DEFESA DA EDUCAÇÃO
Senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
Nasceu em fevereiro de
1944 em Recife (PE) e formou-se em Engenharia pela Universidade Federal de
Pernambuco, em 1966. Durante esse período, envolveu-se com a política
estudantil, tendo militado na Ação Popular, grupo de esquerda ligado à igreja
progressista. Após o golpe militar de 1964, seguiu para o auto-exílio, na
França, onde obteve uma bolsa de doutorado em Economia, em 1973, para estudar na
Universidade de Sorbonne, em Paris.
Em 1974, assumiu a chefia da elaboração de projetos para a América Latina no
Banco Mundial (BID). A volta para o Brasil ocorrerá somente em 1979, quando
começou a dar aulas no Departamento de Economia da Universidade de Brasilia
(UnB). Acabou sendo o primeiro reitor eleito pelo voto na instituição, em
1985, e manteve-se no cargo até 1989.
Em 1994, foi candidato ao governo do Distrito Federal, pelo PT, vencendo nas
urnas o peemedebista Valmir Campelo. Ainda no primeiro ano de governo, criou o
programa Bolsa-Escola, que consistia em pagar às famílias pobres para manterem
os filhos nas escolas. O programa acabou sendo incorporado em nível nacional
pelo governo Fernando Henrique Cardoso e imitado em vários países. Também criou
a campanha educativa no trânsito e conseguiu reduzir em 40% as mortes em
acidentes automobilísticos na capital federal. Brasília é a única cidade
brasileira em que o motorista respeita a faixa de pedestre.
Na tentativa de reeleição, em 1998, Cristovam acabou amargando a derrota nas
urnas para o maior adversário político que enfrentou, o peemedebista Joaquim
Roriz. A acirrada guerra eleitoral entre o vermelho (PT) e o azul (PMDB) até
hoje tem reflexos na disputa política brasiliense. O petista venceu o primeiro
turno com quase 4 pontos percentuais à frente. Roriz, porém, virou o resultado
no segundo turno, em uma disputa apertada.
Em 2003, Cristovam foi nomeado ministro da Educação do governo Lula, logo
após ser eleito senador pelo Distrito Federal. Após um ano na pasta, no entanto,
foi demitido via telefone por Lula. Nos bastidores, sua exoneração foi atribuída
ao então ministro-chefe da casa civil, José Dirceu, que teria feito críticas
diretas sobre Cristovam para Lula. A verdade é que o próprio Lula também não
nutria maiores simpatias por Cristovam, a quem julgava arrogante, prepotente e
pouco realista.
Após cogitar sua permanência no Senado como “independente”, Cristovam decidiu
ingressar no PDT. Na verdade, era uma espécie de volta às origens. Antes de se
filiar ao PT, Cristovam era ligado ao comandante do PDT, Leonel Brizola. No
governo José Sarney, chegou a ser chefe de gabinete de Fernando Lyra no
Ministério da Justiça. Lyra foi o candidato a vice-presidente na chapa de
Brizola em 1989.
Antes da sua morte, Brizola havia reorientado o PDT para assumir uma postura
crítica com relação ao governo Lula. Foi com essa postura que Cristovam acabou
se tornando candidato a presidente da República pelo partido em 2006, tendo o
senador Jefferson Peres (PDT-AM) como vice. Cristovam tinha quase que uma
bandeira única: a educação pública de qualidade para todos. Sua proposta era
obter as condições para isso a partir da federalização do ensino básico. A
obsessão pelo tema da educação fez com que Cristovam ganhasse na campanha a
pecha de “candidato de uma nota só”. Cristovam obteve a quarta colocação no
primeiro turno, ficando atrás de Lula, Geraldo Alckmin e Heloísa Helena, tendo
recebido 2.538.834 votos, equivalentes a 2,42% dos votos totais e 2,64% dos
votos válidos.
Após a morte de Brizola, sob o comando de Carlos Lupi, o PDT foi se
reaproximando do governo, movimento que culminou com a ida do próprio Lupi para
o Ministério do Trabalho. Cristovam, porém, manteve a sua postura de
independência. E, graças a ela, tornou-se , em agosto de 2009, um dos principais
opositores do então presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). As denúncias de
atos secretos desencadearam uma crise que atingiu as bancadas. Cristovam
defendeu por diversas vezes o afastamento do parlamentar. O caso, no entanto,
sequer chegou a ser apurado, já que as representações foram arquivadas pelo
Conselho de Ética.
Diante do abafamento das denúncias, o senador foi duro nas críticas.
Repercutiu o comentário do presidente Lula, que classificou os senadores com
“bons pizzaiolos”. Cristovam reduziu “a nada” a profissão ao comentar a
declaração de Lula. As entidades representativas de pizzaiolos protocolaram um
documento pedindo que o senador formalizasse um pedido de desculpa.
Deputada Fátima Bezerra (PT-RN)
Nasceu em Nova Palmeira
(PB) em 19 de maio de 1955, e assumiu, em 2007, seu segundo mandato consecutivo
como deputada federal.
Professora da rede pública de ensino desde 1980, é especialista em assuntos
educacionais. Sua experiência acadêmico-parlamentar inclui o Encontro
Internacional em Solidariedade às Mulheres Cubanas, promovido pela Federação das
Mulheres Cubanas, em Havana (Cuba, 1998); e a 5ª Conferência Internacional de
Mulheres, em Beijin (China, 1995), quando foi como delegada brasileira.
Foi deputada estadual na legislatura 1999-2003 – quando liderou o PT entre
1995 e 2003 na Assembleia Legislativa da Paraíba –, presidente da Associação dos
Orientadores Educacionais do Rio Grande do Norte e presidente do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação no estado. Foi relatora da regulamentação do Fundeb
(fundo para a educação básica).
Na atual legislatura, é titular da Comissão de Educação e Cultura. Já foi
presidente da Comissão de Legislação Participativa e suplente da Comissão de
Constituição e Justiça.
Senador Flávio Arns (PSDB-PR)
Nasceu em Curitiba (PR) e
formou-se em Direito pela Universidade Federal do Estado do Paraná (UFPR).
Possui Mestrado em Letras, também pela UFPR, e Ph.D em Lingüística pela
Universidade Northwestern/EUA.
É sobrinho do cardeal emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, e de
Zilda Arns, ex-coordenadora da Pastoral da Criança, que morreu no dia 12 de
janeiro de 2010, no terremoto que atingiu a capital do Haiti, Porto
Príncipe.
