No meio da zorra, entre filas de carros que chegavam a se cruzar em busca do precioso líquido (só pra deixar claro: estou falando de gasolina, e não de água) recebi uma dessas piadas do WhatsApp que resumem tudo. Num dos pontos de bloqueio onde havia uma faixa pedindo INTERVENÇÃO MILITAR foi uma correria dos diabos quando as forças do Exército chegaram para liberar um caminhão com gás hospitalar. Ué, não estavam pedindo intervenção militar? Ela chegou. Então, por que saíram correndo?
Há quem ponha na conta da desinformação ou da irresponsabilidade as campanhas pela intervenção militar, que pegam carona no movimento dos caminhoneiros. Só os ingênuos caem nessa lorota. O buraco é bem mais embaixo. Por trás de cada uma dessas faixas está um “agente” vinculado à única candidatura que defende abertamente a volta dos militares ao poder.
A campanha militarista tem nome, CPF e mandato. Ainda outro dia, numa entrevista a uma emissora de televisão do Piauí, o deputado Jair Bolsonaro teve o desplante de negar a existência da ditadura militar sob o argumento ridículo de que durante os anos de chumbo não havia tentativas de fuga do Brasil. Nem havia nem houve um ditador, já que um marechal e quatro generais se revezaram no poder. Logo, segundo ele, não teria havido ditadura, por não ter havido um ditador… Por favor, não ria.
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Pregar a volta dos militares é crime, sabia?
A campanha intervencionista, se já poderia ser considerada ilegal mesmo liderada por um parlamentar protegido pela imunidade de tribuna, torna-se criminosa ao ser patrocinada por pessoas comuns, como as que pregam o golpe. É crime pregar e conspirar contra a ordem constitucional. É crime patrocinar o rompimento do estado democrático de direito. É crime estimular a tomada do poder pela força, contra os princípios mais rudimentares da democracia. Pelo menos é isso que está escrito naquele livrinho escrito em 1988.
De um amigo que reside em Portugal recebi outro WhatsApp. Este, defendendo “Intervenção literária já!”. E recomendando que vão estudar, ler livros, conhecer a história, assistir documentários e indicando o livro Infância Roubada, que descreve a situação das crianças atingidas pela ditadura militar. Outro zap, de um amigo residente no Rio de Janeiro, foi ainda mais claro: “Eu apoio a intervenção dos professores de história para explicar o que foi a ditadura militar”.
Insensibilidade com a vida. Conivência com a pregação golpista
Para além da análise rasa da questão, há um surpreendente aspecto de natureza política, que tem passado relativamente batido. O PT e outras forças de esquerda que apoiam o movimento dos caminhoneiros até agora não se manifestaram aberta e oficialmente contra a infiltração dos intervencionistas nem a favor da liberação das vias aos veículos que conduzem remédios e equipamentos hospitalares. Sem tal manifestação, correm o risco de ser acusados de insensibilidade com a vida humana, em risco em hospitais e clínicas. E de conivência com a pregação golpista dos defensores da intervenção.
Até aqui, seja de esquerda, de direita ou de centro, ninguém pode se meter a tirar proveito político-partidário do movimento dos caminhoneiros. Se tentar, vai quebrar a cara. A população, embora sensível ao pleito principal – a redução do preço dos combustíveis – sofre na pele os efeitos da paralisação dos transportes de carga, principalmente a falta de combustíveis nos postos e de gêneros de primeira necessidade nas prateleiras dos supermercados. E começa a criticar a insensibilidade das lideranças sindicais.
Todo líder sindical que toma a frente de uma paralisação de atividade que afeta diretamente a população tem de ser sensível para identificar o momento em que é preciso suspender o movimento, sob pena de perder o apoio inicial da opinião pública. Ao que se sabe, a manifestação dos caminhoneiros atingiu todos os objetivos. Eles conseguiram por o governo de cócoras. Ajudaram a desmascarar a política de preços cruel da Petrobras e a sanha arrecadatória do governo. Ganharam até mais do que esperavam. Passa da hora de o país voltar à normalidade.
Tomara que esta coluna esteja superada
Escrevo esta coluna na quarta-feira, na expectativa de que, ao ser publicada, o movimento dos caminhoneiros tenha se encerrado, a gasolina tenha chegado aos tanques e a cerveja já esteja de volta às prateleiras. Como dizia um outro WhatsApp desses engraçados, que trazia uma menininha imitando os pais, com aquela voz infantil e o dedinho levantado:
– Um, dois, três: deu. Deu por hoje.
Deu… por enquanto. Porque agora todas as categorias sabem o que faz o governo se mexer.
Do mesmo autor:
<< Ao seu lado, um racista, homofóbico e misógino concorda com a tortura
<< Levanta do berço esplêndido, Brasil, que o bicho tá pegando!
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Crime, é pregar a manutenção de BANDIDOS e PARASITAS na vida pública!
