Planeta Terra, 2020. Instalou-se séria pandemia, superior a fronteiras, raças, credos e fortunas. Determinou-se para alguns bons dois terços da humanidade a medida simples do isolamento doméstico. Deveria ser um período de interiorização e reflexão. Até mesmo de oração. Cada qual com os seus. No recesso do lar. Protegido das correrias e angústias que a rotina traz.
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A realidade mostrou-nos, porém, resultados outros, comuns a povos ricos e pobres, cultos e atrasados. Lutou-se vigorosamente pelo ato de simplesmente sair de casa, por mais ilógico que fosse, consideradas as circunstâncias.
Valia tudo. Até uma simples saída com o cachorrinho de estimação acabou virando um fervilhante negócio! Parafraseando Churchill, nunca tão poucos cachorros andaram tanto com tantas pessoas! Quem não os alugou recorreu até a exemplares de pelúcia!
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Os índices de suicídio, violência doméstica e divórcios dispararam. Poucos suportaram (?) a agonia (?) de simplesmente ficar em casa.
Meditemos um instante sobre isso: a “prisão”, ao fim e ao cabo, era o lar! A “pena” era ficar em família. No entanto, quase metade das pessoas preferiu jogar com a sorte pelas ruas.
PublicidadeAgora lance um olhar sobre nossas prisões. Dizem que sua principal função é ressocializar as pessoas. Devolvê-las melhores ao convívio das ruas. Em vista do que testemunhamos em tempos de quarentena podemos afirmar sem receios ser este um objetivo absolutamente impossível – e não por acaso os índices de reincidência são tão altos.
Curiosamente, a humanidade insiste nesse tipo de pena! Falta-nos, nessa área, criatividade. Espírito prático. E mesmo sensibilidade humana. Optamos pela punição, por mais inútil e cara que seja.
Um alerta: que não se confunda o que este texto propõe com as tão comuns “penas alternativas”. Defendo que sigamos muito além. Que passemos a adaptar as penas mais aos criminosos que aos crimes, tornando-as mais eficientes e menos custosas.
Que tal pensarmos em perda de direitos, confiscos, vedação de atividades e imposição de obrigações para aqueles casos nos quais a supressão de liberdade não traria mais que problemas? E assim aliviarmos e tornarmos mais eficientes nossas prisões?
Ou será que o termo “ressocialização” não é um mero refúgio da hipocrisia?
Está na prisão porque fez por merecer. Não tenho dó, tenho apenas raiva de ainda ter de ajudar a sustentar aquela cambada de vagabundos. Por mim, prisão só haveria para quem roubou sem colocar a vida de ninguém em risco. Para o resto: PENA DE MORTE.
Discordo do olhar do articulista. Essa conversa de “ressocialização” de preso é fiada demais pro meu gosto. Pena é para penar, sofrer, se lascar prá lá. É prá desestimular práticas ilícitas.
Todavia, como tenho coração de manteiga, ainda consigo dividir os meliantes em duas bandas para aplicar penas: os presos q NÃO são bandidos e os q SÃO bandidos. Aos primeiros, a mão leve da Justiça, os benefícios da progressão, talvez o perdão, quem sabe? Aos bandidos, q são aquela espécie predadora q vive das práticas criminosas, a escória da sociedade, os malfeitores contumazes, o braço pesado da Lei, a impossibilidade de progressão, o trabalho pesado forçado, de preferência quebrando pedras para calçamento, seis horas por dia, seis dias por semana, com cota de produção estipulada. Se cumprir a cota diária tem direito aa marmita. Não cumpriu? Pão e água, porque somos cristãos. E cela básica, com direito ao silêncio, para meditação. Sem visita íntima para as duas bandas, evidentemente. Contatos externos só em parlatório de vidro grosso.