Sua trajetória política iniciou-se em 1991, pelo Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB), quando foi eleito deputado federal. Em 1994, reelegeu-se com
42.507 votos e, quatro anos depois, foi o sétimo deputado federal mais votado do
Estado do Paraná, com 81.725 votos.
Permaneceu no PSDB até 2001, quando foi convidado a ingressar no Partido dos
Trabalhadores. Candidatou-se a senador pela nova legenda e conseguiu eleger-se
com 1.995.602 votos, assumindo uma cadeira no Senado no dia 1º de fevereiro de
2003.
Seguiu as recomendações da bancada do PT, embora com certa distância nas
reuniões de bancada. Em agosto de 2009, durante a crise do Senado desencadeada
pelas denúncias de atos secretos, assumiu uma posição de dissidência com o
partido. O principal motivo foi a blindagem imposta pelos petistas ao senador e
presidente da Casa José Sarney (PMDB-AP), sufocado por 11 denúncias no Conselho
de Ética.
Foi duro nas argumentações durante a sessão que resultou no arquivamento das
denúncias contra Sarney. Arns argumentou que o PT estava rompendo
definitivamente com as bandeiras do partido ao blindar o senador Sarney e
livrá-lo dos processos de investigação e jogando a ética no lixo. Ainda no mesmo
dia, anunciou sua saída do partido. Arns retornou, então, ao PSDB.
Arns deixou o PT numa semana tumultuada para o partido. Na mesma ocasião, a
senadora Marina Silva tomou atitude semelhante, deixando o PT para ingressar no
PV, partido pelo qual deverá disputar a Presidência da República. Ainda por
conta da decisão de proteger Sarney, o líder da bancada do PT, Aluízio
Mercadante (PT-SP), chegou a anunciar que renunciaria ao cargo. Recuou depois de
uma conversa pessoal com o presidente Lula.
Arns é titular da Comissão de Assuntos Sociais e das comissões de Educação e
de Direitos Humanos.
Deputado Gastão Vieira (PMDB-MA)
Nascido em São Luís
(MA), é formado em Ciências Jurídicas (1969) pela Universidade Federal do
Maranhão (UFMA) e tem mestrado em Direito (1976), além do curso de
especialização em Problemas de Desenvolvimento Econômico (1970). Está no quarto
mandato de deputado federal.
Iniciou a trajetória como deputado estadual (1987-1991). Foi reeleito para
exercer o cargo na legislatura 1991-1995. A estréia na Câmara dos Deputados
ocorreu somente em 1995. Reelegeu-se para as outras três legislaturas seguintes
(1999-2003; 2003-2007; 2007-2011) como deputado na bancada do Maranhão.
Inicia seu quarto mandato consecutivo. Integra a Frente Parlamentar de
Valorização do Idoso e é titular no Grupo de Trabalho para a Organização do
Ensino Superior.
Licenciou-se do mandato na Legislatura 1995-1999 para exercer o cargo de
secretário de Educação do governo do Maranhão, de 2 de março de 1995 a 3 de
abril de 1998. Depois, licenciou-se, em 15 de maio de 2009, para assumir a
Secretaria de Planejamento e Orçamento.
Deputada Maria do Rosário (PT-RS)
Nasceu em Veranópolis
(RS) em 22 de novembro de 1966, e está no segundo mandato consecutivo – foi
eleita deputada federal pela primeira vez em 2002.
É professora e pedagoga com especialização em violência doméstica pelo
Laboratório de Estudo da Criança da Universidade de São Paulo. Foi a
organizadora do livro “Conselho Tutelar: gênese, dinâmica e tendências” (Editora
Ulbra, 2002).
Foi duas vezes vereadora (1992/1996 e 1997/1998), quando liderou o PT na
Câmara Municipal (1998), e elegeu-se deputada estadual (1999/2003).
Maria do Rosário foi a 2ª vice-presidente nacional do Partido dos
Trabalhadores. Na Câmara, ela também foi, por duas vezes, a 1ª vice-presidente
da Comissão de Educação e Cultura, na qual continua como membro titular.
A deputada foi filiada ao PCdoB (1985-1994) e está no PT desde 1994.
Senadora Marisa Serrano (PSDB-MS)
É a primeira senadora
eleita pelo Mato Grosso do Sul. Nasceu em Bela Vista (MS), em 1947. É formada em
Letras e Pedagogia pela Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras de
Campo Grande e iniciou a carreira política como vereadora de Campo Grande
(1977-1982) pela Arena.
Foi depois secretária estadual de Educação (1980-1982) e deputada federal por
duas legislaturas (1995-1999 e 1999-2003) pelo PMDB. Na Câmara, presidiu
comissão especial sobre autonomia das universidades. Em 2004, foi eleita
vice-prefeita de Campo Grande.
A defesa da educação e do agronegócio, base da economia sul-matogrossense,
são prioridades do seu mandato. Ela também defende a realização das reformas
política, tributária e previdenciária.
Entre 2000 e 2002, presidiu o Parlamento Cultural do Mercosul, tendo criado o
curso de mestrado em Gestão de Política Cultural que funciona na Universidade de
Palermo, em Buenos Aires, atendendo a estudantes oriundos de todo o
Mercosul.
Em 2002, concorreu ao governo de Mato Grosso do Sul, sendo derrotada no
segundo turno por Zeca do PT. Em 2004, foi eleita vice-prefeita de Campo Grande
na chapa encabeçada por Nelson Trad Filho.
Em 2006, licenciou-se da Prefeitura para disputar uma vaga no Senado. Eleita
senadora, presidiu a CPMI que se apurou o Escândalo dos cartões
corporativos.
COMBATE À CORRUPÇÃO
Senador Alvaro Dias
(PSDB-PR)
Nascido em Quatá (SP), passou a maior parte da infância na
cidade de Maringá, no estado do Paraná (PR). Formou-se em História pela
Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1967. Desde então, passou a se
envolver com assuntos relacionados à política local.
Começou na vida pública em 1968, quando foi eleito vereador de Londrina
(1968-1970) pelo antigo MDB. Acabou indicado para a vice-presidência da Câmara
Municipal ainda no início do mandato. Elegeu-se deputado estadual (1971-1975) e
deputado federal (1975-1979/1981-1982), lançando-se no cenário da política
nacional.
Foi eleito senador nas primeiras eleições após a reabertura democrática, em
1982, concorrendo com o maior líder paranaense dos últimos 50 anos, o
ex-governador Nei Braga. Assumiu em 1983 e foi escolhido vice-líder pelo já
então PMDB. Durante o mandato, colaborou na organização do primeiro comício das
campanhas das Diretas Já em Curitiba, inaugurando o ciclo de grandes
mobilizações no Paraná.
