Em entrevista publicada hoje (20) pelo jornal Folha de São Paulo, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), desconsiderou a possibilidade de ser instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para apurar as denúncias da Operação Satiagraha.
“Eu acho que nesse caso [da Satiagraha] o mérito é de quem investigou por quatro anos. Se foram Ministério Público, Polícia Federal e Abin, esses merecem reconhecimento da sociedade, inclusive o meu. Portanto, se dependesse de mim, eu não proporia CPI”, disse em trechos da entrevista concedida à Folha.
Chinaglia também desconsiderou um maior aprofundamento das investigações na CPI dos Grampos, que aprovou na última semana requerimento de convocação de Dantas, que deve ocorre apenas após o recesso parlamentar.
“O que a CPI dos Grampos poderia acrescentar ao trabalho que já foi feito?”, ponderou. “Não quero que fique parecendo que eu sou contra investigação. Pelo contrário, eu sou contra oportunistas, contra aqueles que querem surfar na crista da onda”, acrescentou.
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Em trechos da entrevista, Chináglia apesar de não identificar qual é o elo do PT com Daniel Dantas, disse que as demais legendas têm uma ligação “mais sórdida” com o banqueiro do que o seu partido.
“Até onde eu sei, as ligações do Daniel Dantas são muito mais sórdidas com outros partidos, até onde eu sei, do que com o PT. A fortuna dele é anterior ao governo atual. Então, se tiver alguém do PT com um grau de relação com o Daniel Dantas, é preciso saber quem é. Se tiver de responder, que responda”, disse.
PublicidadeDeflagrada após a eclosão do escândalo do mensalão, a Operação Satiagraha investiga supostos crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta, formação de quadrilha e tráfico de influência para a execução de movimentações financeiras com informações privilegiadas. Entre os acusados de envolvimento no esquema está o dono do Opportunity, Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo (1997-2000), Celso Pitta. (Erich Decat)
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