Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, o deputado Wanderval Santos (PL-SP) acusou o ex-deputado Carlos (ex-Bispo) Rodrigues (PL-RJ) de envolvê-lo injustamente no escândalo do mensalão. O deputado reafirmou ao conselho que Célio Marcos Siqueira, seu motorista, sacou R$ 150 mil das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza por ordem do ex-colega. Acusado de quebra de decoro, Wanderval reclamou que Rodrigues demorou a assumir a responsabilidade sobre o episódio. "Ele me enlameou", disse.
Wanderval chorou e disse viver um "calvário de angústia" e estar abalado emocionalmente. Por causa da comoção do depoente, o presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), teve de suspender a reunião por três minutos.
O deputado disse que manteve contato até março com o ex-deputado Rodrigues, a quem estava subordinado como integrante da Igreja Universal do Reino de Deus. O deputado lembrou que Rodrigues era considerado o orientador espiritual e político da bancada da Igreja Universal. "Além da experiência política, Rodrigues tomava atitudes severas e rígidas, exercendo uma liderança incontestável", relatou. Mas, segundo o deputado, já não existe mais o mecanismo de subordinação de mandato entre os deputados da bancada da Igreja Universal.
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"Não pensava que Carlos Rodrigues usaria meus funcionários em benefício próprio", lamentou, destacando que o ex-deputado já lhe pedira perdão. Por duas vezes, no entanto, Rodrigues não atendeu ao pedido do conselho e deixou de comparecer à Câmara para depor em favor do colega de partido.
Wanderval também contou que transferiu seu domicílio eleitoral para Roraima para abrir uma filial da Igreja do Espírito Santo, uma dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus com sede em Curitiba, e que não pretende continuar na política. "Agora quero prestar somente assistência social e trabalhar na evangelização como pastor, junto à minha família", planeja.
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