O PSB instaurou um processo contra os 11 deputados federais que contrariaram a posição do partido para votar a favor da reforma da Previdência. A medida, tomada nesta segunda-feira (15), pode levar até à expulsão desses parlamentares e será replicada pelo PDT na próxima quarta-feira (17). Mesmo assim, é possível que a decisão final sobre o tipo de penalidade que será aplicada a esses deputados seja tomada apenas em agosto, depois do segundo turno da reforma.
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Presidente do Comitê de Ética do PSB, Alexandre Navarro explicou que uma representação contra os parlamentares que apoiaram a proposta que muda as regras da aposentadoria brasileira na Câmara dos Deputados foi apresentada logo após a aprovação do texto-base da reforma. E essa representação foi aceita pelo presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira. Nesta segunda, então, o Comitê de Ética se reuniu em Brasília para dar início a esse processo.
“Hoje fizemos uma reunião para analisar a pertinência da representação. A decisão do diretório havia sido votar contra o texto principal da reforma da Previdência, mas alguns deputados votaram diferente dessa orientação. Isso dá pertinência para recebermos a representação e começar a instruir processos para depois passar para o diretório nacional tomar uma decisão”, justificou Navarro.
Com isso, os 11 deputados processados serão notificados e terão dez dias para apresentarem suas defesas. Com base nisso, o Conselho de Ética vai orientar o diretório nacional do PSB sobre quais penalidades podem ser aplicadas a esses parlamentares, que representam um terço da bancada do partido na Câmara. “Vamos dar nossa indicação. A decisão final é do partido. Mas a punição pode ir desde uma advertência até a expulsão do partido, passando pela perda de prerrogativas que o partido tenha lhe conferido na Câmara, como a presença em comissões, o horário de liderança e de discurso”, contou Navarro, explicando que a punição varia de acordo com o grau de infidelidade partidária.
É possível, contudo, que a decisão final sobre o tipo de punição que será aplicado a esses deputados só saia em agosto. Afinal, o voto desses parlamentares ainda pode mudar na votação em segundo turno da reforma. “Acho que é um ingrediente para você rediscutir a posição do partido”, admitiu Navarro.
PDT
Contrariado por oito dos seus parlamentares na votação da reforma da Previdência, o PDT também vai instaurar um processo contra esses dissidentes no seu conselho de ética. O processo, segundo o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, será aberto na quarta-feira (17) e vai atingir parlamentares como Tabata Amaral (PDT-SP).
Fundado por Tabata e políticos como o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), que está entre os processados pelo PSB, o Movimento Acredito criticou a medida nas redes sociais. O movimento disse que essa situação mostra que “partidos são barreiras à renovação”.
Uma pura bobagem. Perda de tempo. O que vai contar mesmo pra mim, pelo menos, é que na próxima eleição lembrarei que o PDT foi um dos partidos que apoiaram o massacre contra nós trabalhadores. Eu que sempre votei no PDT, desde a época de Leonel Brizola, jamais voltarei a votar nesse partido traidor. Não tem a menor importância pra mim saber que os deputados “x” e “y” foram suspensos ou expulsos do partida. Pra mim o que vale é o fato de o PDT ter, pelo menos em parte, votado contra os meus direitos. PDT NUNCA MAIS.
Cada deputado deve votar de acordo com o seu partido.
Assim sendo, acho que os dissidentes deveriam procurar um partido que lhes desse autonomia de pensamento, que não os obrigasse ao fechamento de questão.