As palestras do procurador da República Deltan Dallagnol, que tentou lucrar com a fama da Operação Lava Jato, ganham novo capítulo de dramaticidade. Em 2017, o corregedo-geral do Ministério Público Federal, Hindemburgo Chateaubriand Filho criticou informalmente a conduta de Dallagnol, ressaltou a gravidade da situação, mas não abriu uma apuração oficial.
Isso é o que mostram mensagens do aplicativo Telegram obtidas pelo The Intercept e divulgadas nesta quinta-feira (8) pela Folha de S. Paulo. Estava no meio da discussão uma palestra de Dallagnol na qual prometia revelações inéditas sobre a Lava Jato e que teria cobrança de ingresso dos participantes. Hindemburgo alertou o procurador, que modificou o teor da publicidade da palestra.
“Só quero lhe dizer que liguei em consideração a você e ao Januário [procurador Januário Paludo]. Como Corregedor, na verdade, não me competia fazer o que fiz”, afirmou.
Dallagnol tentou a criação de uma empresa de palestras para lucrar com a fama alcançada na Lava Jato, conforme constaram os diálogos, e estimou lucros de R$ 400 mil com a atividade no ano passado.
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