Lançou-se candidato ao governo do estado, em 1986, e foi eleito com 68% dos
votos válidos. Em 1988, chegou a ser pré-candidato à Presidência, na convenção
que escolheu Ulysses Guimarães como o nome na disputa da primeira eleição
presidencial após a ditadura militar, em 1989.
Em virtude de divergências com o comando do partido, Álvaro Dias deixou o
PMDB após completar o mandato de governador. Disputou a reeleição, em 1994,
filiado ao PP, mas acabou derrotado pelo pedetista Jaimer Lerner, que obteve
2.070.970 votos contra os 1.455.648 de Dias.
Deixou o PP, logo após ser derrotado nas urnas, para ter uma participação
abreviada no PST, partido que ajudou a fundar. Acabou, no entanto, aderindo ao
PSDB, ainda em 1994, e passou a ocupar a presidência da Telepar
(Telecomunicações do Paraná), onde permaneceu entre 1996 e 1997.
Retornou ao Senado em 1999 e ocupou a presidência da CPI do Futebol. Atuou
ainda como membro titular da CPI dos Bingos e dos Correios. Passou a ser
considerado um dos parlamentares mais influentes na bancada de oposição, na qual
passou a fazer críticas fervorosas ao governo PT.
Em maio de 2008, seu colega de partido, Arthur Virgílio, denunciou a
existência de um dossiê que teria sido elaborado pela cúpula do PT, na Casa
Civil da Presidência. O dossiê foi descoberto a partir de uma troca de
correspondências eletrônicas entre um funcionário da Casa Civil e um funcionário
do gabinte de Álvaro Dias. Para se contrapor às denúncias de gastos do primeiro
escalão do governo Lula com cartões corporativos, o dossiê elencava dados de
gastos pessoais de Fernando Henrique e de sua mulher, Ruth Cardoso, no exercício
da Presidência. O documento havia sido elaborado a mando de Erenice Guerra na
Casa Civil, cumprindo ordens da ministra Dilma Roussef.
Em agosto de 2009, o senador foi acusado pela revista Época de omitir R$ 6
milhões à Justiça. Conforme a declaração de bens do parlamentar, entregue em
2006, Dias havia informado à Justiça Eleitoral que tinha um patrimônio de R$ 1,9
milhão, dividido em 15 imóveis, entre apartamentos, fazendas e lotes em Brasília
e no Paraná. No entanto, o patrimônio era, na verdade, quatro vezes maior.
Ainda em agosto de 2009, o senador defendeu a convocação da ex-secretária da
Receita Federal, Lina Vieira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do
Senado. Lina havia alegado, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ter
recebido um pedido direto da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para
apressar as auditorias das empresas da Fernando Sarney, filho do presidente do
Senado.
Deputado Chico Alencar (Psol-RJ)
Nasceu no Rio de Janeiro
e formou-se em História pela Universidade Federal Fluminense. É professor
licenciado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atuou
como professor de História no ensino fundamental e médio do Rio de
Janeiro, na rede pública e privada.
É autor de 26 livros, como “História da Sociedade Brasileira”, “Brasil Vivo”
e “Educar na Esperança em Tempos de Desencanto”. Defendeu tese de mestrado em
Educação na Fundação Getúlio Vargas sobre o movimento das Associações de
Moradores do Rio.
Começou a carreira política como vereador do Rio de Janeiro, pelo PT, de 1989
a 1996. Candidatou-se, ao fim do mandato, para a prefeitura do Rio. Mas obteve a
terceira colocação na disputa, com 642 mil votos, faltando 1,5% para chegar ao
segundo turno.
Foi eleito, em 1998, deputado estadual, tendo presidido a Comissão de
Direitos Humanos. Foi também vice-presidente da Comissão de Educação da
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Chegou ao Congresso Nacional em 2003 para ocupar uma cadeira de deputado pelo
estado do Rio. Conseguiu ser reeleito na legislatura seguinte, com 119 mil
votos, destacando-se entre os parlamentares na investigação sobre as denúncias
do “mensalão”. Foi após o mensalão que, desiludido com o partido, deixou o PT
para ser um dos fundadores do Psol.
Foi apontado por jornalistas como o deputado que melhor exerceu o mandato em
2009 no Prêmio Congresso em Foco. Este ano, bisou a indicação dos jornalistas:
novamente foi apontado o melhor deputado do ano.
Senador Demóstenes Torres (DEM-GO)
Nasceu em Anicuns
(GO), e foi eleito senador pela primeira vez em 2002 com 1.239.352 votos – seu
primeiro cargo eletivo. Formado em Direito, pela Universidade Católica, em
Goiânia, é promotor público em Goiás e foi, por duas vezes, procurador-geral de
Justiça do estado, além de secretário estadual de Segurança (1999) e presidente
do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Justiça do Brasil.
Concorreu ao governo de Goiás, em 2006, mas obteve apenas 3,5% dos votos,
ficando em quarto lugar no pleito. No ano passado, sinalizou interesse em
disputar novamente o Palácio das Esmeraldas, mas o mais provável é que concorra
novamente ao Senado.
Durante a disputa pelo governo de Goiás, foi acusado de xingar um assessor do
ex-governador Marconi Perillo (PSDB-GO), que teria gravado uma reunião de
Demóstenes com delegados de Polícia Civil. Os delegados queriam o compromisso do
então candidato pela isonomia salarial da categoria com o Ministério Público
caso viesse a ser vitorioso.
Em janeiro de 2009, submeteu-se a uma cirurgia bariátrica e ganhou nova
silhueta e uma vida mais saudável. Sua paixão por pamonhas teve de ser contida:
no lugar de três unidades no lanche, passou a comer meia como refeição completa.
De manhã, malha com personal trainer para ganhar massa muscular. E a diabetes,
motivo que o levou ao centro cirúrgico, está bem controlada.
Em junho de 2009, teve o nome envolvido com o escândalo no Senado que ficou
conhecido com “atos secretos”. A investigação interna revelou que a prática de
esconder nomeações envolveu todos os presidentes e primeiros-secretários que
passaram pelo Senado desde 1995. Um desses atos transferiu Lia Raquel Vaz de
Souza do gabinete de Demóstenes Torres (DEM-GO) para o de Delcídio Amaral
(PT-MS). Ela é parente de Valdeque Vaz de Souza, um dos principais assessores de
Agaciel Maia. Delcídio e Demóstenes alegaram desconhecer a funcionária.
