Se aproveitando da polêmica levanta pelo ex-presidente Lula (PT) no começo desta semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) é contra o aborto. A fala foi feita nesta sexta-feira (8) em um evento em Bagé (RS). A região Sul é onde o presidente tem o melhor desempenho eleitoral.
“Esta semana um assunto veio à baila. Para deixar bem clara a posição do nosso governo: o governo do presidente Jair Bolsonaro é contra o aborto. Respeitamos as exceções da lei, mas estamos a favor da vida desde a sua concepção”, afirmou Queiroga.
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Em outro evento no Rio Grande do Sul, desta vez na cidade de Passo Fundo, Bolsonaro aproveitou para se manifestar sobre o tema. “Nós [governo] somos contra o aborto no Brasil”, afirmou o presidente, sem entrar em maiores detalhes.
No começo desta semana, o ex-presidente Lula, pré-candidato à Presidência da República, defendeu a legalização do aborto no Brasil. Após a repercussão da fala nos setores mais conservadores da sociedade, o presidenciável afirmou ser contra o procedimento, mas que é necessário transformá-lo em uma política pública.
O assunto polêmico é um tabu para a classe política e deverá ser amplamente utilizado no debate das eleições 2022.
Governo já atuou contra o aborto legal
Apesar de Queiroga afirmar que o governo respeita as exceções da lei, denúncias apontam que a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, interveio pessoalmente para impedir que uma criança de apenas 10 anos, estuprada pelo tio, realizasse o procedimento.
O caso ocorreu em 2020 e repercutiu nacionalmente após o vazamento de informações da garota e a pressão de grupos religiosos, apesar de exames médicos apontarem que a manutenção da gestação trazia riscos para a criança e para o feto e o procedimento ser previsto em lei. O aborto foi realizado em Recife (PE), após a equipe médica da cidade de São Mateus, no interior do Espírito Santo, se recusar a realizar o procedimento.
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