Paulo César Santos Souza, morto com cinco tiros na frente da família, em 2009. Márcio Amaro, assassinado em casa diante da mãe e da esposa, em 2010. Almir Nogueira de Amorim e João Luiz Telles Penetra, mortos com pés e mãos amarrados a seus barcos, virados de cabeça para baixo, em 2011. Quatro militantes da Associação dos Homens do Mar tiveram o mesmo destino após se mobilizarem contra as obras do Comperj na Baía de Guanabara.
Os crimes não foram esclarecidos até hoje, mas evidenciam o grau de tensão sobre as águas da Baía de Guanabara, que abrange sete municípios fluminenses. A disputa começou em 2007, quando a Petrobras iniciou em Magé a construção de dutos para o transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP) para o complexo.
Em abril de 2009, os pescadores ancoraram seus barcos e paralisaram os dutos por 38 dias. No dia 22 maio, uma auditoria da prefeitura interditou a obra ao constatar 42 irregularidades ambientais. Na mesma noite, Paulo César foi assassinado. Os demais pescadores foram mortos dias depois de outras mobilizações da entidade contra a empresa.
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Em setembro do ano passado, Fabiano Augusto da Costa, que respondia pelo assassinato de Almir e Penetra, foi absolvido pelo tribunal do júri. Está em liberdade. Era o único que estava preso pelos crimes que mancharam de sangue a Baía de Guanabara.
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