Demóstenes teve destaque na tomada de uma posição mais firme por parte do DEM
na crise do mensalão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Foi
um dos parlamentares que cobrou a expulsao de Arruda e do vice-governador Paulo
Octávio do DEM após as denúncias de um esquema de propina no Distrito Federal.
Na esteira, o então presidente da Camara Legislativa do DF, Leonardo Prudente,
que passou a ser conhecido como o “deputado da meia” ao aparecer guardando
dinheiro da propina nas meias, também foi afastado do partido.
Um dos mais atuantes integrantes da oposição ao governo Lula, Demóstenes foi
considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de
2009.
Deputado Flávio Dino (PCdoB-MA)
É natural de São Luís
(MA). Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) com
mestrado em Direito Público pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É
juiz federal desde 1994 e presidiu a Associação dos Juízes Federais do Brasil
(Ajufe) entre 2000 e 2002.
Também foi secretário da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados
do Brasil no Maranhão, secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça e membro
do Conselho da Justiça Federal.
Exerce atualmente o primeiro mandato eletivo como deputado federal pela
bancada do Maranhão. Foi eleito para exercer o cargo na legislatura 2007-2011.
Em setembro de 2008, concorreu à prefeitura de São Luís. Foi derrotado nas urnas
pelo candidato tucano João Castelo.
É candidato ao governo do Maranhão para as eleições de setembro de 2010.
Foi o deputado mais votado pelos internautas em 2008 como parlamentar que
mais se destaca no Combate à Corrupção do Prêmio Congresso em Foco.
Deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR)
Nascido em Curitiba
(PR), está em seu terceiro mandato na Câmara Federal. É filho do
ex-deputado, ex-prefeito e ex-deputado Maurício Fruet e iniciou cedo sua atuação
política, tendo sido presidente do Centro Acadêmico Hugo Simas da Universidade
Federal do Paraná.
Iniciou a trajetória político-eleitoral em 1996, quando foi eleito vereador
em Curitiba pelo PMDB. Dois anos depois, elegeu-se deputado federal, após uma
campanha curta, na qual assumiu o lugar do pai. Foi o segundo candidato mais
votado em Curitiba, com 45.929 votos.
Já em 2002, foi eleito para o segundo mandato de deputado federal, com
105.166 votos. Reelegeu-se em 2006 com 210.674 votos.
Presidiu a CPI do Proer, que investigou escândalos financeiros no País.
Também foi vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior e
relator da Subcomissão de Violência Urbana.
Entre 2005 e 2006, teve papel destacado na CPMI dos Correios, na qual atuou
como sub-relator de movimentação financeira. Integrou também a CPI da Crise
Aérea, instalada em 2007 para apurar os problemas de gestão no sistema
aeroportuário brasileiro e as causas dos recentes acidentes aéreos, e a CPI das
Escutas Telefônicas Clandestinas, que investiga abusos no uso de escutas em
investigações.
No fim de 2006, recebeu o Prêmio Congresso em Foco, entregue aos
parlamentares apontados como os de melhor desempenho no Congresso Nacional.
Senador Pedro Simon (PMDB-RS)
Advogado e professor
universitário, Pedro Jorge Simon, nascido em 1930, em Caxias do Sul (RS), é um
dos mais antigos parlamentares em atividade no Congresso Nacional. Foi eleito
pela quarta vez para representar o Rio Grande do Sul no Senado Federal.
Foi coordenador nacional do movimento “Diretas Já” no PMDB e integrou as duas
CPIs mais importantes da história do Congresso: a comissão parlamentar mista de
inquérito que levou ao impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, e a
comissão parlamentar mista de inquérito que desvendou a máfia dos Anões do
Orçamento.
Pedro Simon foi vereador entre 1960 e 1962, deputado estadual no Rio Grande
do Sul entre os anos de 1962 e 1978 e governador do Rio Grande do Sul no período
de 1987 a 1990.
Durante o governo José Sarney, foi ministro da Agricultura, nos anos de 1985
e 1986, e, já no Senado, foi líder do governo Itamar Franco.
O parlamentar tem como principais bandeiras a defesa da ética, com intenso
combate à corrupção, e a agilização do judiciário.
Em 2008, recebeu o Prêmio Congresso em Foco na categoria “Combate à
Corrupção”, tendo sido eleito pelos internautas, após seleção prévia feita pelos
jornalistas que cobrem o Congresso Nacional.
Foi filiado ao PTB (o antigo partido, antes do regime militar de 1964), MDB e
PMDB.
DEFESA DA SAÚDE
Deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS)
Nascido em Ijuí (RS), formou-se em Medicina pela
Universidade Federal do Rio Grande Sul, com pós-graduação em Puericultura e
Pediatria. Atuou, por 22 anos, como presidente do Hospital de Caridade de Ijuí
(HCI), de 1986 a 2008. Sua atuação parlamentar é muito voltada para o interesse
das Santas Casas que têm convênio com o Sistema Único de Saúde.
Também ocupou o cargo de presidente e vice-presidente da Confederação das
Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Brasil
(AMB).
Iniciou sua carreira política como deputado federal. Está atualmente na
quarta legislatura (1995-1999; 1999-2003; 2003-2007; 2007-2011) tendo sido o
relator do Projeto de Lei que reduziu os impostos sobre medicamentos, a Lei que
restringiu a propaganda de cigarro e a Lei de Biossegurança.
Durante sua trajetória na Câmara dos Deputados ocupou a vice-liderança do
PMDB e vice-liderança do governo. Também foi vice-líder do bloco que integra o
PMDB, PTB, PSC e PTC.
De acordo com o jornal O Globo, teria usado parte da cota de passagens aéreas
para vôos internacionais, ou cedido a seus parentes. É filiado ao PMDB desde
1993.
Deputado Dr. Rosinha (PT-PR)
Natural de Rolândia (PR), é
pediatra formado em Medicina pela Universidade Pontifícia Católica do Paraná
(PUC-PR), com especialização em Saúde Pública e Medicina do Trabalho. Foi
fundador do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rolândia.
Secretário-geral (1984-1985) e presidente (1985-1987) da Associação dos
Servidores Municipais de Curitiba.
