O Ministério da Saúde anunciou no fim da manhã desta quarta-feira (15) o pedido de demissão do secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson de Oliveira, um dos principais auxiliares do ministro Luiz Henrique Mandetta na força-tarefa de combate à pandemia de covid-19. O pedido reforça a tese de que a saída de Mandetta do Ministério é iminente.
Wanderson informou a saída do cargo por meio de carta aos servidores da pasta. No texto ele diz acreditar que Mandetta sai do comando do Ministério “nas próximas horas ou dias”. Leia a íntegra da carta no final da reportagem.
O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Efraim Filho (DEM-PB), disse nesta quarta-feira (15) ao Congresso em Foco que Mandetta (DEM-MS) deve ser demitido do cargo de ministro da Saúde. No entanto, Efraim ressaltou que Mandetta continua focado nas ações contra o coronavírus enquanto ainda estiver no cargo.
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“Mesmo com todos os sinais da demissão, está pela manhã em duas reuniões operacionais, ele está na trincheira, no ministério. Para ele, cada minuto conta e será dedicado ao Ministério da Saúde e ao Brasil”, declarou Efraim.
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O líder da bancada do DEM minimizou a eventual saída do governo do ex-deputado pelo DEM de Mato Grosso do Sul. “Para o Democratas, o foco é no trabalho, o que menos preocupa o Mandetta é o Diário Oficial. Já não é mais surpresa para nós”.
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Um dos vice-líderes do DEM, o deputado Luís Miranda (DF), relatou ao site um diálogo com o ministro. “Ele comentou ontem que provavelmente teríamos um novo ministro essa semana. Estávamos conversando em fazer uma CPI para combater a corrupção em torno da pandemia, pedi a opinião dele e me respondeu isso”.
O deputado Fábio Trad (PSD-MS) não comentou sobre uma eventual saída do governo, mas elogiou a atuação do ministro, que é seu primo. “A última notícia é de que está determinado a vencer a enfrentar a pandemia e atravessar com êxito a jornada”, afirmou.
Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro tem divergido sobre a atuação de combate ao coronavírus desde início da pandemia. O capítulo mais recente do atrito entre os dois foi no último domingo (12), quando o ministro da Saúde deu uma entrevista para o programa Fantástico, da TV Globo.
Durante a entrevista, Mandetta afirmou que é necessário que as estratégias do governo sejam unificadas, pois, no momento, existe uma “dubiedade” que confunde a população que acaba dividida entre seguir as orientações da Saúde ou do presidente. “[…] leva para o brasileiro uma dubiedade: não se sabe se escuta o ministro, o presidente”.
O embate entre as duas autoridades tornou-se público nas últimas semanas. O principal motivo do desentendimento são as orientações de prevenção contra o coronavírus que são recomendadas pelo Ministério e desconsideradas pelo presidente. No último dia 5, Bolsonaro disse, sem citar nomes, que tem ministros achando que são estrelas.
O uso da hidroxicloroquina e medidas de isolamento social são os principais pontos de divergências entre a atuação de Bolsonaro e Mandetta na crise do coronavírus.
A medicação tem sido defendida por Jair Bolsonaro e aliados próximos. A eficácia da substância no tratamento da covid-19 ainda não está comprovada.
O ministro defende as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) de isolamento social. Por sua vez, Bolsonaro acredita que pode haver uma flexibilização, com abertura gradual de comércios.
Leia a íntegra da carta de demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira:
“Bom dia!
Finalmente chegou o momento da despedida. Ontem tive reunião com o Ministro e sua saída está programada para as próximas horas ou dias. Infelizmente não temos como precisar o momento exato. Pode ser um anúncio respeitoso diretamente para ele ou pode ser um Twitter. Só Deus para entender o que o querem fazer.
De qualquer forma, a gestão do Mandetta acabou e preciso me preparar para sair junto, pois esse é um cargo eletivo e só estou nele por decisão do Mandetta. No entanto, por conhecer tão profundamente a SVS, tenho certeza que parte do que fizemos na SVS vai continuar, pois é uma secretaria técnica e sempre nos pautamos pela transparência, ética e preceitos constitucionais.
A maioria da equipe vai permanecer e darão continuidade ao trabalho de excelência que sempre fizeram e para isso não precisam mais de mim.
Foi uma honra enorme trabalhar mais uma vez com você. Para que não tenhamos solução de continuidade, indiquei o meu amigo querido Gerson Pereira para ficar de Secretário interino. Ele é um Profissional excelente e vai dar seguimento a tudo que estamos fazendo.
Vou entregar o cargo assim que a decisão sobre o Mandetta for resolvida. Todos estão livres para fazer o que desejarem.
Tenho certeza que a SVS continuará grande e será maior, pois vocês é que fazem ela acontecer. Minhas contribuições foram pontuais e insignificantes, perto do que essa Secretaria é como uma só equipe. A SVS é minha escola e minha gratidão por ter trabalhado com você será eterna. Muito obrigado por me permitir estar Secretário Nacional de Vigilância em Saúde. Jamais imaginei que seria o primeiro enfermeiro a ocupar tão elevado e importante cargo e o primeiro de muitos que virão.
Muito obrigado!” .
Há que ponto chegamos. Politizar uma pandemia que está matando gente no mundo inteiro. Promover o desmonte de uma equipe de saúde no meio de um dos problemas de saúde pública mais sérios que a humanidade já conheceu, por questões de orgulho ferido e egoísmo é no mínimo, lamentável e triste. Só nos resta rezar e pedir, pois se dependermos do bom senso e equilíbrio de alguns integrantes da política brasileira, estamos perdidos. É tudo que precisamos para batermos mais um recorde negativo e vergonhoso, ou seja, o de maior número de contaminados por covid-19 do mundo.
Se ele sair, a Globo vai usá-lo para atacar o governo.
Parabens Ministro Mandetta (grande Brasileiro) não se submeteu a ignorancia e autoritarismo de caserna velha
Ao que parece ele se submeteu à parte podre da imprensa.