A crise provocada pela disseminação do coronavírus fez despencar o índice de confiança da indústria brasileira em apenas um mês. Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada hoje mostra uma queda de 25,8 pontos, entre março e abril, no otimismo dos empresários. O indicador caiu para 34,5 pontos. Este é o menor índice registrado desde o início da série histórica, em 2010. O recuo mais forte até então tinha sido registrado em junho de 2018 (5,8 pontos), provocado pela greve dos caminhoneiros. Desde o começo do ano, a confiança da indústria diminuiu 30,8 pontos.
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A forte contração na atividade e a elevada incerteza sobre os próximos meses em razão da covid-19 explicam a perda de confiança. Há dificuldades no fluxo de insumos, mercadorias e trabalhadores e as medidas de isolamento social e o consequente “desaparecimento do consumidor” resultaram em grande queda na receita das empresas, observa a CNI.
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Em compensação, as despesas fixas continuam e, nesse momento de maior necessidade, a oferta de capital de giro diminuiu e seu custo aumentou. De acordo com a confederação, a queda na confiança dos empresários vai contribuir para a paralisação dos investimentos, ou seja, para o agravamento da crise econômica.
Até o momento, a insegurança está mais relacionada à incerteza e às expectativas negativas do que à redução das atividades. O Índice de Condições Atuais caiu 20,2 pontos, para 34,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas despencou 28,6 pontos, para 34,7 pontos.
A falta de confiança atinge todos os setores da indústria. O indicador é menor entre empresários da indústria de transformação (34,3 pontos) e da construção (34,8 pontos) e um pouco maior entre os da indústria extrativa (39,1 pontos).
A CNI ouviu representantes de 2.048 empresas, das quais 828 são pequenas, 718 têm médio porte e 502, grande porte. A pesquisa foi feita entre os dias 1º e 14 de abril.
Imagem mostra série histórica de confiança de empresários:
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