Desde a última semana, alguns estados começaram a flexibilizar as medidas de isolamento e distanciamento social, anunciando a reabertura de comércio e a retomada de alguns serviços não essenciais, mesmo com aumento diário no número de casos e mortes confirmados por covid-19.
O afrouxamento ocorre em meio à troca no comando do Ministério da Saúde, oficializada esta semana. Além das diretrizes federais, governadores e prefeitos têm sofrido pressões por parte de setores econômicos, receosos de aprofundar a crise decorrente da pandemia do novo coronavírus. Empresários pedem que haja uma abertura escalonada, ou seja, setor por setor.
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Escolas e outras instituições de ensino devem permanecer fechadas por mais tempo e deverão estar entre as últimas atividades a serem reabertas.
Conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde na tarde dessa sexta-feira (17), o número de casos confirmados de covid-19 subiu para 33.682 , ou seja, um aumento de 3.257 casos em um único dia. Foi registrado o maior número de óbitos no intervalo de 24 horas: 217 mortes, somando 2.141 vítimas fatais da doença no Brasil.
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Veja abaixo um resumo das alterações no DF e em alguns estados:
Distrito Federal – Primeira unidade da federação a decretar o fechamento das escolas, o DF começou a flexibilizar as medidas de distanciamento há alguns dias. Na última terça-feira (14), o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), incluiu as óticas na lista de estabelecimentos que podem abrir. Esse é o segundo decreto assinado por ele que afrouxa a restrição de estabelecimentos que podem voltar a funcionar. No último dia 9 ele liberou a abertura de lojas e fábricas de móveis, o comércio de eletroeletrônicos e o Sistema S – que reúne serviços considerados de interesse público, mas não essenciais. O relaxamento do isolamento foi questionado pelo Ministério Público.
Nesta semana, Ibaneis sinalizou que pretende reabrir todo o comércio no DF a partir de 3 de maio, o que inclui estabelecimentos de rua e shoppings. Mas defende medidas mais firmes para prevenção contra o coronavírus, como o uso de máscaras pelos funcionários. O uso obrigatório de máscaras por toda a população do DF também está sendo considerado pelo governo. No DF, a construção civil e o transporte público continuaram a funcionar normalmente.
São Paulo – Enquanto o governador João Doria (PSDB) anunciou prorrogação do isolamento até 10 de maio, cidades do interior e a própria capital têm visto a retomada de serviços, além dos essenciais. Prefeitos permitiram a reabertura total ou parcial do comércio e o trânsito e a circulação de pessoas na capital voltaram a ficar intensos.
A prefeitura de Pindamonhangaba, por exemplo, liberou o funcionamento de feiras, restaurantes, lojas de tecidos e de material de construção desde 4 de abril. No caso dos restaurantes, que antes só podiam funcionar no delivery, foi permitido o atendimento presencial, mas com restrições sanitárias.
Foi a segunda prorrogação adotada pelo estado mais populoso do país. Desde 24 de março, foram fechados comércio e serviços não essenciais, o que inclui bares, restaurantes e cafés, que só podem funcionar com serviços de delivery. Já os considerados essenciais, como farmácias e supermercados, podem abrir as portas.
Nessa sexta (17), o governo anunciou que o isolamento no estado caiu para 49%. Entre segunda e quarta-feira, o isolamento alcançou 50%, mas houve dias em que chegou a atingir 59%. A taxa de isolamento considerada ideal é de 70%.
Rondônia – A prefeitura de Porto Velho, que concentra a maior parte dos casos confirmados no estado, permitiu a abertura gradual de vários setores. A partir de quinta-feira (16), foram reabertas gráficas, papelarias, imobiliárias e seguradoras, concessionárias de automóveis, motocicletas, caminhões e equipamentos pesados, e lojas de veículos novos e seminovos, lavanderias e serviços essenciais de limpeza, produtos de informática e telefonia, óticas, joalherias e relojoarias, tabacarias e salões de cabeleireiro, clínicas de estética e barbearias.
Já a partir de 20 de abril serão reabertos comércios de confecção e calçados, eletroeletrônicos e móveis e autoescolas e despachantes. No dia 27 de abril será permitida a reabertura de shoppings e restaurantes e lanchonetes, que deverão adotar medidas de higienização a cada três horas, maior distanciamento entre as mesas e atendimento de 50% da capacidade total. Self-service fica proibido.
Santa Catarina – Desde a última segunda-feira (13) as atividades em hotéis, pousadas, albergues, restaurantes, cafés, bares, lanchonetes e comércio de rua no estado estão funcionando plenamente, após o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), ter autorizado no último domingo (12) a reabertura total desses espaços.
O uso de máscaras de pano por todos os funcionários, inclusive os que não entram em contato com o público, é obrigatório durante todo o expediente. O comércio hoteleiro e outros de hospedagem devem seguir recomendações específicas. Entre elas, a disponibilização de álcool em gel para os hóspedes, manter as áreas de convivências isoladas e a hospedagem apenas de 50% da capacidade do local, para evitar aglomerações.
Paraná – Segundo dados de localização de celulares divulgados na quinta (16), o nível de isolamento social no Paraná está abaixo da média nacional. No estado, 42,6% da população está em casa respeitando a recomendação das autoridades. A média no Brasil é de 46,2%.
Sob pressão de empresários locais, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), liberou a abertura do comércio com ressalvas, mas depois recuou. “A vida não voltou ao normal”, disse Greca em transmissão ao vivo pelas redes sociais da Prefeitura. “Deixo claro que Curitiba não está autorizando ou deixando de autorizar o funcionamento do comércio na cidade. Não liberou geral.”
Cidades que não devem relaxar o isolamento
No último dia 11, o Ministério da Saúde defendeu que Manaus, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro não relaxem nas medidas de isolamento, sob risco de observarem uma aceleração de casos infectados pelo coronavírus. São capitais dos estados com maior número de casos oficiais de covid-19.
Com coronavírus, o governador Wilson Witzel (PSC) tem anunciado pelo Twitter novas medidas para evitar a propagação do vírus no estado. Na sexta (17), o prefeito da capital, Marcelo Crivella (Republicanos), decretou a obrigatoriedade de uso da máscara. “A partir de agora, fica proibido o trânsito nas ruas sem o uso da máscara. Será publicado um decreto e peço a todos que vão sair que usem sua máscara”, disse o prefeito a repórteres.
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