Renata Camargo
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), defendeu nesta quarta-feira (3) que somente candidatos com reputação ilibada possam se candidatar a cargos públicos. Ao comentar levantamento exclusivo do site Congresso em Foco divulgado hoje, Demóstenes afirmou que o Congresso não tem demonstrado interesse em proibir que parlamentares processados se candidatem.
Como revelou o site, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu 36 processos contra deputados e senadores nos últimos 12 meses. Desde junho do ano passado, o número de inquéritos e ações penais envolvendo parlamentares saltou de 281 para 317, um aumento de 11%. Ao todo, 150 congressistas têm pendência na mais alta corte do país, o que representa quase um quarto do Congresso Nacional.
“É um número muito grande. Inclusive tem uma matéria em pauta que diz que só pode se candidatar quem tem reputação ilibada”, considerou. “É uma tentativa de impedir que alguém que tenha condenação fique fora da política. Essas medidas todas não passaram. Pelo número, há 150 pessoas enroladas. A pessoa faz um lobby terrível e acaba impedindo que o Congresso seja passado a limpo”, afirmou.
Segundo Demóstenes, tramita na CCJ do Senado um projeto de lei que proíbe que políticos com pendências na Justiça se candidatem. Relator da proposta, o senador disse que a matéria já tem seu parecer favorável e que a comissão votará a proposta o mais rápido possível.
“Essa matéria está em tramitação e meu parecer é favorável. Ou seja, quem tem ficha suja não pode estar na política. Acho que nós deveríamos criar mecanismos como esse, porque uma pessoa que tem reputação ilibada não pode ser juiz, não pode ser promotor, não pode delegado, não pode ser procurador do estado, mas pode ser político?”, defendeu.
Leia ainda:
Exclusivo: 150 parlamentares têm processo no STF
Deixe um comentário