Cinco nomes apontados como candidatos à presidência em 2022 participaram, neste domingo (12), de atos em favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo. Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) compareceram à manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que pressiona pela destituição do presidente.
Em outro trio, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS) também fizeram discursos.
Ciro Gomes chamou Bolsonaro de “projeto de tiranete” e “o mais covarde que já vi na minha vida”. “Ele agora não é só um traidor da nação brasileira, mas é um traidor dos seus soldados feridos, e os abandonou na luta para fazer um conchavo vergonhoso e humilhante”, disse Ciro aos manifestantes. “Frouxo e covarde.”
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Senti um carinho enome na Paulista. As diferenças foram superadas em nome da defesa da democracia. #ForaBolsonaro #CiroNaPaulista
pic.twitter.com/eM3wMw1luw— Ciro Gomes (@cirogomes) September 12, 2021
Governador de São Paulo, João Doria foi o único chefe estadual a comparecer em manifestações deste tipo, neste domingo. O governador paulista, que se elegeu em 2018 colando-se na imagem de Jair Bolsonaro, buscou defender os méritos próprios contra seu hoje desafeto.
“É a vacina que salva, que foi São Paulo que foi buscar vacina. Ao invés de comprar cloroquina, São Paulo comprou vacina para salvar o Brasil, e não apenas os moradores do seu estado”, disse Doria aos manifestantes. “Mais de 96 milhões de brasileiros, como eu, em a vacina do Butantan no braço.”
12/09/2021 – Em defesa do Brasil e da democracia na Av. Paulista! 🇧🇷🇧🇷 pic.twitter.com/Srpq2yyc9j
— João Doria (@jdoriajr) September 12, 2021
O ex-ministro da Saúde do próprio Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, também subiu ao palanque contra seu ex-chefe por quase um ano e meio. Mandetta, ex-deputado federal e nome cotado pelo partido para concorrer ao Planalto pelo Democratas em 2022, disse que Jair Bolsonaro teria dito a ele que a doença não poderia parar a economia, uma vez que até então atingia os mais ricos. “Ele disse: ‘só vai morrer quem tem que morrer'”, disse Mandetta, apresentando sua versão da conversa, antes de apelar ao público local: “E eu disse: e quando chegar no povão, no mais pobre, na Brasilândia, em Paraisópolis, o que vai acontecer?”.
Senador por Sergipe, Alessandro Vieira é o pré-candidato do Cidadania para as eleições presidenciais do ano que vem. Com um foco diferente, Vieira acusou o presidente de destruir investigações no país.
“A corrupção ela não começou com o PT e ela não começou com o Bolsonaro. A corrupção está enraizada no Brasil há muito tempo. E muito trabalho feito para combater este mal foi jogado fora no governo Bolsonaro”, criticou Alessandro, sob palmas. “Ele jogou fora a Lava Jato. E ele jogou fora todos aqueles que colocaram a cabeça em risco – mas a gente vem aqui e coloca nossa cara e nossa voz, a gente lembra essa turma toda que este caminho do Brasil não tem volta, a gente não tá condenado a viver escolhendo entre o corrupto da esquerda e o corrupto da direita. A gente merece mais.”
Também vestindo branco, Simone Tebet compareceu à manifestação. Ela é pré-candidata do MDB ao Planalto.
O perfume da democracia dissipou o cheiro de autoritarismo que ainda pairava no ar da Av. Paulista. Hoje vimos um BR plural que aceita conviver na divergência para defender a democracia sob ataque. Amanhã não haverá arrego. Continuaremos empunhando a bandeira da DEMOCRACIA. pic.twitter.com/xYWl7To8gz
— Simone Tebet (@SimoneTebetms) September 12, 2021
A manifestação em São Paulo, que contou com a participação do movimento Vem Pra Rua (VPR) e do Livres, acabou tendo uma pauta mais forte de críticas ao PT e ao ex-presidente Lula. O partido, assim como outras legendas de esquerda como o Psol, anunciou que não participaria dos atos de hoje.
> Collor debocha de atos pelo impeachment de Bolsonaro
> Ato pró-impeachment de Bolsonaro tem baixa adesão em Brasília]
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