Analisando pelo aspecto legal, o vídeo da reunião ministerial não apresenta provas muito consistentes, a despeito de apresentar indícios que podem ser confirmados ou não pelo conjunto probatório. Analisando pelo aspecto político, parecia mais um comício de campanha – tanto que muitos se arvoram em anunciar a vitória da reeleição por conta do vídeo – já que o bolsonarismo é aquilo ali mesmo e é aquilo que os eleitores esperam dele. Já analisando sob o aspecto sanitário, econômico e social é uma tragédia, de uma insensibilidade sem tamanho com o momento que o Brasil e os brasileiros estão vivendo.
>Congresso discute salário mínimo e convocação do general Heleno. Veja pauta da semana
Para entender melhor o sentido do vídeo é preciso inserir a reunião no contexto do momento que o país passa.
A despeito de achar tosco e desapropriado, os palavrões, a linguagem chula, a reunião completamente sem pauta e sem coordenação são expressões do estilo Bolsonaro de governar e foi esse estilo que o elegeu presidente e mantém uma avaliação do seu governo na casa de 30% de bom e ótimo. Portanto, você pode discordar mas não se surpreender com o que viu no vídeo.
Leia também
Na verdade, o que mais incomoda na reunião é o que não foi dito. Num momento de uma pandemia com graves efeito sanitários, econômicos e sociais é escandaloso o silêncio sobre isso em uma reunião ministerial.
As mortes foram ditas como oportunidade, na fala do ministro Ricardo Salles: “Então pra isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de covid-19 e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”.
PublicidadeAs falências de pequenas empresas como prejuízo, na fala do ministro Paulo Guedes: “Nós vamos botar dinheiro, e vai dar certo e nós vamos ganhar dinheiro. Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos para salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”.
Ainda tivemos o ministro da educação querendo prender os ministros do Supremo e a ministra dos direitos humanos querendo prender os governadores e prefeitos.
Mas o que se ouviu de mais relevante, incômodo e barulhento na reunião foi o silêncio sobre ações de proteção à vida dos brasileiros. A reunião é grave pelo que foi dito, mas é muito mais grave pelo que não foi dito. É a omissão, a falta de sensibilidade, a falta de preocupação e, consequentemente, a falta de planejamento para o enfrentamento da crise o que mais incomoda.
É o silêncio sobre mais de 22 mil mortos, sobre mais de 600 mil pequenas empresas fechadas e sobre mais de 1,5 milhão de brasileiros que perderam seus empregos o que houve de mais grave no vídeo da tal reunião.
Não me incomodaram os palavrões, nem a bazófia e nem a fanfarronice! Incomodou-me o silêncio!
Quanto mais bate, mais ele angaria simpatizantes, por ser e cumprir muito do que prometeu em campanha. Apesar de uma resistência absurda, nunca antes vista na história da humanidade, de muitos ávidos em voltar aos tempos da corrupção. Ele é um governante de corrupção zero. Bastou enviar dinheiro para Estados governados e logo a corrupção veio a tona, por parte de alguns, já vezeiros nisso. O homem é imbatível, seja pela sua perspicácia, seja pela incompetência dos seus adversários. Criticar pelo que ele não falou, significa estar no fundo do poço quantos às munições para atacá-lo. Como dizia um filósofo que foi PR e deu início a isso que tivemos até antes das eleições, “ASSIM NÃO DÁ, ASSIM NÃO PODE”.
Ante a fraqueza dos opositores, ele nem precisa de ajuda, embora as manifestações de ontem demosntraram que ele tem apoio incomensurável.
Enquanto isso, o IMPEACHMENT do desembargador Washington Gutemberg Pires Ribeiro, um dos magistrados do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5 – Bahia), suspeito de participar de um esquema de venda de decisões no estado, foi revertido pelo, nunca eleito ministro do STF, Marco Aurélio Mello.
O desembargador havia sido afastado em setembro do ano passado pelo ministro do STJ Humberto Martins, que é corregedor nacional de Justiça e, em dia 30 de abril, o plenário do CNJ referendou a medida e prorrogou o afastamento. Marco Aurélio derrubou a decisão por uma questão meramente processual.
Fonte: Conexão Política
Por que não contaram quantas vezes foi dito a palavra liberdade no vídeo.