociais da população em detrimento do ajuste fiscal. Mas os governos do PT, sem ter teto de gastos, promoveram o desenvolvimento econômico, com distribuição de renda e aumento do salário mínimo 70% acima da inflação, sem desequilibrar as contas públicas, nem gerar inflação.
O que demonstra que fazer um governo que garante os direitos básicos das pessoas não precisa de um teto de gastos. Que não se trata de populismo, mas de justiça social.
PublicidadeA demagogia do governo atual não se sustenta, porque as concessões dos auxílios se chocam com o ajuste fiscal do modelo neoliberal. Bolsonaro teve no passado posições aventureiras, mas hoje ele sabe que precisa do apoio do grande empresariado e da mídia econômica. Dai o retrocesso da posição do governo e, certamente, da recuperação do apoio que havia conseguido.
*Rogério Carvalho Santos é médico, doutor em Saúde Pública pela Unicamp, senador por Sergipe e líder do PT no Senado Federal.
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O que tem a ver uma necessidade de primeira ordem de mais de 50 milhões de pessoas com esse papo de neopopulismo?…Voce veio de um Estado simples como Sergipe que conheço, e está aí criticando?…Acorde Senador!…Voce é daqueles da geladeira cheia não é?…Faça alguma coisa pelo povo que está a beira da fome, pois esse auxílio emergencial que veio em boa hora prá toda essa gente vai acabar logo e depois?…Voces que sabem das coisas vão lá distribuir comida?