20 de setembro de 2005
Chefe-de-gabinete do deputado José Janene (PP-PR), João Cláudio Genu, em depoimento à CPI do Mensalão
Repetiu a declaração dada pelo presidente do partido, deputado Pedro Corrêa (PE), e disse que só recebeu R$ 700 mil do PT por intermédio do empresário Marcos Valério. Segundo ele, houve dois saques de R$ 300 mil feitos na agência do Banco Rural, em Brasília, e outros R$ 100 mil recebidos diretamente de Simone Vasconcelos, diretora-financeira da SMPB, em um hotel em Brasília.
16 de setembro de 2005
Presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), em depoimento à CPI do Mensalão
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Disse que João Cláudio Genu só tinha autorização para sacar R$ 700 mil das contas do empresário Marcos Valério, na agência do Banco Rural em Brasília. Segundo Corrêa, , Valério teria repassado, por ordem do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, R$ 300 mil no dia 17 de setembro de 2003 e mais R$ 300 mil no dia 24 do mesmo mês. Em janeiro de 2004 teriam chegado mais R$ 100 mil. Esses recursos teriam sido usados integralmente para pagar os honorários do advogado Paulo Goyaz, defensor do deputado federal cassado Ronivon Santiago (AC). “Nenhum outro saque feito por Genu era de conhecimento do partido nem foi autorizado pelo partido”, garantiu.
31 de agosto de 2005
Paulo Goyaz, advogado do deputado Ronivon Santiago (PP-AC), à Folha de S.Paulo
Depois de Severino, foi a vez do advogado Paulo Goyaz, que atende ao deputado cassado Ronivon Santiago (PP-AC) dar a sua versão sobre os recursos. Mas deu outros números. Disse que para defender o deputado de 36 ações judiciais por suposta compra de votos recebeu R$ 1 milhão em dinheiro. Ao se escudar em “sigilo profissional”, Goyaz não informou ter recibos nem contratos assinados com o PP. “Recebi quase R$ 1 milhão. Descontados impostos, deu R$ 700 mil líquidos. O valor me foi entregue em dinheiro, na tesouraria do PP, que fica em uma sala da Câmara”, disse Goyaz, ao tentar justificar a discrepância de valores. O advogado ressaltou ainda ter outros R$ 240 mil a receber.
30 de agosto de 2005
Severino Cavalcanti, então presidente da Câmara, em entrevista à Folha de S.Paulo
Afirmou que João Cláudio Genu “sacou setecentos e poucos mil reais” para pagar “serviços profissionais de advogados dos processos que existem contra o deputado Ronivon Santiago”. O dinheiro, segundo Severino, fio entregue aos advogados. Não soube explicar a diferença de R$ 150 mil que apareceu nos saques feitos por Genu no Rural.
21 de julho de 2005
Líder do PP na Câmara, deputado José Janene (PP-PR), em entrevista ao Jornal do Commercio
Admitiu que o João Cláudio Genu, chefe-de-gabinete dele, havia sacado para o partido R$ 1,35 milhão do PT. O dinheiro era para saldar dívidas de campanha de 2002. “O PT ficou de ajudar os partidos que estavam dando apoio ao governo. Tínhamos que deixar o partido em ordem para 2004. Eram saldos devedores de 2002. Tentamos fechar alianças com o PT para as eleições municipais. Como isso não aconteceu, o repasse cessou”, explicou o líder ao jornal.
07 de julho de 2005
Chefe-de-gabinete do deputado José Janene (PP-PR), João Cláudio Genu, em depoimento à Polícia Federal
Admitiu que recebera “quantias em dinheiro a pedido da direção do partido”. Não sabia qual era o valor dos saques. Recebia as ligações de Barbosa* avisando da necessidade de sacar dinheiro no gabinete do deputado José Janene, no gabinete da Comissão de Minas e Energia ou no gabinete da liderança do partido. Após a orientação de Barbosa, confirmava com José Janene e Pedro Corrêa para fazer os saques na agência do Banco Rural, em Brasília e, uma vez pelo menos, no Hoteml Gran Bittar, encontrar-se com a diretora-financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos.
6 de junho de 2005
Presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), em nota oficial
“Afirmo veementemente que não tenho conhecimento de que nenhum membro do Partido Progressista tenha recebido ajuda financeira do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), senhor Delúbio Soares”, declarou, sobre a denúncia de Roberto Jefferson. Uma semana depois, no dia 13, o líder do partido, José Janene, entrou com uma representação por crime de imprensa, por calúnia e difamação, contra Jefferson.
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