O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (7) que o governo federal vai comprar 100 milhões de doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Life Science.
“Estamos fechando contrato com aquisição que vai a 100 milhões de dose, que é o máximo que se consegue produzir. Tínhamos o memorando de entendimento assinado desde outubro nos comprometendo com a aquisição”, declarou o general em entrevista coletiva convocada pelo Ministério da Saúde.
Na apresentação sobre os resultados dos testes, o Instituto Butantan informou que a vacina teve uma eficácia de 78% na fase final de testes no Brasil. Para casos graves e moderados, a eficácia foi de 100%. Ou seja, nenhum dos vacinados na fase de testes desenvolveu casos graves da doença.
“Eu só podia fechar o contrato e empenhar com a MP”, disse se referindo a medida provisória assinada pelo governo na quarta-feira (6) que facilita a aquisição de vacinas contra a covid-19.
A MP foi assinada por Jair Bolsonaro e os ministros André Mendonça (Justiça e Segurança Pública), Eduardo Pazuello, Wagner Rosário (Controladoria Geral da União), Braga Netto (Casa Civil) e José Levi (Advocacia-Geral da União). A medida diz que estabelecimentos de saúde, públicos e privados, deverão registrar diariamente e de forma individualizada os dados referentes à aplicação das vacinas contra a covid-19 e de eventuais eventos adversos em sistema de informação disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
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O texto diz ainda que a Anvisa poderá conceder autorização excepcional e temporária para a importação e distribuição de quaisquer vacinas contra a covid-19, materiais, medicamentos, equipamentos e insumos da área de saúde sujeitos à vigilância sanitária, sem registro na agência e considerados essenciais para auxiliar no combate à pandemia, desde que registrados por, no mínimo, uma das autoridades sanitárias estrangeiras e autorizados à distribuição em seus respectivos países.
Também participaram da coletiva na tarde de hoje o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, e o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto.
Pazuello fez diversas críticas à imprensa. “É duro a desininformação”. Durante a entrevista, o ministro também ficou irritado com as fotografias tiradas pelos profissionais que acompanhavam o pronunciamento.
“Isso precisa ser dito. Foi falado 50 vezes, que inoperância é essa que o Ministério tem se já faz cinco meses que nos posicionamos para isso?”, afirmou o ministro.
“Nós nunca abandonamos as negociações com o Butantan. Ela vem em paralelo. Hoje nós assinamos com o Butantan, assinado, a compra de 100 milhões de doses até o fim do ano.”
Sobre o cronograma de vacinas, o militar voltou a falar sobre as três possibilidades de cronograma. A partir do dia 20 de janeiro, a partir do dia 10 de fevereiro e em março.
“O primeiro período até o dia 20 de janeiro, na melhor hipótese. Contamos com a vacina do Butantan caso a Anvisa nos dê autorização de uso, contamos com as vacinas importadas da Astrazeneca caso tudo aconteça da maneira correta e a Anvisa nos dê a capacidade de uso”, declarou.
“Na hipótese média teríamos do dia 20 de janeiro ao 10 de fevereiro, contamos com as vacinas produzidas no Brasil, tanto no Butantan quanto na Fiocruz. E na hipótese mais alongada a partir do dia 10 de fevereiro até o final de fevereiro, começo de março, mais de 20 dias, caso os registros ou a produção tenham percalço”, disse.
Sobre a quantidade, Pazuello afirmou que a expectativa é que o Brasil tenha a disposição cerca de R$ 30 milhões de doses mensais de vacinas.
“Nossa previsão é do que fabricado pelo Fiocruz, 20 milhões por mês, a partir do recebimento do IFA (recebimento do ingrediente farmacêutico ativo), disponibiliza-se as doses. E no Butantan também tem algo em torno de 15 milhões por mês, nove no primeiro, 20 no segundo, 21 no terceiro. Os nossos laboratórios, nossos grandes produtores vão produzir juntos algo em torno de 30 milhões por mês, o que é o suficiente para executarmos o nosso plano de imunização.”
Somando as vacinas da Butantan, da Fiocruz e de do laboratório da Astrazeneca na Índia, o general afirmou que serão compradas 354 milhões de doses de vacinas em 2021.
Já passou da hora do general voltar para o quartel porque como ministro é um fracasso.