Nesta segunda feira (18), o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de críticas do jornal francês Le Monde. “Há, sem dúvida, qualquer coisa de podre no reino brasileiro, onde o presidente Jair Bolsonaro pode afirmar, sem hesitar, que o coronavírus é uma ‘gripezinha’ ou uma ‘histeria’ nascida da ‘imaginação’ dos meios de comunicação”, diz o editorial.
O texto também chama atenção para a polêmica fala do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao afirmar que o novo coronavírus seria “resultado de uma conspiração comunista”. Outro ponto levantado pelo jornal é a saída do Ministro da Saúde, Nelson Teich, quatro semanas após a sua nomeação.
Leia também
>Ministro decidirá sobre sigilo de vídeo de reunião ministerial até sexta
O Le Monde descreve que todos estes fatos acontecem enquanto os cemitérios batem recorde de enterros, o país sobe no ranking global de registros de óbitos e o presidente não só estimula as autoridades locais a abandonar as restrições, como afirma que a epidemia “começa à ir embora”.
“Para muitos, os momentos sombrios que atravessam o Brasil, agora o quinto país mais afetado pela pandemia, lembram tempos da ditadura militar, quando era submetido ao medo e à arbitrariedade”, aponta o editoral. “O Brasil de Bolsonaro habita um mundo paralelo, um teatro do absurdo onde os fatos e a realidade não existem. Neste universo sob tensão, alimentado por calúnias de incoerências e provocações fatais, a opinião se polariza sobre um nuvem de ideias simples mas falsas.”
Para o veículo, a negação do chefe do Executivo ao combater o novo coronavírus provoca o caos sanitário e o constante confronto com médicos, governadores e prefeitos que apelam para o distanciamento social da população. “A atividade econômica deve continuar à qualquer custo, afirma Bolsonaro, que sobretudo, tem dificuldade de avaliar a pandemia e, ao mesmo tempo, faz um cálculo político insensato.” O texto aponta ainda, que o presidente espera responsabilizar os opositores por quaisquer “efeitos devastadores da crise”.
PublicidadeDescrito como um “oficial subalterno expulso do exército e obscuro deputado de extrema direita, ridicularizado pelos seus colegas durante três décadas”, o jornal afirma que sua postura durante o período de pandemia “provoca caos e semeia a morte”.
“Neste país saído de uma ditadura de 25 anos, onde a democracia é frágil, ou mesmo disfuncional, o fato de politizar assim uma crise sanitária a todo custo é totalmente irresponsável”, pontua o jornal. “Com uma base de 25% dos eleitores, Bolsonaro sabe que sua margem de manobra é estreita. Certamente evoca hoje o cenário de um golpe de força institucional.”
A imprensa francesa afirma que a prática negacionista é recorrente nos discursos do presidente, uma vez que nega a ditadura militar, a existência dos incêndios da Amazônia e a gravidade da pandemia de covid-19.
O jornal francês afirma em uma outra reportagem que Bolsonaro está se “afundando em negação e crise política”. O jornal descreve a saída do ministro Nelson Teich como sóbria, sem ataques ao presidente, porém incendiária, no momento em que o Brasil registrava 241.000 casos confirmados de coronavírus e 16.122 mortes.
“Nelson Teich estava em conflito aberto com o chefe de estado. Apagado, confuso, limitado pelos militares, ele estava, portanto, longe de fazer sombra em Jair Bolsonaro. Mas as divergências se tornaram muito fortes, entre um ministro que recomendava o confinamento e um presidente que defende a reabertura generalizada do país”, afirma o jornal.
Questionamentos
Além de avaliar o comportamento do presidente brasileiro diante da crise, o jornal questiona as razões para tantas polêmicas.
“Este seria o efeito da pressão? Em plena epidemia de coronavírus, Jair Bolsonaro envolvido em uma crise política, sobre muitos processos judiciais. O mais grave e mais urgente é o procedimento lançado pelo procurador geral da República, Augusto Aras, com a finalidade de determinar a veracidade das acusações feitas pelo ex-ministro da justiça Sergio Moro”, afirma.
“A crise se atirou também sobre o terreno político” explica o jornal francês que relata a existência de 30 pedidos de impeachment, na Câmara dos Deputados contra o presidente. Entre os requerentes estão desde a oposição como o Partido dos Trabalhadores até o Movimento Brasil Livre (MBL), que foi ativo durante o processo de destituição da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas de diversos jornais estrangeiros pela sua postura na gestão da crise de covid-19 no Brasil. Nesta terça-feira (19), um dia após a publicação do editorial do jornal Le Monde, o Brasil subiu para o terceiro lugar no ranking mundial em número de casos confirmados de coronavírus e continua na quinta colocação em número de óbitos. Atualmente estão registrados 257.396 casos confirmados e 16.941 mortes.
>Bolsonaro sanciona lei que abre crédito para micro e pequena empresa durante pandemia
O psicopata Mongonaro é um verdadeiro debilóide, esse ainda dividirá a ala com o Adélio…
Mortadelada.. ENTENDA e aceite de uma vez. Vocês NÃO VÃO VOLTAR AO PODER. Não há NADA que vocês possam fazer para ter de volta a turma do nove dedos.. a turma nojenta da esquerda no poder! NADA. JAMAIS PERMITIREMOS que vocês voltem ao poder para arrebentar o Brasil novamente. JAMAIS!
Se fosse só ele. Está afundando o país inteiro.