Depois de nove dias de paralisação dos policiais militares, a população do Espírito Santo tenta voltar à normalidade. Quase todas as linhas de ônibus da região metropolitana de Vitória retomaram a circulação. Grande parte das escolas da rede estadual e os atendimentos de urgência e emergência nos hospitais públicos também devem ser retomados. Segundo os governos estadual e municipal, o expediente nas repartições públicas será normal nesta segunda-feira (13). Mas o clima entre os moradores ainda é de apreensão e desconfiança.
Os policiais militares começaram a voltar às ruas no sábado (11) após acordo entre representantes da categoria, o governo e o comando-geral da PM. Estima-se que mais de 1,2 mil retornaram ao trabalho nesse domingo (12). Esse número representa pouco mais da metade do contingente normal disponível para o atendimento na rua. A corporação é composta por mais de 10 mil homens e mulheres.
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A segurança tem sido feita, nos últimos dias, por mais de 3 mil integrantes das Forças Armadas e da Força Nacional que atuam no Espírito Santo para suprir a ausência dos policiais militares, amotinados desde que mulheres e outros familiares passaram a impedir a saída dos tropas dos batalhões. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol), houve pelo menos 144 mortes violentas em todo o estado desde o início do movimento. Em todo o mês de fevereiro de 2016, foram registradas 122 mortes violentas, conforme registros oficiais.
Os policiais reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho. O governo capixaba, no entanto, alega não ter condições de melhor o salário da categoria. As mulheres dos policiais militares, que são impedidos por lei de fazer greve, afirmam que só deixarão a porta dos quartéis após o governo aceitar melhorar a remuneração de seus maridos.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o governo do estado criará um grupo especial de investigação para encontrar os responsáveis pelos homicídios recentes, bem como averiguar a suspeita de que teriam sido cometidos assassinatos por grupos de extermínio com a participação de policiais militares. Jungmann ressaltou ainda que familiares de PMs ainda permanecem nos quartéis porque têm o apoio dos grevistas remanescentes. “As mulheres dos PMs continuam lá porque contam em alguma medida, ou muita medida, com o apoio daqueles que se encontram aquartelados. No nosso modo de entender, isso não condiz com aqueles que usam fardas. Isso tem que parar”, afirmou.
As negociações devem continuar esta semana. O ministro da Justiça, José Levi Mello do Amaral Júnior, retornará a Vitória nesta segunda-feira para acompanhar os trabalhos da Força Nacional e o desenrolar da situação na cidade. Levi esteve em Vitória no sábado, juntamente com comitiva ministerial, da qual fizeram parte também o ministro da Defesa, Raul Jungmann; do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen; e da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy.
Com informações da Agência Brasil
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