Apesar da crise política que toma conta dos jornais, a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi abalada pelas denúncias de corrupção. Esse é o resultado apontado pela pesquisa CNT/Sensus, divulgada ontem. Segundo o levantamento, a popularidade de Lula, assim como a opinião das pessoas quanto ao seu governo, continua positiva.
A aprovação ao desempenho pessoal de Lula subiu de 57,4% em maio para 59,9% em julho e a desaprovação caiu de 32,7% para 30,2%. A avaliação positiva do governo subiu de 39,8% em maio para 40,3% em julho. A avaliação regular caiu de 38,6% para 37,1% e a negativa subiu de 18,8% para 20%.
Todas oscilações estão dentro da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais para cima ou para baixo. Portanto, não é possível dizer que a popularidade do presidente aumentou, mas manteve-se estável. A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 7 de julho e ouviu 2 mil pessoas.
Menos de um quinto dos entrevistados, cerca de 12%, respondeu que os escândalos de corrupção são responsabilidade do presidente Lula. Já para 34,5% as denúncias estão mais vinculadas à Câmara dos Deputados. O PT aparece, para 31,2% dos que opinaram, como principal culpado de todo o tumulto.
Quase metade dos entrevistados, 45,7%, diz acreditar que Lula não sabia do suposto pagamento de mensalão na Câmara ou de esquemas de corrupção nas estatais. Para outros 33,6%, ele tinha conhecimento. O restante não respondeu ou não soube opinar.
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Os entrevistados também avaliam positivamente a atitude que o presidente tomou diante das denúncias de corrupção. Ele tem agido adequadamente para 47,8% e não tem agido da forma correta para 31,9%. A pesquisa mostra ainda que, para 64,7%, o pagamento de mesada a parlamentares para votar com a orientação do governo é uma prática antiga e utilizada em outros governos. Outros 18% acreditam que é uma prática nova criada no governo do PT.
As simulações das eleições presidenciais de 2006 feitas pela pesquisa CNT/Sensus apontam que o presidente Lula ganharia no primeiro turno em todas, à exceção da lista em que aparece o prefeito de São Paulo, José Serra.
Meia reforma e viagem
O presidente Lula embarcou ontem para Paris. Antes, durante a soleniddae de posse de Luiz Marinho, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ministério do Trabalho, realizou mais uma etapa da reforma ministerial do governo – ainda não concluída. A surpresa da reforma foi a perda de status de ministro dado a Luiz Gushiken, titular da Secretaria de Comunicação de Governo. Gushiken agora vai ficar subordinado à ministra Dilma Roussef, da Casa Civil.
Antes da reforma, haviam 33 ministérios ou secretarias com esse status. Agora são 30. Um das secretarias que perdeu o status foi a de Direitos Humanos. Ela voltará para a estrutura do Ministério da Justiça. Nilmário Miranda deixa a secretaria porque deve concorrer a cargo eletivo nas próximas eleições.
O presidente confirmou ainda Jacques Wagner, ministro do agora extinto Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), na Coordenação Política do governo. Wagner vai para o lugar de Aldo Rebelo (PCdoB), que, assim como o ministro de Ciência e Tecnologia (MCT), Eduardo Campos (PSB), volta para a Câmara. O PSB indicou para o MCT o físico Sergio Rezende, que preside a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Antes de viajar, Lula não decidiu quais mudanças vai fazer nas pastas da Educação (MEC), da Previdência e das Cidades. O mais cotado para assumir o MEC é o atual secretário-executivo do ministério, Fernando Haddad. Para o lugar de Romero Jucá (PMDB) na Previdência, que retorna ao Senado, ainda existe a incógnita. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, recusou ontem a oferta.
Por sua vez, o ministro das Cidades, Olívio Dutra, deve permanecer. Contudo, o presidente não decidiu se vai fundir esse ministério com o da Integração Nacional, comandada por Ciro Gomes.
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