Assumiu o primeiro cargo eletivo apoiado pelo movimento social e sindical
como vereador de Curitiba (1989-1991) e posteriormente como deputado estadual
(1995-1999) na Assembleia Legislativa do Paraná. Atualmente está no terceiro
cargo de deputado federal (1999-2003; 2003-2007; 2007-2011). Na última eleição,
somou 69 mil votos.
Adotou como uma das suas bandeiras no plenário a luta contra a terceirização
dos serviços públicos e valorização dos servidores.
Um ano após a posse do terceiro mandato, foi eleito vice-presidente do
parlamento do Mercosul. Está no PT desde 1981.
Deputado Rafael Guerra (PSDB-MG)
Nasceu em Belo Horizonte
(MG) e está no seu terceiro mandato consecutivo como deputado federal. Professor
universitário, é formado em Medicina (1965) pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG). Faz parte da bancada da saúde e preside a Frente Parlamentar da
Saúde desde 2003.
Foi secretário estadual de Saúde de Minas Gerais (1995-1998) e diretor da
Faculdade de Ciência Médicas de Minas Gerais (1982-1987). É, atualmente,
primeiro secretário da Câmara dos Deputados.
No episódio do escândalo do “mensalinho”, envolvendo o então presidente da
Câmara, Severino Cavalcanti, Rafael Guerra foi um dos parlamentares que iniciou
um movimento para moralizar a atividade parlamentar.
De acordo com matéria publicada no Congresso em Foco, em 13 de maio de 2010,
o parlamentar despachou, como primeiro secretário da Câmara, um ofício em que
determinava a indicação de entidades “para fins e uso de interesse social” em
que fossem doados computadores da Casa. Sem fazer alarde, se desfez de 4.755
computadores comprados com dinheiro público, que substituiu por novos modelos.
Com isso, deu aos 513 deputados o direito de indicar entidades assistenciais ou
prefeituras de suas bases eleitorais para onde deveriam seguir as máquinas de
seus gabinetes, inutilizadas por terem mais de quatro anos de uso.
Questionados se as doações foram para fim eleitoreiro, o primeiro secretário
descartou esta possibilidade. Segundo ele, “a doação foi feita da forma mais
legal possível”. A Primeira Secretaria argumentou que um leilão sairia muito
mais caro e que já não havia mais espaço para guardar equipamentos antigos na
Câmara. Também informou que as doações aconteceram até o dia 29 de dezembro de
2009, justamente para que não houvesse problema com a Justiça Eleitoral.
O nome do parlamentar figura entre os envolvidos no caso, noticiado com
exclusividade pelo Congresso em Foco e que passou a ser chamado de a “Farra das
Passagens Aéreas”. Deputados e senadores passaram a usar suas cotas para
objetivo pessoais, além de transferir o benefício a parentes. A prática permitiu
a criação de uma máfia paralela no Congresso Nacional que comercializava as
sobras de créditos dos parlamentares num mercado paralelo ilegal. Guerra
repassou dois bilhetes para voos internacionais para terceiros.
Senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
Rosalba Ciarlini
Rosado nasceu em Mossoró (RN), em 1952. Por muitos anos dedicou-se apenas à
Medicina. A política entrou na sua vida pelo casamento. Rosalba casou-se com
Carlos Augusto Rosado, integrante de um dos clãs – os Rosado – que domina a
política do Rio Grande do Norte. Durante anos, o clã teve o curioso hábito de
batizar seus filhos homens com números em francês. Carlos Augusto é filho de
Dix-Sept (Dezessete, em francês) Rosado, ex-governador do Rio Grande do Norte.
Rosalba iniciou sua trajetória na vida pública quando foi convidada a dirigir
o maior hospital público de Mossoró. Pouco tempo depois, foi eleita prefeita da
cidade e, quatro anos mais tarde, reconduzida ao posto, após ter direcionado sua
administração para melhorar o atendimento médico público da cidade.
Foi eleita para o Senado com 43,42% dos votos válidos. Rosalba é tataraneta
de Ana Floriano, umas das líderes do “Motim das Mulheres”, movimento que buscou
impedir a ida de maridos e filhos à Guerra do Paraguai (1875). Elas rasgaram os
editais de convocação pregados nas portas das igrejas e despedaçaram livros de
registro no cartório.
Senador Tião Viana (PT-AC)
Natural de Rio Branco (AC),
formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Pará, em 1986. Um ano depois,
concluiu o Curso de Especialização em Medicina Tropical no Núcleo de Medicina
Tropical da Universidade de Brasília (UnB). Também possui pós-graduação na
Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro e o título de doutor em Medicina
Tropical, com tese aprovada em 29.09.2003, no Núcleo de Medicina Tropical da
UnB, intitulada “Estudo Soro-Epidemiológico das Hepatites B e Delta na população
de doze municípios do Estado do Acre, Brasil”.
O envolvimento com a política foi impulsionado pela trajetória de seu irmão,
Jorge Viana, que foi governador do Acre por duas vezes (1999-2002; 2002-2006).
Engenheiro florestal, Jorge Viana engajou-se no movimento dos seringueiros e
povos da floresta liderado por Chico Mendes. Após o assassinato de Chico Mendes,
ascendeu, com Marina Silva, na política acreana. Acompanhando o irmão, Tião
Viana cresceu também. Foi importante sua contribuição para a criação da Fundação
de Tecnologia do Acre (Funtac), instituição de pesquisa para manejo e uso
sustentável dos recursos florestais.
Em 1994, obteve o terceiro lugar na disputa ao governo do Acre (24% dos votos
válidos). Sagrou-se vitorioso somente na eleição seguinte, em 1998, quando desta
vez concorreu a uma cadeira para o Senado Federal. Reelegeu-se para o cargo em
2006, obtendo a maior votação proporcional do país.
No Senado, sua atuação está voltada principalmente para a área de saúde e a
defesa da Amazônia. Já na sua estréia na Casa, foi líder do PT (2003) e membro
titular da CPI dos Bingos, que investigou um esquema montado para extorquir
empresários com a finalidade de arrecadar fundos para o Partido dos
Trabalhadores.
Em 2005, foi o primeiro vice-presidente do Senado, assumindo
interinamente a presidência de 15 de outubro a 11 de dezembro de 2007, quando o
então presidente Renan Calheiros afastou-se e em seguida renunciou ao cargo. Uma
nova votação elegeu Garibaldi Alves Filho, do PMDB, para comandar o Senado.
