O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta segunda-feira (19), mostra que aumentou, em 1,9%, o número de ocorrências de feminicídios no Brasil no primeiro semestre, com 648 casos. Já os registros de violência contra a mulher, como lesão corporal, ameaças e estupro, caíram em até 22,2% em relação ao mesmo período de 2019. Boa parte do período pesquisado coincidiu com a pandemia. Segundo a análise feita pelo estudo, a queda nesses percentuais demonstra que cresceu a subnotificação dos casos de violência contra mulheres durante a adoção de medidas de isolamento social para enfrentar o novo coronavírus.
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“Milhares de mulheres que já experimentavam tão terrível situação em períodos anteriores, viram essa realidade agravar-se em razão do novo contexto gerado pelo regime de isolamento social, que embora eficaz do ponto de vista sanitário, impôs a elas um tipo de convívio muito mais intenso e duradouro junto a seu agressor, em geral seu parceiro”, explica o estudo.
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De acordo como anuário, casos de violência doméstica durante a quarentena cresceram em diversos países como França, Espanha e China. No Brasil, houve um aumento de 3,8% das ligações feitas para o telefone 190 com a natureza de violência doméstica, o que contraria “a ideia de que esse tipo de violência havia diminuído”.
A pesquisa diz ainda que a diminuição das ocorrências pode indicar que as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para realizar a denúncia não foi fruto apenas de medo e receios pessoais, “mas principalmente da ausência de medidas de enfrentamento adotadas pelo governo para auxiliá-las em um momento tão difícil”.
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