Durante o intervalo do Jornal Nacional na noite de sábado (21), por volta das 21h, o CEO do Carrefour lamentou o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos espancado e morto por dois seguranças em uma unidade da rede em Porto Alegre (RS), na noite do dia 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra. João Alberto fazia compras no supermercado com a esposa e acabou sendo morto por dois seguranças no local.
“O que aconteceu na loja do Carrefour foi uma tragédia de dimensões incalculáveis, cuja extensão está além da minha compreensão, como homem branco e privilegiado que sou. Então, antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto e meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e aos nossos colaboradores”, disse Noel Prioux, CEO do Carrefour Brasil.
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No um minuto de vídeo, o vice-presidente de recursos humanos, João Senise, abordou a presença de negros na empresa. “O que aconteceu em nossa loja não representa quem somos e nem os nossos valores. Cinquenta e sete por cento dos nossos funcionários são negras e negros. E mais de um terço dos gestores se declaram pretos ou pardos”, declarou. “Mas não é o bastante. Precisamos de mais ações concretas e efetivas para maior promoção da diversidade.”
“Reforço meu compromisso com todas as famílias brasileiras. Se uma crise como essa está acontecendo conosco é porque temos a responsabilidade de mudar isso na sociedade. A morte de João Alberto não pode passar em vão. E é por isso que assumimos hoje o compromisso de ajudar a combater o racismo estrutural. Comunicaremos nos próximos dias todas as nossas iniciativas e o comitê dedicado exclusivamente a esta causa. Mais uma vez, minhas sinceras desculpas”, finalizou Prioux.
Assista à íntegra:
Ainda na sexta (20), o Carrefour foi desligado das atividades da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial. “É criminoso um ambiente empresarial em que um cidadão entre para fazer uma compra e saia morto. E é conivente todos aqueles que se omitiram e não tomaram as medidas para que essa morte fosse evitada. Inclusive os que se calam”, diz a nota do movimento.
O primeiro resultado da necropsia realizada pela perícia em Porto Alegre apontou que a morte de João Alberto ocorreu por asfixia após um desentendimento com os seguranças do supermercado.
Os dois homens que espancaram João Alberto, Giovane Gaspar da Silva, policial militar de 24 anos e o segurança Magno Braz Borges, de 30 anos, foram presos em flagrante. Eles irão responder por homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
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Não tem desculpa. Não foi a primeira demonstração da falta de preparo dos seguranças do carrefour.
Aliás, Felix, profissionais da área de segurança e vigilância que me perdoem, não estou generalizando mas o que existe de mau profissional nessa área, não tá no gibi. Muita gente sem preparo que adora crescer pra cima de quem não está em igualdade de condições. Adoram bater em moleque, no pobre, no pret0, no g@y, intimidar mulheres…e tudo porque existe no país um preconceito estrutural, onde geralmente fica a palavra deles contra a de quem “tá na cara que fez coisa errada”, não é assim?
Como eu disse aqui numa outra vez, eu DUVIDO que se fosse ali um branco bem vestido, a reação dos seguranças seria tão desproporcional quanto foi. Não creio que o pensamento deles foi ” vamos arrebentar esse cara porque ele é negr0″…mas tenho certeza que foi ” esse manézão é um Zé Ninguém, quem ele pensa que é?” E isso por que? Porque o cara era negr0 e estava vestido que nem um “mano”.