Já no segundo biênio, em fevereiro de 2009, candidatou-se à presidência da
Casa, concorrendo com o senador José Sarney. Conseguiu o apoio formal de
partidos como o PSDB, que faz oposição ao governo Lula. Entretanto, foi
derrotado por 49 votos a 32. A derrota de Tião Viana é um dos principais
ingredientes da crise que se abateu em seguida no Senado, e que culminou com o
escândalo dos atos secretos. Tião Viana sentiu-se traído pelo PMDB com a
candidatura de Sarney. A partir da derrota, denúncias mútuas contra Tião Viana e
Sarney começaram a surgir dos grupos que apoiavam cada uma das candidaturas.
Tião Viana teve que explicar, ainda em 2009, o empréstimo de seu telefone
celular funcional à filha em viagem para o exterior. Disse que foi uma atitude
de pai preocupado e zeloso. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o valor da
conta de celular, pago pelo Senado, foi de R$ 14.758,07. Após a divulgação do
escândalo, Tião Viana reembolsou a Casa.
Em outra denúncia, de acordo com matéria publicada no Jornal Folha de São
Paulo, o Senador ocultou patrimônio da Justiça Eleitoral. Conforme a reportagem,
em sua campanha para senador, em 2006, Viana não declarou um terreno que
comprara dois anos antes no melhor condomínio residencial de Rio Branco, cujo
valor foi registrado em R$ 30 mil; e no qual construiu uma casa, concluída em
maio de 2007, que foi avaliada, pela prefeitura, em R$ 600 mil.
DEFESA DO MEIO AMBIENTE
Deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP)
É, provavelmente, a escolha mais polêmica feita
pelos jornalistas. Aldo Rebelo é o autor do novo Código Florestal, que vem sendo
muito criticado por ambientalistas e elogiado pelas instituições ligadas ao
agronegócio. Para os jornalistas que votaram nele, sua visão de preservação
ambiental seria mais moderna, ao passo que os ambientalistas defendem regras que
amarram o desenvolvimento.
Aldo Rebelo nasceu em Viçosa (AL) e está no quinto mandato consecutivo como
deputado federal pela bancada de São Paulo. Na infância, cresceu em uma fazenda
em Alagoas que pertencia ao falecido ex-senador Teotônio Vilela, pai do atual
governador alagoano, Tetônio Vilela Filho.
É jornalista e foi presidente da Câmara dos Deputados (2005-2007). Na
tentativa de obter a reeleição para o cargo de presidente, em fevereiro de 2007,
perdeu a disputa por uma diferença apertada de apenas 18 votos.
Entrou para a política pelo movimento estudantil. Presidiu a União Nacional
dos Estudantes (1980) e posteriormente elegeu-se vereador por São Paulo
(1989-1991).
Exerceu o cargo de ministro de Coordenação Política e Relações Institucionais
do governo Lula (2004-2005).
É conhecido pela postura nacionalista
e por projetos, às vezes polêmicos, como o de redução de estrangeirismos na
língua portuguesa. Atualmente, é o relator da polêmica reforma do Código
Florestal Brasileiro, que vem recebendo críticas dos grupos ambientalistas.
Nas eleições municipais de 2008, foi candidato a vice-prefeito de São Paulo
na chapa de Marta Suplicy, que acabou derrotada para a coligação do atual
prefeito Gilberto Kassab, do DEM.
De acordo com o jornal o Estado de S. Paulo, em matéria publicada no dia 17
de fevereiro de 2006, baseou-se em um parecer informal para manter o apartamento
funcional que ocupava. Por meio da consulta feita à direção da Casa, ficou
sabendo que poderia continuar com o apartamento funcional porque a residência
oficial, para onde se transferiu, era um imóvel de representação que serve para
o presidente da Câmara fazer reuniões políticas com bancadas partidárias e
receber delegações de Estados e representantes do exterior.
A consulta informal acabou esbarrando em um ato assinado por Ulysses
Guimarães quando presidia a Câmara. Em um de seus artigos, o ato proíbe “a
distribuição de mais de uma unidade residencial funcional ao mesmo deputado
federal”. No entendimento da direção da Casa, a residência oficial não se
enquadrou nessa categoria.
Lançou, em meados de 2009, o livro que ganhou o título “Palmeiras X
Corinthians 1945 – O jogo vermelho”. O deputado retomou com o livro a prática do
jornalismo e sua paixão pelo futebol, especialmente pelo Palmeiras.
Deputado Edson Duarte (PV-BA)
Sua presença na lista tem
uma visão oposta à de Aldo. Edson Duarte foi um dos parlamentares que mais
combateu o texto do Código Florestal escrito por Aldo Rebelo.
Nascido em Juazeiro (BA), Edson Duarte formou-se em Patologia Clínica e atuou
como técnico em Agropecuária. Também graduou-se em Pedagogia na Universidade
Católica do Salvador.
Foi um dos colaboradores do GEMA – Grupo de Estudos do Meio Ambiente – com o
objetivo de levar aos alunos um outro foco que não fosse somente o da
agricultura irrigada baseada em insumo químicos.
Na juventude, participou do movimento estudantil se envolvendo na criação de
muitos grêmios estudantis e diretórios acadêmicos. Na Universidade Católica,
integrou o Diretório Acadêmico de Pedagogia. Foi repórter e radialista na
Rádio Juazeiro de 1992 a 1993. Chefiou o Setor de Educação Ambiental do Ibama e
o Departamento de Administração e Desenvolvimento Rural da Prefeitura de
Juazeiro (1989-1992).
Assumiu o primeiro cargo eletivo como vereador (1993-1996) em Juazeiro. Nas
legislatura 1196-1998 e 1999-2003, foi deputado estadual na Assembleia
Legislativa da Bahia.
Foi filiado ao PCdoB (1987-1989); PSB (1992-1993). Migrou para o PV em
1993.
Deputado Fernando Gabeira (PV-RJ)
Nascido em Juiz de Fora
(MG), estudou Antropologia na Universidade de Estocolmo, na Suécia, em 1979, mas
não chegou a concluir o curso. Atuou como jornalista e envolveu-se com a luta
armada durante o período da ditadura militar. É conhecido pela sua atuação no
Partido Verde, do qual é membro-fundador (embora tenha tido depois uma passagem
pelo PT). Entre as questões polêmicas que defende, é a favor da
profissionalização da prostituição, do casamento homossexual e da
descriminalização da maconha.
Integrante do grupo Movimento Revolucionário 8 de outubro, conhecido como
MR-8, ajudou a sequestrar o embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, em 4
de Setembro de 1969. A ação teve como objetivo libertar presos políticos em
troca da soltura do embaixador. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi um
dos beneficiados. O episódio foi registrado no livro “O Que É Isso,
Companheiro?”, que se transformou depois em filme, dirigido por Bruno
Barreto.
