Depois de fazer alguns relatos que me pareceram importantes para mostrar a qualidade do governo Rollemberg, com certeza haveria ainda a possibilidade de adentrar alguns aspectos mais específicos com o fim de mostrar inúmeros avanços obtidos, e em larga escala não informados na mídia em geral. Todavia, isso demandaria uma enorme quantidade de publicações para o detalhamento de ações realizadas por cada uma das unidades da administração direta e indireta.
Encerro, portanto, essa série sobre o governo DF, com uma provocação acerca daquilo que me parece ser essencial no debate político da cidade, e que usualmente é desprezado nas reflexões e matérias sobre o tema – assunto sobre o qual eu gostaria de refletir numa próxima postagem.
É bastante comum se ouvir uma expressão, usada por políticos, particularmente aqueles que estão na oposição – seja a qual governo for – que uma ou outra situação de dificuldade enfrentada pelo governo é “problema de gestão”, encerrando então a conversa a partir deste vaticínio. Isso porque a ideia, por trás da afirmação, é que na verdade basta substituir o gestor – “eu no lugar dele” – e tudo se resolverá.
Mas a questão não é tão simples assim.
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A gestão pública se tornou algo de uma complexidade imensa. Nossa tendência cultural burocratizante, nossa percepção de que as questões só se resolvem a partir da edição de novas leis e nossa hiperatividade descoordenada dos órgãos de controle criaram um ambiente absolutamente hostil ao gestor público e, particularmente, ao bom gestor – que hoje tem enorme receio de assumir qualquer responsabilidade na administração pública.
Nesse ambiente de seleção adversa, sentem-se à vontade aqueles que não têm compromisso com o interesse público, e não se incomodam em ser responsáveis e réus nos diversos tipos de ações administrativas e judiciais.
A gestão pública é um desafio enorme. Após a afirmação de que algo é um “problema de gestão” há que se iniciar o debate, e não encerrá-lo. Foi enorme o desafio enfrentado por Rollemberg até aqui – com avanços notáveis, como por exemplo a adoção do processo eletrônico – e o será para os próximos gestores, sejam eles a mesma equipe ou uma nova que venha a ocupar o Buriti.
O maior nó da gestão pública do DF é a questão do pagamento de salários, um dos aspectos do maior desafio que qualquer postulante ao governo do DF terá a sua frente: criar uma política distrital de recursos humanos, dentro do que a folha de pagamento é o item mais crítico. Esse é, por tudo o que envolve e acarreta, o grande “problema de gestão” no DF. No próximo artigo vou destrinchar um pouco esse tema complexo.
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