Eduardo Militão
O DEM chamou para si o mérito pela desfiliação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que, oficialmente, pediu para sair do partido na tarde desta quinta-feira (10). Em entrevista coletiva, o presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), e os líderes na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e no Senado, José Agripino (RN), louvaram a atitude do partido. Na concepção deles, Arruda antecipou-se porque sabia que seria expulso. O efeito prático de sua saída, portanto, seria o mesmo da expulsão. Ao mesmo tempo, deixaram de lado as denúncias contra o vice, Paulo Octávio, e preferiram não se manifestar sobre uma eventual conveniência de mantê-lo como opção ao Palácio do Buriti nas eleições de 2010.
Acompanhado pelos líderes, Rodrigo Maia avisou que o vice não está tão implicado quanto Arruda. “São situações diferentes, porque não tem gravação e nem vídeo contra ele”, afirmou, no final da tarde de hoje, na sede do DEM, no 26º andar do Senado, em Brasília.
Agripino e Caiado não aceitam que se diga que Arruda pediu desfiliação. “Ele antecipou um fato que já estava consumado”, disse o deputado Caiado. Para ele, há “um novo momento na política”, porque um partido ousou desfiliar uma grande autoridade flagrada recebendo dinheiro vivo supostamente fruto de propina.
O líder no Senado disse que isso deve motivar o eleitor de Brasília a, nas próximas eleições, entender que o DEM é um partido diferente. “O partido obrigou a desfiliação de seu único governador”, destacou Agripino. “Será que o povo de Brasília não vai entender que o DEM não convive com impunidade?”
Momento adequado
Com a saída de Arruda da legenda, ele fica impedido de concorrer nas próximas eleições. Ao mesmo tempo, Paulo Octávio permanece no DEM e, em tese, pode disputar o governo do DF e suceder Arruda. Entretanto, Rodrigo Maia, Agripino e Caiado não querem falar dessa hipótese.
“Eu ainda não tenho a capacidade de antever”, disse Caiado. Rodrigo Maia foi outro que preferiu não se ater ao tema. “A questão do Distrito Federal nós vamos tomar no momento adequado.” Com a desfiliação de Arruda, Maia chegou a afirmar que a decisão do partido encerrava o caso.
Agripino ponderou que Paulo Octávio não será poupado se surgirem novos fatos contra ele. O líder do DEM no Senado disse que haverá “cautela” para não acontecer nenhuma injustiça nos julgamentos.
Distrital
O DEM decidiu que a apuração contra o presidente afastado da Câmara do DF, o distrital Leonardo Prudente, será feita pelo diretório regional. Flagrado colocando dinheiro nas meias, ele deverá ser julgado por seus colegas de partido do Distrito Federal. A direção nacional, porém, alerta: se tal julgamento não acontecer, poderá haver intervenção.
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