O atual secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, participou de operações policiais que totalizaram 16 homicídios. O levantamento foi feito pela revista piauí na edição de maio. Ainda segundo a reportagem, apenas em um período de três anos e nove meses, o secretário tomou parte de intervenções que vitimaram ao todo dez pessoas.
Oficial da Reserva da Polícia Militar de São Paulo (PM–SP), Guilherme Derrite é ex-deputado federal. Em 2018, foi eleito com 119 mil votos para representar o estado na Câmara dos Deputados e compor a bancada do PP.
Nas últimas eleições de 2022, já filiado ao PL, Derrite foi reeleito com 239 mil votos, pouco mais que o dobro de 2018. O ex-policial, porém, trocou o Congresso pela Secretaria de Segurança Pública a convite do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Durante sua carreira na PM, aponta a piauí, Guilherme Derrite esteve envolvido em sete inquéritos que, juntos, investigam um total de 16 mortes. A reportagem teve acesso aos seis primeiros após consulta da certidão criminal de Derrite no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outro inquérito, porém, não constava na certidão apresentada para o órgão eleitoral.
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A operação policial, no caso, culminou em seis mortes, além da prisão de três policiais por tortura e assassinato. Foi esse episódio, inclusive, que motivou a saída de Guilherme Derrite da Rota, pelotão comandado por ele de 2010 a 2013. A justificativa para o afastamento diz respeito à alta letalidade do ex-policial.
Apesar disso e da participação do atual secretário de Segurança de São Paulo nestes inquéritos, a reportagem esclarece que não significa que tenha sido Derrite o executor dessas 16 pessoas, apenas que ele participou das operações que resultaram nestes homicídios. As circunstâncias das mortes estão sob investigação.
PublicidadeCondenado a 102 anos, o ex-policial Wallace Oliver Faria, que fazia parte de um grupo de extermínio da polícia de São Paulo em Osasco, na zona oeste da capital, disse à Defensoria Pública do estado em 2019 que Derrite tinha “comando total” e pleno conhecimento das ações do grupo.
Questionado pela piauí acerca da denúncia, Guilherme Derrite disse lamentar “que as acusações infundadas, colocadas a partir da denúncia de um criminoso que cumpre pena neste momento, tenham espaço”.
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