Eugênio Pacelli Mattar, irmão do ex-secretário de Desestatização do governo de Jair Bolsonaro, Salim Mattar, foi a pessoa física que mais recebeu recursos da União em 2020. Eugênio ocupou o topo do ranking dos dez maiores favorecidos com recursos públicos no ano passado, por ter recebido um total de R$ 15,2 milhões dos cofres públicos.
Matéria publicada na revista piauí mostra que Eugênio é sócio de Salim na Localiza, empresa de aluguel de carros, que recebia do governo R$ 14,9 milhões. O pagamento foi registrado no Tesouro Nacional quase três meses antes da saída de Salim do Ministério da Economia.
De acordo com a reportagem, a ordem bancária corresponde à devolução de imposto pago indevidamente sobre ganho de capital, com base em uma decisão administrativa da delegacia da Receita Federal em Juiz de Fora (MG), de agosto de 2019. Uma semana depois da saída do secretário, no entanto, Eugênio recebeu um complemento de R$ 282 mil residuais da mesma decisão da Receita.
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O órgão alegou sigilo fiscal para não comentar a decisão. Já Eugênio informou à revista, em nota, que pediu a restituição de impostos cujo pagamento considerou indevido em 2007 e aguardou treze anos pela decisão. Os valores pagos foram corrigidos de acordo com a inflação do período.
Eleições 2020
Ainda segundo a revista, o valor destinado Eugênio é mais de dez vezes maior do que o montante investido pelo irmão do ex-secretário de Desestatização nas eleições de 2020. Ele foi o oitavo maior doador do pleito em todo o país, atrás do irmão Salim, que aparece como o quinto. Eugênio aplicou R$ 1,48 milhão em candidaturas do partido Novo em Minas Gerais.
Rodrigo Antônio de Paiva, candidato do Novo à prefeitura de Belo Horizonte, recebeu a maior fatia da verba, R$ 1 milhão, mas não foi eleito. Já a direção do Novo na capital mineira recebeu R$ 280 mil. O partido só conseguiu emplacar um prefeito, em Joinville (SC), e 29 vereadores. Dados do TSE mostram que o Novo perdeu 15% dos filiados entre janeiro e novembro de 2020.
Ainda assim, a legenda também recebeu doações do ex-secretário de Bolsonaro, Salim. O Novo recebeu R$ 200 mil, dos R$ 2 milhões divididos em candidaturas de 79 municípios. Também receberam R$ 200 mil o candidato do DEM à prefeitura de Recife, Mendonça Filho, que não se elegeu. Já entre os candidatos a vereador, Rodrigo Marinho (Novo-CE), derrotado em Fortaleza, e Fernando Holiday (Patriota-SP), reeleito em São Paulo, receberam as maiores doações de Salim: R$ 50 mil e R$ 35 mil, respectivamente.
Localiza
A reportagem mostra ainda que, juntos, os irmãos Mattar detêm 10,75% das ações da Localiza. Eugênio é diretor-presidente da empresa, mas Salim não ocupa nenhum cargo na companhia. O ex-secretário criticou o atraso da agenda liberal que a pandemia teria imposto ao governo federal. Em um texto do Instituto Millenium, do qual Salim é um dos fundadores, ele diz que o Brasil poderia levar dois anos até se recuperar totalmente do estrago causado pelo coronavírus.
> Bolsonaro se referia ao setor público ao dizer que Brasil está quebrado, afirma Guedes
Ahhhhhhh Micheque e sua rachadinha…