Se você mora em São Paulo e, felizmente, não foi vítima da violência, é muito provável que conheça alguém que tenha sido ou que tenha presenciado um caso. A sensação de insegurança está crescendo de forma alarmante, influenciando decisões cotidianas como o melhor horário para sair de casa, o trajeto a ser seguido, se devemos ir a pé ou de carro, se podemos parar em determinado semáforo e correr o risco de ter os vidros quebrados, e até mesmo qual aparelho celular levar conosco. Há pessoas que chegam a carregar dois celulares: um de menor valor para eventualmente entregar ao ladrão e o outro de uso pessoal. Seria cômico, se não refletisse uma trágica realidade.
No primeiro semestre de 2023, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo registrou mais de 65 mil casos de roubos e furtos de veículos, equivalente a uma média de 15 veículos roubados ou furtados por hora. No centro da capital foram 16.569 ocorrências de roubo. A presença e as consequências da Cracolândia têm afetado profundamente a segurança e o cotidiano de moradores e comerciantes da cidade de São Paulo, levando alguns a fechar suas lojas físicas e migrar para o ambiente virtual devido à insegurança.
Uma loja de eletrônicos, no centro da cidade, sofreu três assaltos em menos de 15 dias, levando o proprietário a estimar um prejuízo superior a R$ 400 mil. Ainda no final de janeiro, centenas de pessoas, incluindo dependentes químicos da Cracolândia, invadiram e saquearam uma loja de câmeras de segurança resultando na perda da maioria dos produtos em cerca de cinco minutos. Atualmente, existem 2.000 lojas abertas na Santa Ifigênia, mas há uma década esse número era de cerca de 15 mil. A União dos Lojistas da região aponta que nos últimos três anos houve o maior fechamento de negócios na área com as vendas diminuindo em média 40%.
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Além dos comerciantes, os moradores do centro de São Paulo também estão sofrendo intensamente com a escalada da violência e criminalidade na região. Enfrentam arrastões em plena luz do dia, ficam sem energia elétrica devido ao roubo de cabos, veem escolas fechando suas portas. O medo de sair à noite tornou-se uma realidade cotidiana, levando muitos a se mudarem para áreas consideradas mais seguras, numa tentativa de escapar do ambiente de medo.
Se engana quem pensa que os prejuízos causados pela falta de segurança se restringem apenas às vítimas diretas dos assaltos. A insegurança abala não apenas o bem-estar e o patrimônio das pessoas, mas também a estabilidade e o desenvolvimento do país como um todo, prejudicando o ambiente de negócios, desencorajando o turismo e minando a confiança na capacidade do governo de proteger seus cidadãos.
Este cenário cria um círculo vicioso que impacta todos os brasileiros, direta ou indiretamente. Uma pesquisa realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) indica que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderia registrar um aumento adicional de 0,6% se as taxas de criminalidade fossem reduzidas ao patamar médio global. Isso é um grande alerta, pois o PIB nos mostra se a economia de um país está indo bem, contando tudo o que é produzido e vendido. A violência afasta investidores, faz as empresas gastarem mais com segurança e seguros, e espanta consumidores e turistas. A violência impacta não só nosso dia a dia, mas nossa economia e desenvolvimento.
Nossa mão de obra também é fortemente impactada. Com casos de homicídios, perdemos produtividade e anos de escolaridade. Existe também o custo de hospitalização e dias perdidos de trabalho.
Caso medidas eficazes não sejam implementadas imediatamente, corremos o risco de ver essas áreas transformadas em zonas dominadas pelo crime organizado, verdadeiras “terras de ninguém”, onde a lei e a ordem são constantemente desafiadas e os recursos públicos incessantemente desperdiçados.
Precisamos alocar recursos no fortalecimento das forças policiais com equipamentos modernos, treinamento, tecnologias de vigilância e análise de dados para prevenção do crime. É fundamental garantir que o Judiciário seja eficaz e rápido na resolução de casos, reduzindo a impunidade que frequentemente encoraja a criminalidade e gera medo no cidadão. Um esforço conjunto para enfrentar organizações criminosas deve ser acompanhado por políticas públicas que reduzam as chances de jovens entrarem para a criminalidade, como programas de educação e profissionalização, oferecendo alternativas viáveis à juventude brasileira. A colaboração entre o Poder Público, a Justiça e a sociedade é essencial para criar um ambiente seguro e justo.
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O foco é o judiciário. A polícia prende e o judiciário industrializou a Custódia que começa com pagamento de propina nas Delegacias e para PM e policiais civis. Quando chega para o juiz paga fiança e soltam, não há reabilitação e reempregabilidade como fiança de solteira. O delinquente sai da Custódia ou cadeia prontinho para roubar velhos e crianças, celular e arrombar carros e casas e roubar. Ele não aprendeu função alguma e não tem coerção penal que lhe faça trabalhar e se sustentar. Sem dizer que a maioria e analfabeto ou alfabetizado funcional, sabe assinar o nome. E, os governantes que investem apenas em polícia com o Tarcísio e Romeu Zema financiam o crime organizado e os discursos de falsas estatísticas de que no governo dele a criminalidade reduziu 50%. 🤥 Mentira.