O ex-presidente Lula (PT) afirmou, nesta quinta-feira (7), que é contra o aborto. A fala ocorreu em entrevista à rádio Jangadeiro BandNews, de Fortaleza (CE), dois após Lula defender a legalização do procedimento. Apesar de ser contrário, o pré-candidato à Presidência da República reafirma que o tema é uma questão de saúde pública.

“Essa pergunta já chegou pra mim umas mil vezes: eu sou contra o aborto, mas é preciso transformar numa política pública. Mesmo eu sendo contra, ele existe, ele se dá com uma pessoa de alto poder aquisitivo, ela vai ao exterior e se trata. E o pobre, como faz?”, afirmou Lula.

O conteúdo deste texto foi publicado antes no Congresso em Foco Insider, serviço exclusivo de informações sobre política e economia do Congresso em Foco. Para assinar, entre em contato com comercial@congressoemfoco.com.br.

O ex-presidente acredita que “o aborto tem que ter atenção do estado” e que se trata de “uma questão de bom senso”. “Por mais que a lei proíba e a religião não concorde, ele existe, a partir do momento em que a pessoa esteja no processo de aborto, o estado tem que amparar essa pessoa”, ressaltou.

Lula tratou do tema polêmico pela primeira vez na última terça-feira (5), durante um evento em São Paulo. Na ocasião, abordou o assunto pelas perspectivas sociais e de saúde pública, destacando que mulheres pobres se submetem a tratamentos invasivos e proibidos para realizar o procedimento, enquanto as de classe mais alta podem ir para o exterior em busca de um aborto legal e seguro.

A legalização do aborto é uma pauta complicada e polêmica. Com o recente avanço do conservadorismo, políticos evitam falar abertamente sobre o assunto, mesmo quando são favoráveis ao procedimento.