Eliziane Gama*
É impressionante como uma ideologia absolutamente torta e sem base histórica vem intoxicando e distorcendo todas as ações do governo Bolsonaro.
E sem qualquer originalidade, pois apenas produto de uma espécie de “copia e cola” de movimentos de extrema direita de outros países, com o bolsonarismo se transformando em uma mera sucursal nos trópicos de ideias velhas, autoritárias e profundamente desumanas.
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Talvez não haja paralelo na história política brasileira – nem no regime militar – um governo como o atual, que busca conscientemente dividir a sociedade entre dois blocos inimigos – um supostamente apaixonado pelo país e outro que deve ser extirpado e destruído, aí incluídos até os liberais que, de uma hora para outra, são transformados em perigosos “comunistas”.
Quem ama o seu país não divide a nação.
PublicidadeA liberdade de imprensa, para o presidente e seus seguidores acometidos pela cegueira do ódio, deixou de ter importância, agride-se a mídia e os seus profissionais, estes fisicamente. Aposta-se no crime acobertado das fakes news e robôs para se impor versões e opiniões.
No campo da cultura, a antiga ideia de ditadores de se fazer uma operação de limpeza de mentes, que se transformou em desastre e dor em todas as partes do mundo onde essa concepção foi aplicada. Ligar estilo de música ao satanismo, achar que os negros escravizados no Brasil viveram melhor que na África e que diversidade de pensamento é uma traição nacional já virou ação de lesa pátria e, portanto, intolerável.
Uma instituição como a Funai, criada a partir de experiências de homens como Marechal Rondon e os irmãos Vilas Boas, só pra citar alguns, não pode servir de instrumento para aviltar e destruir as nossas comunidades indígenas. Só alguém com cabeça contaminada com ideologia doente ousa afirmar que a política indigenista brasileira, referência no mundo, embora com muitos erros provavelmente, é resultado de práticas socialistas, do comunismo e do globalismo dominador representado pelas ONGs e outras instituições internacionais humanistas.
Aliás, tememos que por trás das manifestações da Funai esteja implícita uma política de permitir a entrada da covid-19 nas aldeias, cumprindo assim a política assassina daqueles que apostam na tomada das terras dessas comunidades e na destruição de suas culturas.
Não podemos permitir que o Brasil continue a trilhar essa marcha ideológica insana. E o Congresso Nacional tem um papel especial a exercer nesse contexto. Sem bloquear ações boas governo quando houver, mas sempre firme para proclamar a prevalência da democracia e das liberdades
O general Mourão, vice-presidente da República, no Twitter, criticou a discórdia como um dos motivos que atrapalham o Brasil a enfrentar a pandemia do covid-19, ao contrário do que ocorre em outros países mais desenvolvidos. E que ainda haveria espaço “para reverter o desastre”. A discórdia, para a pandemia e outros temas relevantes, hoje sempre nasce e prospera a partir do Palácio do Planalto.
*Senadora pelo Maranhão, líder do Cidadania na Casa e vice-presidente da Comissão Mista que fiscaliza ações de combate à pandemia
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Os brasileiros minimamente informados estão boquiabertos e com muita tristeza no coração, assistindo nosso país ir rumo a um poço de obscurantismo e atrocidades. Então, nos perguntamos: onde estão as instituições que deveriam nos proteger e zelar pela nossa Constituição? Vão deixar esse rio fétido e turbulento seguir seu curso?
O espaço para o combate ao COVID-19, citado pelo vice-presidente está afunilando-se, e entre viver e morrer (usando para isso o destroçar da economia, a fome e a miséria) o presidente decidiu que as buchas de canhão devem sacrificar-se numa oferenda bizarra ao autoritarismo ultrapassado e apenas visto em mentes doentias. Óbvio que a economia, assim como um todo, deveria recomeçar. Porém, na hora correta, no tempo certo e não atabalhoadamente antes que se tire a venda daqueles que querem ver o circo pegar fogo. Óbvio também que o confinamento é estressante, porém ainda mais horripilante é ser intubado e ter a quase certeza da ida, do adeus a tudo que o paciente criara, filhos, netos, esposa, seu lar, sua sapiência e, principalmente sua sobrevivência até esse momento de um mundo de cabeça para baixo. Porém, não são apenas os velhos a perder tudo, não somos nós as vítimas preferidas do vírus e seria estupidez imaginar que os vírus escolheriam dessa forma e, assim ele começa a destroçar os jovens, desde a tenra idade, os dedos do COVID a se mostrarem, como se dissessem: – Vejam! ´´E tudo aleatório!
E segue essas picuinhas, essa catástrofe política que se alia à morte e destroça um país tão lindo e tão cheio de possibilidades, de esperança, de riquezas… É muito triste tudo isso.