As eleições municipais vão movimentar Brasília neste ano, ainda que a capital não tenha prefeito nem vereadores. As disputas em outros municípios podem mudar os ocupantes de até 57 cadeiras no Congresso Nacional, hoje ocupadas por deputados e senadores que se colocam como pré-candidatos para o pleito de 2024.
O cenário deve ficar mais claro a partir deste sábado (20), data inicial para que partidos políticos e federações realizem convenções para escolher seus candidatos e candidatas para as eleições. O período se estenderá até 5 de agosto.
Levantamento realizado pelo Congresso em Foco mostra que 69 deputados e deputadas se lançaram como pré-candidatos à prefeitura de 57 municípios — a diferença vem do fato de que, em algumas cidades, há mais de um parlamentar federal na corrida. Em São Paulo, por exemplo, a disputa reúne três parlamentares: Guilherme Boulos (Psol), Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União Brasil) disputam o Executivo da capital paulista.
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As duas principais bancadas da Câmara são também responsáveis pelo maior número de deputados pré-candidatos nas eleições. O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, hoje apresentam pré-candidaturas de treze parlamentares cada um. Haverá embate direto entre as duas siglas em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, onde devem concorrer os deputados Marcos Pollon (PL) e Camila Jara (PT).
Diminuição de pré-candidaturas
Pré-candidaturas, como o nome indica, ainda não foram oficializadas e podem ser alteradas por articulação interna dos partidos ou ainda por alianças com outras siglas. Assim, há possibilidade de o número de congressistas que realmente sairá como candidato aumentar ou diminuir até o registro das candidaturas.
Em relação ao último levantamento feito pelo Congresso em Foco em abril, houve a diminuição de nove pré-candidaturas. Um exemplo é Otoni de Paula (MDB-RJ). Antes pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado aliou-se ao atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), e se tornou seu coordenador da campanha.
Em Curitiba, a situação também mudou com o PT. No levantamento de abril, ainda havia indefinição de qual seria o nome indicado pela sigla: Gleisi Hoffmann, Zeca Dirceu ou Carol Dartora — todos deputados. Na prática, os três eram pré-candidatos na luta pela oficialização. O partido, no entanto, decidiu não lançar candidatura própria e apoiar o também deputado Luciano Ducci (PSB-PR) na disputa.
Do lado do PL também houve desistências. Capitão Alden (BA) desistiu da pré-candidatura em Feira de Santana (BA). O deputado Gustavo Gayer (GO) também deu para trás na disputa pela capital estadual Goiânia. O partido escolheu o deputado estadual Fred Rodrigues para o lugar que Gayer pleiteava.
Portanto, as pré-candidaturas são voláteis e podem mudar, com a possibilidade de mais ou menos nomes saídos da Câmara oficializados como candidatos de fato.
Deputados licenciados e suplentes
Neste levantamento, feito com dados referentes ao período de 12 a 15 de julho, não foram considerados os deputados que estão licenciados. Alguns deles, inclusive, são pré-candidatos a prefeito, como Carlos Jordy (PL-RJ), por Niterói, e Ruy Carneiro (Podemos-PB), que está na disputa pela capital João Pessoa.
Já os suplentes que assumiram cadeiras na Câmara e que são pré-candidatos nas eleições de 2024 foram considerados no levantamento do Congresso em Foco. É o caso de Délio Pinheiro (PDT-MG), que concorre por Montes Claros; Dr. Benjamim (União Brasil-MA), na disputa por Açailândia; Hélio Leite (União Brasil-PA), por Castanhal; e Loreny (Solidariedade-SP), pré-candidata à prefeita de Taubaté. (Colaborou Williane Felipe)
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