O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentou agora há pouco à Mesa Diretora um requerimento cobrando explicações ao presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), sobre declarações proferidas na votação do orçamento. (leia mais)
Diante das críticas da oposição, em reação ao excesso de medidas provisórias e à manobra do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que propiciou a rapidez da votação da MP que cria a TV Brasil, Garibaldi avisou que não tomaria partido: "Pretendo continuar a ser um presidente independente. Não vou me submeter nem à exorbitância, como a oposição se comportou ontem, nem às ameaças e recados do presidente da República".
Ao Congresso em Foco, Virgílio disse querer três respostas do presidente do Senado: que ameaças teriam sido endereçadas a Garibaldi pelo presidente Lula; quais foram os recados; e quem seria o portador das “ameaças e recados”. “O que ele disse foi extremamente grave”, afirmou Virgílio. “O presidente [do Senado] tem a obrigação moral de dizer o que aconteceu. Ele não tem como tergiversar.”
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Para Virgílio, se houve ameaça ao presidente de um Poder soberano, ele quer que o portador dos supostos “recados” seja revelado. Diante da hipótese de o eventual portador ter sido Romero Jucá, o tucano preferiu não arriscar, mas brincou. “Vamos ver, eu quero ver quem foi. Medo mesmo eu só tenho se o portador dos recados tiver sido o comandante do Exército, que eu já enfrentei em outras épocas e não quero enfrentar de novo”, declarou Virgílio, referindo-se à época da militância contra a ditadura.
Sessão histórica
Para muitos dos senadores presentes à ordem do dia em que foi aprovada a medida provisória que cria a Empresa Brasileira de Comunicação, mantendo as transmissões da TV Brasil (que já funciona em caráter experimental), a sessão daquela madrugada foi história.
PublicidadeForam mais de oito horas de discussões acaloradas, com uma renitente obstrução apresentada pelos oposicionistas. Depois de muito bate-boca, ensaios de agressão física e muito tumulto, a jornada culminava com um pungente discurso de Garibaldi Alves. “Esse não foi o Senado que sonhei presidir”, resignou-se o senador potiguar.
Sobre a fatídica madrugada, Virgílio, que encabeçava os protestos oposicionistas ao lado do líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse que a postura do governo foi “arrogante”. “O fato de o governo ter ganhado [na aprovação da MP da TV Pública] não é importante. Por que o governo tem sempre que ganhar? Por que não respeita a vontade do Parlamento? Por que não ouviu a voz da minoria”, questionou o senador. “Faltou diálogo, boa fé.” (Fábio Góis)
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