Presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson publicou ontem em seu blog uma nota afirmando que conversou pessoalmente com Gim Argello (PTB-DF) e o aconselhou a não assumir a vaga deixada por Joaquim Roriz (PMDB-DF) no Senado.
Para Roberto Jefferson, que foi cassado por envolvimento com o escândalo do mensalão, se assumir, Gim será atacado para poupar o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter despesas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, lobista da Mendes Júnior.
"Gim é frágil, é do PTB, e se nem o PMDB, partido forte no Congresso, foi poupado, não vai ser ele, de um partido pequeno como o nosso, que o será. Vai ser mais uma cortina de fumaça na tentativa de dar tempo a Renan Calheiros para sua difícil defesa. Melhor esperar que tudo seja devidamente esclarecido e deixar que o segundo suplente assuma o cargo", sugeriu.
Marcos Almeida (PMDB), o segundo suplente, já deu indícios de que abriria mão da vaga. Em caso de renúncia coletiva, o Tribunal Regional Eleitoral do DF teria 90 dias para convocar uma nova eleição e não há nada que impeça Roriz de concorrer.
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Licença médica
Apesar do conselho do presidente de seu partido, Gim está decidido a assumir. Segundo o jornal Correio Braziliense, a tática do futuro senador é não correr para tomar posse para não dar a impressão de que está com pressa de desfrutar do foro privilegiado a que têm direito os membros do legislativo.
Para completar, quando tomar posse ele planeja pedir licença médica até que se acalme o turbilhão de denúncias contra ele. Gim é acusado de ter participação no episódio que levou à renúncia de Roriz, a partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões discutida por telefone com o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura.
Roriz afirma que o cheque lhe foi entregue por Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas, e que, após descontar o montante, pegou R$ 300 mil de empréstimo e devolveu o restante ao empresário. A Polícia Civil, porém, tem indícios de que o dinheiro é o pagamento pela mudança de destinação de um terreno na época pertencente ao ex-deputado Wigberto Tartuce. Gim teria recebido R$ 500 mil. (Carol Ferrare)
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Ato de desagravo a Roriz reúne 200 pessoas em Brasília
Cerca de 200 pessoas se reuniram hoje em frente a casa do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) para um ato de desagravo. A elas, Roriz tentou explicar sua renúncia: "Eu não tinha outra alternativa a não ser a que tomei, porque já estava tudo preparado. O esquema estava montado. Mas eu percebi e renunciei para vir às ruas".
Muito popular no DF especialmente por suas ações assistencialistas quando era governador, Roriz não esperava um quorum tão baixo. "O desemprego está tão grande no País, que o povo não tem dinheiro nem para vir aqui lhe der um abraço", tentou explicar o correligionário Rafael Moraes.
Roriz pediu a seus simpatizantes que reajam com serenidade a seu afastamento do Senado. "Eu voltei para o lado o povo onde sempre estive. Voltei para a planície para ficar junto do meu povo fiel e leal. Meu coração está partido, de um lado, com a traição; mas do outro, ao dever de lutar pelo meu povo", disse. Durante o ato, Dona Wesliam, a esposa de Roriz, rezou com os presentes um Pai Nosso e uma Ave Maria.
A manifestação de apoio a Roriz havia sido divulgada ontem na rádio Jovem Pan, do ex-deputado Wigberto Tartuce. Na gravação, o ex-senador dizia: "Tenho recebido diversas manifestações de solidariedade em função da minha renúncia ao Senado Federal. Agradeço cada palavra de carinho, cada oração, cada gesto de solidariedade. Peço desculpas por não ter tido condições de atender a todos, mas neste sábado, às 10 horas, estarei recebendo em minha residência os amigos e amigas que quiserem me visitar", dizia a gravação.
Vigão é o dono do terreno que, após a aprovação de uma mudança de destinação na Câmara Legislativa, praticamente triplicou de valor. A Polícia Civil acredita que o cheque de R$ 2,2 milhões cuja partilha Roriz discutia com o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura pudesse ser uma comissão pela venda do terreno à Aldebran Investimentos, empresa que tem entre os sócios Nenê Constantino.
Roriz afirma que descontou o cheque no BRB por comodidade, ficou com R$ 300 mil como empréstimo e devolveu o restante do dinheiro à Constantino. (Carol Ferrare)
Cristo Redentor é escolhido uma das Sete Maravilhas
O comitê organizador do concurso que escolheu as novas Sete Maravilhas do Mundo acaba de anunciar o Cristo Redentor como um dos eleitos. Não há informação sobre a classificação do monumento brasileiro, mas a campanha pela eleição do Cristo envolveu até o presidente Lula, que utilizou seu programa semanal de rádio repetidas vezes para pedir à população que votasse na estátua.
Em nota oficial, Lula comemorou a eleição do Cristo: "O Cristo Redentor sempre foi uma maravilha do Rio de Janeiro e do Brasil. A partir de agora ele é também uma das sete maravilhas do mundo".
As outras seis maravilhas escolhidas por votação popular são a Grande Muralha da China; a cidade helenística de Petra, na Jordânia; a cidade inca de Machu Picchu, no Peru; a pirâmide de Chichen Itzá, no México; o Coliseu, na Itália; e o Taj Mahal, na Índia.
Com a inclusão do Cristo na lista das sete maravilhas, o governo brasileiro planeja aumentar o fluxo de turistas que vêm do exterior para o Brasil. O país tem outras obras arquitetônicas mundialmente conhecidas, entre elas, a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O Cristo Redentor fica no morro da Urca, no Rio de Janeiro, e foi inaugurado em 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. As obras começaram em 1926.
A estátua, feita em pedra-sabão, foi esculpida pelo francês Paul Landowski, que seguiu um desenho do artista plástico Carlos Oswald. Em 1937, foi declarada patrimônio histórico da humanidade. No ano passado, o Cristo também passou a ser considerado um santuário religioso. (Carol Ferrare)
Matéria originalmente publicada em 7.7.2007. Última atualização às 3h30 de 8.07.2007.
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