Vêm aí os “chefs-hortelões”, aqueles que buscam os sabores frescos de legumes e verduras recém-saídos da terra. A horta pode estar bem ali no terreno ao lado ou plantada em pequenas propriedades de agricultores confiáveis. Tudo para garantir o frescor no prato de produtos com terroir conhecido.
Em 2018, a tendência de sabores vindos da terra vai ir além. No mundo inteiro e também no Brasil, chefs da nova geração estão plantando sementes de vegetais raros e esquecidos, criando receitas para encantar diversos paladares. Eles sabem a diferença entre algo recém-colhido e depois de horas na geladeira. Por isso o resgate de espécie.
Semiextintas: para garantir toques autorais inéditos em criações culinárias assinadas.
O conceito de simplicidade é outro em alta no cenário gastronômico do próximo ano. Teremos mais pequenos restaurantes de somente uma portinha na fachada e menos cristais e grandes produções que aumentam custos. Mas no fogão haverá cozinheiros experientes, conscientes e que assumem outras tarefas, como a de comprar ingredientes e mesmo servir o cliente.
Estabelecimentos focados na boa comida, em projetos viáveis e na vontade de resistir de chefs talentosos, traduzem a culinária autoral. “Sair da mesmice, do apelativo”, nas palavras de Rodrigo Felício, do restaurante Capivara, num galpão da Barra Funda, na zona oeste paulistana. Há outros projetos similares já consagrados, caso do Petí, na Pompeia, um dos Bib Gourmand do Guia Michelin (categoria de prêmio aos melhores restaurantes com preços acessíveis).
A simplicidade que invade os restaurantes é, sim, uma resposta à crise econômica atual, mas é também um amadurecimento da proposta culinária, com foco em projetos gastronômicos relevantes que priorizam o ingrediente e o preparo técnico do cozinheiro-chef.
Há boas notícias até mesmo na cena gastronômica carioca: Claude Troigros volta ao Leblon, onde começou sua trajetória no Rio na década de 80, com o Roanne. O prestigiado “chef-marravilha” abrirá na rua Conde Bernadotte o Chez Claude, com 42 lugares e proposta de cozinha aberta, no meio do salão, onde o cliente, se quiser, pode até dar uma mexida na panela. Tudo informal, descomplicado e “barrato”, avisa Claude, às gargalhadas. E no endereço ao lado, adivinhem? Será o Chez Batista, do fiel escudeiro de Claude.
Feliz Natal e Ano Novo!
Mais da autora:
Deixe um comentário