Clique abaixo para ouvir o comentário de Beth Veloso veiculado originalmente no Papo de Futuro, da Rádio Câmara:
[sc_embed_player_template1 fileurl=”https://static.congressoemfoco.uol.com.br/2017/01/papodefuturo_20170102_postagem_internet.mp3″ autoplay=”true” loops=”true”]
Postar uma foto sua na formatura do filho é a mesma coisa que colocar um brinco na orelha e sair na rua? Eu acho que sim! De alguma forma, é isso que a tecnologia faz, com a chamada conexão. O desejo de ver e sermos vistos, que move a indústria do capitalismo anos a fio.
Como nós não vestimos burca, o exibicionismo no Facebook nada mais é do que arrumar-se para a missa das 7h, só que esse desfile ganhou outra dimensão, pulou para outra arena. No teatro do social, o terreno onde todos nós atuamos, é, na verdade, onde podemos ser nós mesmos. E, assim, vale postar a refeição, porque esse é o espírito da vida em sociedade: ela só se justifica quando compartilhada, quando exercitamos nossa vocação para o coletivo, como diz Aristóteles.
Leia também
É claro que a sociedade digital e essas novas tecnologias emparedaram a todos nós na linha da notícia, criando uma espécie de comunicação do ego que deu certo. Mas o ego, o exibicionismo, a conversa em torno do que eu fiz ou onde eu fui ontem esteve sempre ali, na mesma linha do bate-papo no bar ou na porta da padaria – e, agora, na versão 2.1 da comunicação global, no sobe e desce do elevador eletrônico das redes sociais na tela do seu celular.
Tudo bem, então, mostrar para todo mundo o que você comeu hoje ou com quem você estará amanhã. A sociedade se transforma, mas nós é que somos sempre os mesmos.
Eu sou a Beth Veloso e este é o Papo de Futuro. Mande suas dúvidas, críticas ou sugestões para papodefuturo@camara.leg.br
Mais sobre ciência e tecnologia
Deixe um comentário