Exilou-se entre 1970 e 1979 e esteve em países como Chile, Suécia e Itália.
Retornou ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia. Em seu exílio na Europa, teve
os primeiros contatos com o Movimento Verde, que começava a se organizar em
países como a Alemanha. De volta ao país, passou então a atuar como escritor e
jornalista nos jornais Zero Hora e Folha de S.Paulo. Após 1985, começou a se
aproximar da política partidária, adotando como bandeira a defesa dos direitos
das minorias e do meio-ambiente.
Assumiu o primeiro mandato eletivo em 1995, quando foi eleito deputado
federal representando seu estado na Câmara dos Deputados. Está atualmente no
quarto mandato consecutivo. Na última legislatura, foi um dos responsáveis pela
criação da CPI das Ambulâncias, que investigou um esquema montado com o objetivo
de desviar dinheiro para a compra de ambulâncias com recursos públicos. Filiado
ao PT no primeiro mandato do presidente Lula, rompeu depois com o governo e o
partido, rumando para o PV. Destacou-se no episódio das denúncias contra o
ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti, acusado de receber uma mesada para
manter uma concessão de restaurante para o empresário Sebastião Buani. Gabeira
liderou na ocasião um movimento em defesa da ética na política.
Concorreu à prefeitura do Rio de Janeiro em 2008. Mas foi derrotado no
segundo turno, perdendo por uma diferença de menos de dois pontos percentuais
contra o candidato peemedebista Sérgio Cabral.
De acordo com publicação do jornal Folha de S. Paulo, em 24 de novembro de
2009, o deputado teria gasto R$ 6.600,00 da verba indenizatória recebida na
Câmara para alugar o carro que usou durante sua campanha à prefeitura do Rio de
Janeiro em 2008. Questionado sobre o assunto, Gabeira disse não considerar o
gasto irregular porque, segundo ele, o aluguel de carros é permitido pela Câmara
e o candidato cedeu um carro de sua propriedade para uso do gabinete.
O deputado foi o vencedor do Prêmio Congresso em Foco 2008.
Senadora Marina Silva (PV-AC)
Nasceu em 8 de fevereiro de
1958 no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco (AC). Seus pais,
Pedro Augusto e Maria Augusta, tiveram onze filhos, dos quais sobreviveram
apenas oito. Seu primeiro emprego foi de empregada doméstica, já na capital do
estado. Alfabetizou-se depois de adulta, e, aos 26 anos, formou-se em História
pela Universidade Federal do Acre, em 1985. Ainda no mesmo ano, filiou-se ao
Partido dos Trabalhadores.
Trocou o sonho de ser freira pela militância política, atuando nas
Comunidades Eclesiais de Base, ligadas à Igreja Católica. Marina deixou, porém,
a religião católica mais tarde para se tornar evangélica, ligada à Assembléia de
Deus.
Sua vida política está diretamente ligada ao líder ambiental Chico Mendes,
como ela, também saído dos seringais acreanos. É a partir de Chico Mendes que
Marina consolida a sua convicção de possibilidade de aproveitamente da floresta
de modo ambientalmente sustentável, sem agressões à natureza. Com Chico Mendes,
Marina fundou, em 1984, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre. Em
1985, ambos tentaram, sem sucesso, eleger-se deputados federais.
Com o assassinato de Chico Mendes em 1988, Marina se torna, então, a
principal referência do discurso ambiental dos povos da floresta. No mesmo ano,
ela foi eleita vereadora de Rio Branco (AC). Dois anos depois, elegeu-se
deputada estadual e, em 1994, aos 38 anos, chegou ao Senado Federal como a mais
jovem senadora do país.
Foi secretária nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT entre 1995 e
1997. Tornou-se uma das principais vozes da Amazônia, tendo sido responsável por
projetos importantes, como o de regulamentação do acesso aos recursos da
biodiversidade.
Em 2003, com a eleição de Lula como presidente, foi nomeada ministra do Meio
Ambiente. Mas enfrentou conflitos constantes com ministros, especialmente com a
ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Marina demonstrava discordâncias claras
ao projeto desenvolvimentista vinculado ao Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). A lentidão com que analisava e liberava ou não licenças ambientais para
as obras foi desgastando a relação de Marina com o governo e com o próprio
presidente Lula.
Mesmo assim, Marina manteve-se no cargo durante cinco anos, quatro meses e 13
dias. Apresentou sua carta de renúncia no dia 13 de maio de 2008. Foi
substituída por Carlos Minc, um dos fundadores do Partido Verde e eleito seis
vezes deputado estadual do Rio de Janeiro.
De volta ao senado, Marina concentrou-se em temas como o combate ao
desmatamento. No primeiro discurso em plenário, a parlamentar demonstrou
preocupação com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), que detectou naquele período 1.123 km² de floresta derrubada
ou altamente degradada, o que equivale ao território da cidade do Rio de
Janeiro.
A diferença entre seus pontos de vista e os do governo quanto às questões
ambientais foi tornando Marina cada vez mais independente no Senado. Em agosto
de 2009, ela surpreendeu a Lula e ao PT ao anunciar a sua desfiliação do
partido, após 30 anos de militância. A decisão teve como pano de fundo, além do
desconforto com a legenda, o convite feito pelo Partido Verde para ser candidata
a presidente da República. A mudança causou agitação no cenário político e
representou ameaças à possível campanha da ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff.
Deputado Sarney Filho (PV-MA)
Nasceu em São Luís (MA) e
está no sétimo mandato consecutivo como deputado federal pela bancada do
Maranhão. É filho do senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP),
além de irmão da governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB-MA). É formado em
advocacia e sócio da TV Mirante e da Rádio Mirante FM.
Começou a trajetória política como deputado estadual (1979-1983). Seu
primeiro mandato como deputado federal foi em 1983. Foi ministro do Meio
Ambiente, entre 1999 e 2002.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, em matéria publicada no dia 17 de
julho de 2009, empregou em seu gabinete um irmão do senador Mauro Fecury. A
conduta violou a súmula publicada pelo Supremo Tribunal Federal, proibindo o
nepotismo para toda a administração pública em geral. Sarney Filho empregou em
seu gabinete Sidney de Lima Fecury, irmão do senador Mauro Fecury (PMDB-MA),
braço direito da família Sarney no Maranhão, numa prática de nepotismo
cruzado.
