Prevenção é a palavra do dia na cúpula do poder em Brasília. Presidentes, ministros, embaixadores, senadores e deputados estão na capital federal em observação, enquanto aguardam o resultado dos exames para coronavírus. Com a confirmação do contágio pelo Covid-19 do secretário especial da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, todas as 20 autoridades que viajaram na comitiva presidencial para os Estados Unidos e estiveram no mesmo avião que Wajngarten foram orientadas a não saírem do Distrito Federal e a evitar contato com outras pessoas.
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O próprio presidente Bolsonaro tem adotado precauções a respeito do conronavírus. Nesta quinta-feira, o presidente suspende uma viagem ao Rio Grande do Norte e passou o dia no Alvorada, onde recomendou a aliados que não fossem visita-lo. Bolsonaro e e a primeira-dama Michelle foram submetidos a testes de coronavírus. Os resultados não foram divulgados. O Planalto emitiu nota sobre os cuidados do presidente.
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“O Serviço Médico da Presidência da República adotou e está adotando todas as medidas preventivas necessárias para preservar a saúde do Presidente da República”.
Além da comitiva, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),que esteve recentemente na Europa, também está evitando compromissos públicos. Maia não foi para o Congresso nem retornou para o Rio de Janeiro nesta quinta-feira (12), ele se manteve na residência oficial em Brasília. Na sexta (13), Maia também não tem compromissos na agenda oficial. As precauções de Maia devem durar até a próxima segunda-feira (16). Apesar do isolamento, segundo a assessoria, o presidente da Câmara está bem e não apresenta sintomas de infecção pelo vírus.
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que integrou a comitiva que foi aos Estados Unidos, declarou em sua conta oficial do Twitter que, apesar de ter participado da comitiva, não está com sintomas, mas que, assim como o pai, fez os exames e aguarda os resultados. Ele esteve na sessão do Congresso Nacional ontem e cumprimentou diversos deputados. Por Eduardo ter viajado com uma pessoa que está infectada com o vírus, alguns deputados aguardam com preocupação o resultado dos exames dele.
PublicidadeO deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC) também fez parte da comitiva oficial e, embora não apresente nenhum tipo de sintoma da doença, por ter participado e convivido com todos durante a missão, não retornou para seu estado de origem, Santa Catarina, por orientação da Presidência. Ele aguarda o resultado dos exames em Brasília.
O governador do Paraná, Ratinho Junior, outro integrante da comitiva, também afirma que não apresentou nenhum sintoma da doença, mas que fez exames e aguarda os resultados.
O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, está nos Estados Unidos, mas “cancelou o restante da sua agenda em Washington e retorna a Brasília, onde observará todos os protocolos vigentes”, diz nota do Itamaraty.
Manifestações
As manifestações que os bolsonaristas estão convocando há três meses podem ser canceladas pelo mesmo motivo. “Estamos aguardando novas orientações do Ministério da Saúde sobre a proliferação do Coronavírus para a manutenção ou o cancelamento das manifestações marcadas para o próximo domingo”, afirmou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das organizadoras do ato.
Bibo Nunes (PSL-RS), deputado aliado de Bolsonaro, avalia que as manifestações deveriam ser canceladas para resguardar as pessoas e a imagem do presidente. “Tem algumas pessoas querendo suspender as manifestações. Eu, por exemplo, acredito que seria muito bom a suspensão. Precisamos cuidar da saúde da população. Aí depois a proliferação da doença aumenta e a culpa vai ser do Bolsonaro. É bom para o governo suspender”, declarou Bibo Nunes ao site.
Brasília diferente
O risco de alastramento da doença também se faz sentir no dia a dia do Congresso. Parlamentares estão proibidos de viajar a serviço para o exterior, servidores que viajaram para fora do país ficarão em quarentena, eventos foram cancelados e a circulação de visitas também está vedada a partir de hoje. As medidas foram adotadas pelos presidentes Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), impôs uma série de restrições, inclusive para a realização de missas e manifestações.
A apreensão deixou o Congresso com movimentação menor que a habitual nesta quinta-feira (12). Na quarta, diversos parlamentares já evitavam contato físico e adiantavam preocupações com a saúde de quem circula pelo Congresso.
Nos próximos dias, o Congresso em Foco não vai enviar repórteres para o Congresso em Nacional para não expor os jornalistas ao risco de contágio pelo vírus.
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Veja a lista dos passageiros que voltaram dos Estados Unidos com Bolsonaro:
Primeira-dama, Michelle Bolsonaro
Ministro de Estado das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
Ministro de Estado da Defesa, Fernando Azevedo
Ministro de Estado de Minas e Energia, Bento Albuquerque
Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno
Governador do Paraná, Ratinho Junior
Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Raul Botelho
Senador Jorginho Mello (PL/SC)
Senador Nelsinho Trad (PSD/MS)
Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP)
Deputado Daniel Freitas (PSL/SC)
Embaixador Nestor Forster
Embaixador João Mendes
Assessor internacional, Filipe Martins
Secretário Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten
Presidente da EMBRATUR, Gilson Machado
Presidente da APEX, Sergio Segovia
Chefe de Operações da Apex Brasil para a América do Norte
Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo
Secretária Especial do PPI, Martha Seillier
Secretário de Aquicultura e Pesca do MAPA, Jorge Seif
Boa desculpa esta do “coronavirus” … para não infectar os possíveis participantes… estão mesmo é com medo de que bem poucos apareçam! Esse governo incorporou fielmente aquele personagem do Chico Anisio: “Morro teso mas não perco a pose!”