O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) rejeitou, pela primeira vez em 47 anos, as contas do Governo do Distrito Federal (GDF). Entre as irregularidades apontadas estão realização de despesas sem autorização orçamentária, descumprimento da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e aumento de despesas com pessoal sem estudo prévio de viabilidade.
Os problemas são referentes à gestão do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), que estava à frente do GDF desde 2002 e deixou o cargo em março de 2006 para sua vice, Maria de Lourdes Abadia (PSDB-DF). Os dois foram responsabilizados e podem ficar inelegíveis por cinco anos caso a rejeição das contas seja confirmada pela Câmara Legislativa.
O conselheiro Ronaldo Costa Couto, relator do processo, concluiu que havia “desequilíbrio das contas públicas ao término do exercício de 2006”. Em seu relatório ele argumentou que “esses fatos revelam falhas no planejamento e na gestão financeira, além da não-correção tempestiva dos desvios que afetaram o equilíbrio das contas distritais, pressupostas da gestão fiscal responsável”. O parecer foi aprovado por unanimidade pelo TCDF.
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Apesar de ter ficado fora do governo durante quase todo o ano de 2006, o relator do caso destacou que as irregularidades encontradas eram “prática administrativa vigente nos últimos anos no Distrito Federal”.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense a ex-governadora do DF Maria de Lourdes Abadia, que assumiu o governo quando Roriz foi concorrer ao Senado, disse que irá recorrer da decisão do tribunal e que as informações que tinha eram outras. “Pelos dados que tinha da minha equipe, está tudo certo”, garantiu. Roiz também foi procurado sobre o assunto, mas não respondeu. (Soraia Costa)
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