Existe pena de morte para crime de lesa-pátria!
Se a sociedade for às ruas e pedir a Intervenção Militar, ela acontecerá e a FAXINA GERAL será feita, inclusive nas Forças Armadas!
Vão levando do jeito que está, para ver se não acontece a guerra civil!
Bela ditadurinha!
Se tivesse fuzilado seus opositores sem julgamento, como fizeram as DITADURAS comunistas, o Brasil não tinha sido saqueado pela raça maldita!
Ao ingênuos e “viajantes na maionese”, que clamam por uma intervenção militar, tenho duas perguntas:
1) vcs acham mesmo que os militares são super-heróis, tipo o Capitão América ou o Batman, que vão nos salvar de todos os bandidos, impostos altos, etc.????
2) Não seria mais fácil, menos custoso, menos sangrento, menos violento, tirar os bandidos do poder através do voto??? Que tal se a gente aprendesse a votar??? Não seria mais fácil???
O brasileiro na sua grande maioria vota em troca de alguma coisa. “barganhando” o voto ele se torna isca fácil nas mãos dos corruptos mas pq ele é corrupto também..De que maneira vc quer tirar alguém pelo voto? Assim é difícil
Mas ainda acredito que a melhor forma de tirar os corruptos é pelo voto. Tento fazer a minha parte na hora do voto, não é com um golpe militar e colocando déspotas no poder que vamos mudar o país.
Acho incrivel a petulancia destes TRAFICANTES de “noticias”! Quer dizer entao que é criminoso querer e pleitear um novo regime militar? Nao, nada pode ser tao tosco, ou tao pueril, quanto defender o indefensavel, coisa que esta esquerdalha da midia pratica ininterruptamente, sem o menor pudor! Traficantes, seja la de que materia “prima” for, so merecem uma coisa: ver o sol nascer quadrado. Nem sequer a decencia de cumprir seu “juramento” de formatura sao capazes. Vai escrever tranqueira la longe!
Na verdade a quem interessa esta “democracia”? Não é que os cidadãos “querem a intervenção”, são os “democratas imorais, irresponsáveis e corruptos” que estão impondo esta vontade. Os militares erraram um pouco, sem dúvida, entretanto, os “democratas” acertaram alguma coisa? Temos mais saúde? educação? segurança? carga tributária? corrupção? impunidade? enriquecimento com nossos impostos? Melhorou a infraestrutura do pais? o emprego? nossa credibilidade enquanto pais? nosso IDH? Ora, não estamos preocupados com quem vai mandar mas sim com o respeito que merecemos e pagamos muito caro por isto. Aos que defendem esta “democracia”, procurem imaginar o que teriam feito os militares se ao invés de uma carga tributária de 16% tivessem os quase 40% do PIB à disposição.
Bem pensado..(impostos).E tem mais: Uma frase atribuída a um ex presidente americano fala mais ou menos assim: “o preço da liberdade é a eterna vigilância”. Alguém sabe o que é respeito às leis? ao ser humano? O populismo distorceu tudo isso colocando no mesmo saco de maldades qq pensamento ou conduta que vá a favor dessa frase. Fora que é um sistema que emburrece as pessoas e as deixam vagabundas porque não buscam nada, não almejam nada. Só querem viver nas costas do estado..Enfim, um bando de parasitas e um bando de massas de manobra..
O colunista diz que o buraco é mais embaixo.
Ora, mas os intervencionistas existem não é porque existe um candidato de extrema direita, mas sim porque o problema real existe, isto é a população cada vez mais empobrecida que sempre são os primeiros a sentir na pele que dias piores poderão vir em breve.
Evidentemente que os que ocupam posições de destaque na sociedade está muito longe de sentir na pele os efeitos da crise.
Fazendo uma analogia ” um cardume ao sentir a aproximação da rede pulam para todos os lados para escapar’, maso que não sentem essa aproximação nadam tranquilas.
Outro aspecto: Empobrecida moralmente. Aumento da violência, moradores de rua, usuários de drogas, fora outros..
Dicotomia né meu caro…Seu amigo prega a leitura como forma de conhecimento, ok? E os que não apoiam o militarismo? Também o fazem? Não que eu seja a favor da volta do militarismo mas vamos lá, tem um grande vácuo nessa história e muitos querem se beneficiar dele. As pessoas que buscam a volta dos militares o querem pq estão cansadas dessa situação de que qto pior melhor, (pregada pelos populistas). Elas querem as coisas mais ordenadas e mais segurança, em outras palavras: Elas querem que as coisas “funcionem”. Aqueles que são contra são a favor principalmente dos “privilégios” que o populismo trouxe e querem perpetuá-lo. No meio disso tudo está uma parte da população que não quer uma coisa nem outra. Entendem que o populismo quer um Estado cada vez mais inchado, segurança não existe, educação não existe e o que é pior: Nós é que pagamos a conta pq ralamos a semana toda..