Edson Sardinha
O
pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra, disse hoje (12) que
pretende centralizar seu discurso no futuro e deixar de lado as comparações
entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso durante a campanha eleitoral.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, o tucano afirmou que o ex-presidente Fernando
Henrique e o presidente Lula serão julgados pela história e não podem ser
tratados como personagens da disputa eleitoral por não serem candidatos nas
eleições de outubro.
“O governo Fernando Henrique vai ser julgado pela história, assim como o
governo Lula vai ser avaliado no futuro pela história. Esta eleição tem a ver
com o futuro. O Lula não é candidato, nem o Fernando Henrique. Nem o Collor e o
Sarney, que apoiam a Dilma, são candidatos”, disse o ex-governador de São Paulo.
No sábado, durante lançamento de sua pré-candidatura ao Planalto, Serra disse
que não aceitará “o
raciocínio do nós contra eles” ao longo do embate eleitoral.
O tucano defendeu que o debate seja centrado no histórico e nas ações de cada
um dos candidatos à sucessão de Lula. Disse ainda que tem mais a mostrar à
população brasileira do que os trabalhos que realizou no Ministério da Saúde
durante o governo FHC. “Esse meu trabalho na Saúde pode ser avaliado por todo
mundo. Tenho meu trabalho na prefeitura e fui depois governador. E meu trabalho
está aí pra ser avaliado com vistas ao futuro.”
Ouça aqui
e aqui
a entrevista de Serra na Jovem Pan
Exílio de Brizola
Serra disse ainda não ter entendido como um recado endereçado a ele o
discurso da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, que no sábado disse “não ter
medo da luta” e nunca ter “abandonado o barco” durante os momentos mais duros da
ditadura militar (1964-1985). E lembrou que o ex-governador Leonel Brizola,
fundador do PDT, partido ao qual Dilma era filiada até o início da década,
também amargou o exílio político.
“Acredito que não estivesse se referindo a mim. O próprio Leonel Brizola, que
era o chefe do partido da Dilma (PDT), foi exilado porque se ficasse no Brasil
ia ser preso. Há muitos companheiros de partido da Dilma que também foram
exilados por esse motivo. Por isso, não entendi essa declaração porque seria um
desrespeito a várias pessoas”, declarou.
A declaração causou polêmica entre militantes de esquerda e centro-esquerda
nas páginas dos jornais desta segunda-feira. Pela manhã, Dilma tentou botar um
ponto-final na polêmica em mensagem postada em seu microblog. “De onde tiraram
que fugir da luta é se exilar? O exílio significou a diferença entre a vida e a
morte para os exilados brasileiros”, escreveu em sua página oficial no twitter
(http://twitter.com/dilmabr), lançada
ontem.
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