Após sofrer com ataques hackers, o site da Repórter Brasil ficou fora do ar por dois dias e segue instável. Os invasores exigem que reportagens feitas nos últimos três anos sejam excluídas sob pena das ofensivas continuarem.
O veículo completa 20 anos em 2021 e denuncia violações de direitos humanos, investiga cadeias produtivas de grandes setores e atua na prevenção do trabalho escravo. No dia 4 de janeiro a organização publicou investigação jornalística sobre os temas, que teve grande repercussão fora do país.
Após série de ataques terem derrubado o site da @ReporterB no dia 6/01 e e-mails anônimos com ameaças, nossa sede passou por tentativa de arrombamento. No dia 11, os ataques vieram com força, mantendo o site instável. Mas a violência não vai nos parar: https://t.co/WMBn0MeCDt
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— Repórter Brasil (@reporterb) January 12, 2021
De acordo com Leonardo Sakamoto, diretor da Repórter Brasil, desde o dia 6 de janeiro o site vem recebendo ataques de diferentes proporções todos os dias. “Eles estão tentando floodar o acesso e acabam adotando uma série de formas de ataques para garantir que a gente fique fora do ar”, diz.
“Não vamos atender às reivindicações deles. Não vamos ceder”, defende. A Repórter Brasil já comunicou o caso à Polícia, ao Ministério Público Federal e a outras instituições dentro e fora do país. Segundo Sakamoto, essa é uma forma nova de chantagem contra jornalistas.
“Tem uma forma conhecida que é: se você não me pagar tanto eu não libero seu site, ou teu email. Essa é: se vocês não apagarem três anos de reportagens a gente não libera seu site. Isso é uma chantagem que se virar moda junto da imprensa pode colocar em risco [o trabalho jornalístico]”, afirma. “Começar a sequestrar matéria e ter de pagar com autocensura é terrível. Abre um precedente terrível”.
Além do ataque virtual, a sede da Repórter Brasil, em São Paulo, passou por tentativa de arrombamento nos últimos dias. De acordo com Sakamoto, ainda não é possível afirmar que haja conexão entre os fatos.
“Não temos como dizer que uma coisa tem a ver com outra, mas coincidentemente aconteceu uma tentativa de invasão do portão e tudo isso foi noticiado à Polícia. Foi feito boletim de ocorrência. É um tanto quanto surpreendente no momento em que estamos sofrendo ataque desse porte violento, a sede passar por tentativa de arrombamento”, aponta. A Repórter Brasil reforçou a segurança para evitar novos ataques físicos.
Junto ao Congresso em Foco e mais oito organizações, a Repórter Brasil é parte do Canal Reload, uma das iniciativas ganhadoras do Google News Innovation Challenge em 2019, projeto do Google News Initiative para ajudar o jornalismo a prosperar na era digital.
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As chantagens na internet está se tornando algo impressionante.
Dias atrás uma rede social, a “Parler”, foi barrada pelo Facebook, Twitter e Amazon, com o mesmo tipo de chantagem. Até pior, porque a Amazon descumpriu cláusula contratual.
A internet não pode ser usada por nenhum vagabundo que queira “impor” suas ideologias ao público.