Segundo informações do sistema de investigações privado do padrinho de batismo do tio de um amigo meu, o tratamento contra o coronavírus que acometeu o presidente da República Popular do Bundão foi realizado com a vacina de plasma de cavalo.
Cientistas de vários países foram até o laboratório responsável pela vacina, refizeram os testes, sempre acompanhados pela imprensa mundial e, no sábado passado, anunciaram o resultado em entrevista coletiva.
O relatório de três cientistas apurou que, realmente, a vacina de plasma de equinos apresentou resultados surpreendentes na cura do vírus, mas com efeitos e sequelas desconhecidos. Em power point, apontando com o laser, enumeraram:
A vacina faz efeito na cura do SARS-CoV-2 .
O principal efeito da aplicação é que o paciente, em cerca de 60 dias, sofre de pânico e desorientação momentânea.
Indivíduos com comportamento anormal desde a infância apresentaram reações distintas; se agressivos, após os sessenta dias, passaram a ser mais tranquilos e sociáveis como se tivessem passado por treinamento intenso em estrebarias para obedecer comandos dos instrutores.
Na segunda fase, alguns deixaram o cabelo crescer em forma de crina e, repentinamente, saíam do caminho determinado, relinchando, dando coices e balançando as ancas.
Na terceira fase, com a dentadura proeminente e orelhas longas, saíram em passeios entre multidões e chamaram crianças para subirem em seu lombo. Até mesmo um anão foi pego à força para alcançar a altura do animal.
A solução possível para resolver o problema seria reverter a aplicação, porém, nos estudos dos cientistas locais não houve o cuidado para anular os efeitos da vacina. O presidente estava piorando e não parava de sair às ruas, agredindo os profissionais de mídia que ainda restavam no país.
Dia desses, o quase equino respondeu a um jornalista do “Sem Fronteiras” que furou a segurança e que fez a seguinte pergunta sobre uns depósitos feitos na conta bancária de sua esposa:
– Presidente, o que o senhor tem a dizer sobre uns valores que entraram na conta da sua esposa?
– A vontade que tenho é encher a sua boca de porrada.
– Fique à vontade, respondeu o repórter. Só gostaria de avisá-lo que sou lutador profissional MMA e não devo lutar contra idosos ou deficientes. Determine o afastamento dos seus seguranças, os cem que o rodeiam, pois não serei capaz de encher suas bocas de porradas, como farei com a sua.
O presidente recuou, relinchou, deu um coice em um guarda-costas, empinou e saiu em desabalada carreira em direção às estrebarias do palácio, onde chegou de cabeça baixa e rabo entre as pernas. Foi socorrido por um veterinário que determinou o uso de cabresto e antolhos todas as vezes que sair às ruas.
O repórter, antes de ser preso, se refugiou em uma embaixada de país neutro.
Deixe um comentário