O presidente Lula afirmou, neste domingo (5), que não permitirá que a burocracia impeça a tomada de medidas em nível federal para auxiliar na reconstrução do estado do Rio Grande do Sul. “Não vamos deixar que a burocracia seja um obstáculo para restaurar a grandeza deste estado”, declarou Lula, que se comprometeu a liberar recursos para a recuperação das rodovias. Essa declaração foi feita durante a visita do grupo político à região afetada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
As chuvas já causaram 75 mortes, deixaram 103 pessoas desaparecidas e 155 feridas até o momento. A comitiva liderada por Lula, composta por ministros e políticos, desembarcou na Base Aérea de Canoas para avaliar a situação de perto. Entre as autoridades que acompanham o presidente estão os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin.
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Lula disse que o estado vai receber ajuda federal para recuperar estradas, retomar aulas e reconstruir casas. “Eu sei que o estado do Rio Grande do Sul tem uma situação financeira difícil. E eu sei que têm muitas estradas estaduais que estão com problema. Eu quero te dizer que não fique preocupado, porque o governo federal, através do Ministério dos Transportes, vai ajudar você a recuperar as estradas estaduais”, disse Lula ao governador Eduardo Leite (PSDB) durante coletiva de imprensa da qual os dois participaram.
“A educação é uma coisa extremamente importante. É um problema primeira que a gente vai ter como recolocar as crianças para estudar outra vez, como garantir que eles tenham espaço. Então, [o Ministro da Educação] Camilo Santana sabe que, com todo o trabalho que ele tem, fazer com que as crianças voltem a ter aula é uma prioridade tão importante quanto água para beber”, ressaltou.
O estado enfrenta uma tragédia sem precedentes devido às inundações. Antes do pronunciamento de Lula, o presidente da Câmara sugeriu que o Congresso Nacional debata medidas “totalmente extraordinárias”, enquanto Edson Fachin defendeu a possibilidade de adotar um regime jurídico “especial” e “transitório” para o Rio Grande do Sul devido à situação de emergência.
Depois de sobrevoar a região castigada pelas chuvas, Lula enfatizou a importância do Rio Grande do Sul para o país, destacando que é hora de retribuir ao estado pelo seu apoio histórico ao Brasil. As chuvas deixaram 1,06 milhão de imóveis sem água, 418 mil sem energia elétrica e afetaram o funcionamento de 110 hospitais no Rio Grande do Sul.
Além disso, 12 barragens estão sob pressão, conforme relatado pelo governador Eduardo Leite. Durante os últimos dez dias, o Rio Grande do Sul recebeu o equivalente a três meses de chuva, totalizando 420 milímetros de precipitação, segundo informações do governo estadual.
Os alagamentos resultaram no fechamento de 17 hospitais e no funcionamento parcial de outros 75. A situação se agravou quando o Hospital de Pronto Socorro de Canoas ficou inundado, levando à transferência de pacientes por helicóptero. Das 12 barragens sob pressão, duas estão em estado de emergência, cinco em alerta e outras cinco em estado de atenção.
A barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, sofreu um rompimento parcial na quinta-feira (2). Além disso, 1 milhão de imóveis estão sem água no estado, enquanto 418 mil estão sem energia elétrica. Vários municípios estão sem serviços de telefonia e internet devido às enchentes. As rodovias também foram afetadas, com 187 pontos de bloqueio, sendo 142 totais e 45 parciais, segundo o governador. O Aeroporto Salgado Filho está fechado por tempo indeterminado devido a alagamentos na pista e no pátio.
O governador Eduardo Leite destacou as dificuldades enfrentadas pelo estado devido à sua dívida pública com a União e aos limites de gastos impostos. Lula reiterou seu compromisso em superar a burocracia para auxiliar na recuperação do estado e mencionou a criação de um plano para prevenir futuros desastres. A Defesa Civil emitiu um alerta de inundação para 16 municípios da região metropolitana de Porto Alegre, incluindo a capital gaúcha e outras cidades próximas.
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