Fábio Góis
O ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, recebeu uma suspensão de 30 dias, “com conversão em multa”, por ter repassado para familiares o usufruto de apartamento funcional do Senado, infringindo o Regime Jurídico dos Servidores Públicos (Lei 8112/90). A penalidade, assinada pelo primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), foi publicada hoje (18) no Boletim Administrativo de Pessoal.
Afastado da diretoria de RH em 13 de março de 2009, Zoghbi chegou a ter quatro processos administrativos abertos no Senado contra si, além das ações a que responde na Justiça comum por desmandos cometidos no exercício da função administrativa.
Ao lado do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, Zoghbi foi apontado como um dos responsáveis pela emissão de centenas de atos secretos em mais de uma década, um dos maiores escândalos da história da instituição. No último dia 11, Agaciel foi suspenso por 90 dias, sem possibilidade de conversão em multa (leia mais aqui e aqui).
Em um dos processos disciplinares, Zoghbi foi investigado por ocupação irregular de propriedade do Senado, em sindicância aberta no dia 27 de maio de 2009 – dono de uma casa de 776 metros quadrados de área construída em bairro nobre de Brasília, ele abdicou do direito a apartamento funcional e repassou a familiares o uso do imóvel. O ex-diretor é alvo de inquérito policial interno cuja abertura foi anunciada no dia 29 de abril do ano passado.
Segundo reportagem da revista Época publicada em 25 de abril de 2009 (leia), Zoghbi participou de esquema de empresas de fachada, e teria posto a ex-babá de seus filhos – uma senhora de 83 anos – como sócia majoritária em três empresas que teriam lucrado R$ 3 milhões em um ano e meio. De acordo com a reportagem, o Banco Cruzeiro do Sul, que operava empréstimos consignados no Senado, era o responsável pela maior parte desse montante. O banco teve seu convênio cancelado pela Casa, na semana passada.
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