O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a prorrogação, por mais dois meses, do Programa Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego, que prevê o pagamento de um benefício mensal a trabalhadores que tiveram o contrato de trabalho suspenso ou a jornada e o salário reduzidos devido à crise decorrente da pandemia. Com isso, o programa deverá ter duração total de seis meses.
“O programa está tendo tanto sucesso, tanto êxito que nós vamos estender por mais dois meses para justamente continuar preservando esses empregos enquanto a economia brasileira faz essa volta em V”, disse o ministro. A alusão à recuperação econômica em V já foi feita por Guedes em outros momentos. Ela significa que, depois de uma queda forte da atividade econômica, o crescimento retorna, ou mesmo supera, rapidamente o nível imediatamente pré-queda.
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O benefício voltado à preservação dos empregos gerou mais de 16 milhões de acordos entre trabalhadores e empregadores, segundo dados da pasta atualizados até 19 de agosto. “Eu diria que talvez tenha sido o nosso programa mais efetivo”, avaliou Guedes. Até o momento, foram destinados R$ 23,2 bilhões para pagamento do benefício.
Guedes também adiantou que as criações do Programa Renda Brasil, que trata-se de uma reformulação do atual Bolsa Família, e do Programa Verde e Amarelo, medida voltada ao mercado de trabalho, serão anunciadas na próxima terça-feira (25). O ministro não forneceu mais detalhes.
Auxílio emergencial
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na manhã desta sexta que o auxílio emergencial pago a trabalhadores informais será estendido até dezembro de 2020. O valor atual, de R$ 600 (que duplica no caso de mulheres chefes de família), deverá ser reduzido, mas Bolsonaro não especificou o valor.
“O auxílio emergencial foi bem-vindo. Mas ele custa R$ 50 bilhões por ano. Infelizmente, ele não pode ser definitivo. Mas vamos continuar com ele mesmo que seja com valores diferentes até que a economia realmente possa ‘pegar’ em nosso país”, disse Bolsonaro.
Em agenda pelo Nordeste, ele participou hoje de evento para entrega de moradias populares em Ipanguaçu, no Rio Grande do Norte. “Vai ser até dezembro, só não sei o valor. Enquanto for possível, nós o manteremos, mas você começa a ter consciência de que ele não pode ser eterno”, disse o presidente.
O benefício foi proposto pelo governo no valor de R$ 200, sendo triplicado pelo Congresso Nacional, e inicialmente previa o pagamento de três parcelas mensais. Sob pressão de parlamentares, o governo decidiu prorrogar o benefício por mais dois meses, o que ajudou a alavancar sua popularidade. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no fim da semana passada, 37% dos brasileiros consideram o atual governo ótimo ou bom (eram 32% no levantamento feito nos dias 23 e 24 de junho).
Já o índice dos que consideram sua gestão ruim ou péssima caiu de 44% para 34% no mesmo período. Desta vez, 27% avaliam como regular o atual governo, ante 23% em junho.
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