O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse hoje, na reunião da CPI dos Correios, que o lobista Nilton Monteiro, suposto autor da “lista de Furnas”, é de fato o responsável pelo documento. Virgílio disse também que o passado do lobista serve para reforçar as suspeitas de que ele seria o autor da relação.
Segundo o senador, Monteiro é acusado de roubo de veículos, furto e falsificação de documentos e responde a processos por falsidade ideológica, estelionato e formação de quadrilha. O tucano disse ainda que Monteiro tem vasto conhecimento em informática, o que lhe garantiria capacidade suficiente para forjar um documento aparentemente legítimo e com a assinatura do ex-dirigente.
Virgílio falou também que Monteiro forjou vários documentos para ganhar ações na Justiça contra uma empresa em que afirmara ter trabalhado. Porém, nunca mostrou a versão orignal desses documentos “É uma marca na vida dele essa história de ‘cade os originais’. Qualquer dia ele faz um recibo com o meu nome”, ironizou o senador, referindo-se ao fato de o original da relação de Furnas nunca ter aparecido.
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A "lista de Furnas" é um documento com 156 nomes de parlamentares, a maioria do PSDB e PFL, que teriam recebido recursos de um suposto caixa dois montado na estatal Furnas Centrais Elétricas. A relação tem a assinatura do ex-diretor da empresa Dimas Toledo, que neste momento depõe na CPI.
Uma cópia da lista foi entregue por Monteiro à Polícia Federal, que investiga a autenticidade do documento. O diretório do PSDB pediu que o perito Ricardo Molina analisasse o documento para averiguar se ele, de fato, é verdadeiro. Ele concluiu, no entanto, que é impossível dar um parecer seguro sem avaliar o original.
Não é a primeira vez que Monteiro coloca os tucanos em situação difícil. Foi ele quem revelou a existência de um caixa dois na campanha do PSDB mineiro ao governo do estado em 1998 financiado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, suposto operador do mensalão. A revelação era o que faltava para os governistas atribuírem a paternidade do “valerioduto” aos tucanos da era Fernando Henrique Cardoso.
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