O senador Mauro Fecury alegou que não teve nenhuma influência na nomeação de
seu irmão para o gabinete do filho de Sarney. A assessoria de Clóvis Fecury
também refutou a influência para a contratação.
Como este site mostrou com exclusividade em abril de 2009, 261 deputados
usaram sua cota de viagens aéreas para voar ao exterior, sem que estivessem a
serviço da Câmara (leia mais). Sarney filho usou seis bilhetes, entre familiares
e amigos, para viajar para destinos como a capital argentina Buenos Aires. (leia
tudo sobre a farra das passagens)
DEFESA DA DEMOCRACIA
Deputado Chico
Alencar (Psol-RJ)
Veja o perfil na categoria Combate à Corrupção
Senador Demóstenes Torres (DEM-GO)
Veja o perfil na
categoria Combate à Corrupção
Senador Eduardo Suplicy (PT-SP)
Nasceu em São Paulo (SP)
em 21 de junho de 1941. Administrador de empresas e economista, foi aprovado em
1966 por concurso para o cargo de professor no Departamento de Economia da
Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo.
Mestre e doutor na Michigan State University (EUA), foi também pesquisador
visitante no Food Research Institute, da Stanford University (EUA).
Apesar das suas convicções de esquerda, que o levaram a ser um dos fundadores
do PT, Suplicy pertence à família Matarazzo, uma das mais tradicionais
representantes da burguesia paulista. Divorciou-se da ex-prefeita de São Paulo
Marta Suplicy, em 2001, com quem tem dois filhos.
Seu primeiro cargo eletivo foi o de deputado estadual pelo antigo MDB
(1979-1983), com mais de 70 mil votos. Chegou ao Congresso Nacional como
deputado federal (1983-1987), já filiado ao Partido dos Trabalhadores, eleito
com 83 mil votos.
Em 1989, não disputou a reeleição para o Congresso, elegendo-se vereador para
a Câmara Municipal de São Paulo, quando tornou-se presidente da Casa. Em 1985,
licenciou-se do cargo para se candidatar à prefeitura de São Paulo. Um ano
depois, tentou o governo do estado. Perdeu as duas disputas eleitorais.
A volta ao Congresso ocorreu apenas em 1991, quando Suplicy tornou-se, então,
o primeiro senador eleito pelo Partido dos Trabalhadores, com 4.229.706 votos
(30% dos votos válidos). Suplicy foi líder da bancada do PT de 1991 a 1994.
Reelegeu-se para o cargo em 1995, quando a bancada era formada já por quatro
senadores. Em 1998, foi novamente indicado para líder do partido no Senado,
acumulando desta vez também a liderança de todo o bloco de oposição (PT, PDT,
PSB e PPS).
Foi reeleito em 1999 para o Senado. Tido como um parlamentar sério e honesto,
destacado pelas atuações em CPIs como a do PC Farias e do Orçamento, compete com
essa imagem a de parlamentar caricato pelas atuações performáticas e pelo jeito
muito lento e um tanto confuso de falar, sempre registradas nos noticiários. Em
abril de 2007, arrancou risadas dos colegas na Comissão e Constituição e Justiça
(CCJ), que discutia o projeto de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
Suplicy usou trechos de um Rap para elucidar o voto. Até mesmo o presidente da
comissão, senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), não se conteve e caiu na
gargalhada.
No início de 2009, teve o nome envolvido na denúncia que ficou conhecida como
Farra das Passagens, divulgada com exclusividade pelo Congresso em Foco. Pela
denúncia, o petista repassou à jornalista Mônica Dallari, então sua namorada,
passagens aéreas de sua cota mensal no Senado, inclusive para voos
internacionais. Suplicy assumiu o erro em plenário.
No ápice da crise do Senado em razão das denúncias dos Atos Secretos, em
agosto de 2009, Suplicy voltou a usar da criatividade para justificar suas
posições. Em discurso na tribuna, usou um cartão vermelho, fazendo analogia ao
futebol, para pedir o afastamento do presidente Sarney (PMDB-AP). Dias antes,
Suplicy havia cantado uma canção do compositor americano Cat Stevens em
homenagem ao dia dos pais. O ápice da performance deu-se em outubro, quando,
instigado pela apresentadora Sabrina Sato, do programa Pânico na TV, desfilou
pelo Senado vestindo uma sunga vermelha por cima das calças, imitando o
Super-Homem. Na ocasião, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PR-SP), chegou a
ameaçar entrar com processo contra Suplicy por quebra de decoro. Desistiu depois
que Suplicy pediu desculpas e negociou com a TV Record, que transmite o
programa, para que suas imagens de sunga vermelha no Senado não fossem ao
ar.
Deputado Flávio Dino (PCdoB-MA)
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Deputado Miro Teixeira (PDT-RJ)
Miro Teixeira é carioca
nascido em 27 de maio de 1945, e assumiu, em 2007, seu nono mandato como
deputado federal.
No Congresso Nacional, integrou a Assembléia Nacional Constituinte, a
Comissão Mista de Orçamentos Públicos e Fiscalização e a CPI do caso Paulo César
Farias.
Miro foi o autor da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 130,
apresentada ao Supremo Tribunal Federal, que levou à extinção da Lei de Imprensa
(Lei 5.250/67). O Supremo deferiu o pedido e considerou a lei inconstitucional.
À época, o deputado justificou a ação dizendo considerar a lei retrógrada, uma
vez que fora formulada em pleno regime militar ditatorial.
Advogado e jornalista, Miro foi ministro das Comunicações (2003) no primeiro
mandato do presidente Lula, a quem apoiou em 2002 por discordar da aliança de
seu partido com o PPS em torno da candidatura de Ciro Gomes. Depois de sair do
Ministério das Comunicações, tornou-se líder do governo na Câmara. Sua saída da
liderança nunca ficou bem explicada. Uma das possibilidades é que tenha saído ao
descobrir a existência do mensalão e por discordar dele. A primeira notícia
sobre o mensalão, publicada pelo Jornal do Brasil, tinha como fonte, segundo os
repórteres, Miro Teixeira. Ele, porém, nunca confirmou ter sido de fato a fonte
da reportagem.
Com a decisão do PDT em fazer oposição ao governo, ainda no período Leonel
Brizola, Miro saiu do PDT e foi para o PPS. Quando a legenda também passou à
oposição, filiou-se ao PT. Quando o PDT voltou a fazer parte da base do governo,
Miro retornou para o partido.
Senador Pedro Simon (PMDB-RS)
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Combate à Corrupção
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