Chuchu é o fruto do chuchuzeiro, uma planta trepadeira, cujo fruto verde se torna comestível após ser cozido. Simples, né?
Mas o chuchu tem espinhos, que, quando novos, não são “agressivos”, pois ao contato com as mãos ou qualquer parte do corpo, os mesmos se dobram e não penetram na pele. Mas quando o fruto está maduro, ou “passado”, como diz o povo, este espinho enrijece, fica duro, penetra na pele, fura, e, às vezes, quebra dentro. Sua ferida é dolorida. Neste caso, já complica.
Não sei explicar por que, mas a palavra ”chuchu” é também usada para indicar uma pessoa bonita e formosa, seja essa pessoa homem ou mulher, homo ou heterossexual. É usada também no sentido de abundância. Neste caso, a pessoa diz: “tem pra chuchu”, que significa “tem muito”.
Também se diz quando alguém é muito querido ou querida, ou fácil de lidar. Nestes casos diz: “ela (ele) é o(a) chuchu lá do escritório”. Às vezes é usada em sentido depreciativo, por exemplo: picolé de chuchu, como muitos se referem a Geraldo Alckmin, candidato em 2006 à Presidência da República. Pois bem, é deste picolé de chuchu que quero falar.
Lembro que picolé tem um palito no meio. Lembro também que chuchu, quando maduro, passado, tem espinhos agressivos e agressores. Creio que este é o atual “picolé de chuchu” envelhecido, ou seja, com experiência.
O envelhecimento, em vez de deixar o picolé aguado, mais suave e sem gosto, deixou-o agressivo e com os espinhos endurecidos e eriçados. Chego a esta constatação vendo a casca do chuchu, ou melhor, do governo Alckmin, refletido na sua polícia.
PublicidadeHá algumas ações e fatos que são simbólicos das ações dos (espinhos do chuchu) policias do estado de São Paulo sob o comando de Geraldo Alckmin (PSDB). Uma delas foi a invasão armada da escola Florestan Fernandes, no último dia 4 de novembro.
Circularam na internet várias imagens desta invasão, e duas delas são emblemáticas: uma, a foto do policial apontando a arma para uma pessoa enquanto as demais, assustadas, mantinham as mãos para o alto; outra, o vídeo que mostra os policiais de fuzil em punho, pulando a janela.
A pessoa que me mandou estas imagens via WhatsApp, enviou junto uma pergunta: “o que fazemos?”. Respondi com duas palavras da música Acorda Amor de Chico Buarque: “chame o ladrão”.
Em todos os Estados de exceção, é mais confiável o ladrão do que a policia. Do ladrão sabemos o que esperar, o significado e o que ele quer: nunca é coisa boa. Quanto da polícia e das instituições policiais e judiciais, das quais se esperam coisas boas, pode vir qualquer coisa, tanto para o bem como para o mal.
Da polícia sob o comando do médico e cristão Geraldo Alckmin, nos últimos tempos, tem sido noticia só pelas coisas más que tem cometido.
Sérgio Andrade da Silva é exemplo do que acabei de escrever. A polícia comandada pelo médico e no momento governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, usa bala de borracha como se receita aspirina, ou seja, “pra chuchu”. Numa das manifestações (2013) populares por justiça, os policiais, usando bala de borracha, agrediram muita gente e entre estes Sérgio Andrade da Silva, fotografo que naquele momento trabalhava e ficou cego ao ser atingido por uma bala de borracha.
Na busca de justiça, Sérgio entrou com ação judicial e para a surpresa dele e de todos e todas que clamam por justiça, o juiz decidiu que “ao se colocar o autor entre os manifestantes e a polícia, permanecendo em linha de tiro, para fotografar, colocou-se em situação de risco, assumindo, com isso, as possíveis consequências do que pudesse acontecer”. Ou seja, Sérgio é o culpado e não a agressividade e a violência da polícia.
No dia 31 de agosto, Deborah Fabri, de 19 anos de idade, foi atingida por estilhaços de uma bomba de efeito moral e ficou cega. Bomba essa jogada por um policial sob a responsabilidade do “picolé de chuchu”.
Duas pequenas observações: Dr. Temer, a Deborah Fabri sabe o que é PEC e sabe as consequências dela para o povo brasileiro. Portanto, ela e todos e todas que vão para as praças e ruas sabem o que querem e por que lutam. Sabem também o que significa enfrentar a violência da polícia sob o comando do médico e cristão Alckmin, do PSDB.
O picolé de chuchu ganhou gosto. Gosto de fazer do palito do picolé um porrete que, entregue aos policiais, tem feito muitas vítimas.
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