*Pedro Sales
O ministro da Educação, Camilo Santana, deve comparecer à audiência pública na próxima quarta-feira (22) para prestar esclarecimentos acerca do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros assuntos. A reunião é promovida pelas comissões de Educação; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados.
A audiência atende a 14 requerimentos apresentados por deputados, em sua totalidade oposicionistas. Os deputados Zucco (Republicanos-RS), Capitão Alberto Neto (PL-AM) e Evair de Melo querem que Santana explique três questões específicas do certame nacional, uma vez que, segundo eles, houve politização e discriminação do setor agropecuário.
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Além de querer esclarecimentos do ministro sobre o Enem, o deputado Evair questiona também os seguintes tópicos: a suspensão por 60 dias para implementação do Novo Ensino Médio, a limitação da criação de cursos de Medicina em localidades onde faltam médicos, a inclusão do MST na Comissão Nacional de Educação do Campo e a criação de curso de medicina em universidade federal para assentados do MST.
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O deputado Junio Amaral (PL-MG) requer informações do ministro Camilo sobre políticas de alfabetização e o Programa Nacional de Escola Cívico Militares, revogado em julho pelo governo federal por meio de decreto.
O requerimento dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) versa sobre bloqueios e cortes no orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão responsável pelas concessão de bolsas e na consolidação de cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado nas instituições públicas.
Relembre o caso
A primeira prova do Enem, aplicada no dia 5 deste mês, causou furor e revolta em parlamentares simpáticos ao agronegócio. De acordo com a bancada ruralista, que inclusive emitiu nota pública pedindo anulação do certame, três questões demonstraram “negacionismo científico” ao utilizar como texto base artigos que citavam a expansão do agronegócio na Amazônia e Cerrado e comparar a expansão espacial à colonização no Brasil.
Manuel Palácios, presidente do Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração da prova, rebateu os ataques ao Enem. Ele reforçou o caráter técnico da prova e explicitou que os elaboradores das questões foram admitidos no órgão em 2020, quando Jair Bolsonaro ainda era presidente. Segundo Palácios, por esse motivo, se alegam que a seleção é enviesada, os críticos deveriam reconhecer que já era antes.
O presidente do Inep ainda destacou que o estudante não deve concordar com o argumento proposto, apenas interpretá-lo de acordo com as questões. “O que se pede, no comando do item, é que ele manifeste, ao assinar a resposta correta, que compreendeu o argumento do outro”.
*Estagiário, sob supervisão da editora Iara Lemos.
Com informações da Agência Câmara
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