Ricardo Ramos |
A ala oposicionista do PMDB vai testar, em nível nacional, a popularidade dos governadores do partido para intensificar o processo de escolha do candidato peemedebista à sucessão presidencial. A intenção é difundir, a partir do segundo semestre, as realizações dos governos estaduais por meio da chamada caravana de governadores – uma espécie de tour com os pré-candidatos –, para avaliar qual nome tem mais chance de concorrer ao Palácio do Planalto. Até março do ano que vem, os governadores Germano Rigotto (RS), Luiz Henrique (SC), Roberto Requião (PR), Joaquim Roriz (DF), Marcelo Miranda (TO) e Jarbas Vasconcelos (PE), além do ex-governador Anthony Garotinho (RJ), vão rodar o país para vender a imagem de que os seus governos são um sucesso, a despeito do cenário nacional desfavorável, e que suas ações podem ser levadas para a administração federal. Leia também A caravana é uma tentativa de unificar o discurso do bloco oposicionista de um partido cada vez mais dividido. É que o nome do próprio Garotinho, recém-ingresso na legenda, causa divergência entre os oposicionistas. Mas, se nenhum dos governadores alcançar bom desempenho eleitoral até lá, o PMDB tem uma saída à francesa: ser mesmo vice na chapa de Lula, como prega a ala governista. Para isso, bastaria apenas mudar, em junho de 2006, o resultado da convenção do final do ano passado, que decidiu pelo rompimento com o governo. Por enquanto, o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), desconversa sobre o assunto. “Acho que essa convenção deverá ratificar o que já decidiu a anterior. Mas, enfim, estamos ainda distantes de junho de 2006”, diz. Um dos vice-líderes do PMDB na Câmara, o deputado Adelor Vieira (SC), coordenador da bancada evangélica, porém, diz que o presidente do partido já admite indicar o vice na chapa de Lula. “O (Michel) Temer vê com simpatia essa proposta”, afirma. Nesse cenário, o nome mais cotado para ocupar a vaga seria o do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). |
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